Reflexões sobre a atuação farmacêutica em um ambulatório de usuários transgêneros: Facilitadores e Desafios

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i6.28919

Palavras-chave:

Cuidado Farmacêutico; Pessoas Transgênero; Serviços de saúde para pessoas transgênero.

Resumo

Este estudo apresenta relato de farmacêuticos e graduandos em farmácia que atuam em um ambulatório Trans diante de suas vivências e experiências, apresentando as barreiras enfrentadas e as fortalezas no contexto de trabalho interprofissional ambulatorial. Trata-se de um relato de experiência sobre o serviço de cuidados farmacêuticos desenvolvido no Ambulatório de Acolhimento ao Usuário Trans da Universidade Federal de Sergipe, localizado no município de Lagarto/SE. Neste cenário destaca-se o papel do farmacêutico na equipe multiprofissional já que sua presença no ambulatório pode proporcionar melhorias ao identificar as necessidades do usuário e encaminhá-lo à profissionais especializados e, não necessariamente, recorrer unicamente a terapias farmacológicas. Diante dos desafios enfrentados, verifica-se que deve haver uma reorientação no processo de formação, sendo que a vivência e atuação do farmacêutico acrescenta de forma assistencial e complementar no que diz respeito ao cuidado integral à saúde da população trans. Dentre as fortalezas, destaca-se o estímulo ao olhar clínico às especificidades do usuário trans, objetivando a qualidade do serviço, a garantia de acesso aos medicamentos, a segurança da hormonioterapia, o acolhimento e a orientação qualificada. Assim, pode-se minimizar as fragilidades, conquistar o espaço em uma equipe multidisciplinar e ter o reconhecimento de suas funções.

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Publicado

21/04/2022

Como Citar

CARVALHO, P. P.; SANTOS, J. P. dos; CUNHA, J. P. A.; RIBEIRO, M. de A. L. .; SILVA, C. M. L. .; IRINEU, R. de A. .; BRITO, G. de C. . Reflexões sobre a atuação farmacêutica em um ambulatório de usuários transgêneros: Facilitadores e Desafios. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 6, p. e8511628919, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i6.28919. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/28919. Acesso em: 22 nov. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde