Reflexões sobre a atuação farmacêutica em um ambulatório de usuários transgêneros: Facilitadores e Desafios
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i6.28919Palavras-chave:
Cuidado Farmacêutico; Pessoas Transgênero; Serviços de saúde para pessoas transgênero.Resumo
Este estudo apresenta relato de farmacêuticos e graduandos em farmácia que atuam em um ambulatório Trans diante de suas vivências e experiências, apresentando as barreiras enfrentadas e as fortalezas no contexto de trabalho interprofissional ambulatorial. Trata-se de um relato de experiência sobre o serviço de cuidados farmacêuticos desenvolvido no Ambulatório de Acolhimento ao Usuário Trans da Universidade Federal de Sergipe, localizado no município de Lagarto/SE. Neste cenário destaca-se o papel do farmacêutico na equipe multiprofissional já que sua presença no ambulatório pode proporcionar melhorias ao identificar as necessidades do usuário e encaminhá-lo à profissionais especializados e, não necessariamente, recorrer unicamente a terapias farmacológicas. Diante dos desafios enfrentados, verifica-se que deve haver uma reorientação no processo de formação, sendo que a vivência e atuação do farmacêutico acrescenta de forma assistencial e complementar no que diz respeito ao cuidado integral à saúde da população trans. Dentre as fortalezas, destaca-se o estímulo ao olhar clínico às especificidades do usuário trans, objetivando a qualidade do serviço, a garantia de acesso aos medicamentos, a segurança da hormonioterapia, o acolhimento e a orientação qualificada. Assim, pode-se minimizar as fragilidades, conquistar o espaço em uma equipe multidisciplinar e ter o reconhecimento de suas funções.
Referências
American Society Of Health-System Pharmacists. (2006). Best practices for Hospital & Health-System Pharmacy: position and guidance documents of ASHP. Bethesda.
Amorim, S. M. G., Vieira, F. De S., Brancaleoni, A. P. (2013). Percepções acerca da condição de vida e vulnerabilidade à saúde de travestis. Rio de Janeiro: Saúde em Debate. Jul/Set 2013. Vol. 37, nº 98, p. 525–935.
Arán, M. Murta, D. (2009). Relatório preliminar dos serviços que prestam assistência a transexuais na rede de saúde pública no Brasil. Pesquisa Transexualidade e Saúde: condições de acesso e cuidado integral. Rio de Janeiro. Disponível em: <http://pfdc.pgr.mpf.gov.br/atuacao-e-conteudos-de-apoio/publicacoes/direitos-sexuais-e-reprodutivos/direitos-lgbtt/Relatorio_Preliminar_set_20092.pdf>.
Brasil. (2013). Portaria nº 2.803 de 2013: Redefine e amplia o Processo Transexualizador no Sistema Único de Saúde (SUS). Brasília-DF: Diário Oficial da União. 19 nov. 2013; Seção 1, n. 226, p. 25.
Brasil. (2018). Violência LGBTFóbicas no Brasil: dados da violência. Brasília: Ministério dos Direitos Humanos.
Brasil. Ministério da Saúde. (2013). Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais. Brasília-DF: Editora MS. 1ª Ed.
Brasil. Ministério da Saúde. (2014). Serviços farmacêuticos na atenção básica à saúde. [online] Brasília: Editora Ministério da Saúde. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicações/serviços_farmaceuticos_atencao_basica_saude.pdf>.
Cocohoba, J. (2017). Pharmacists caring for transgender persons. American Journal of Health-System Pharmacy. Fevereiro 2017. Vol. 74, nº 3, p. 170-174.
Coleman, E. et al. (2016). Normas de atenção à saúde das pessoas trans e com variabilidade de gênero: Associação Mundial Profissional Para a Saúde Transgênero. 7ª versão.
Depret, D., Neto, M. ., Acioli, S. ., Cabral, I. E. ., Caravaca-Morera, J., & Rafael, R. de M. R. . (2020). Access of transvestites and transsexual women to Primary Health Care Services: integrative literature review. Research, Society and Development, 9(10), e2149108595.
Freitas G. R. M. et al. (2016). Principais dificuldades enfrentadas por Farmacêuticos para exercerem suas atribuições clínicas no Brasil. São Paulo: Rev. Bras. Farm. Hosp. Serv. Jul-Set 2016; Vol. 7, nº. 3, p. 35-41.
Kaigle, A. Sawan-Garcia, R. Firek, A. (2017). Approach to the provision of transgender health care in a veteran population. Ment Health Clin [Internet]. Julho 2017. Vol. 7, nº 4, p. 176-180.
Leach, C. Layson-Wolf, C. (2016). Survey of community pharmacy residents' perceptions of transgender health management. Journal of the American Pharmacists Association. Jul-Ago 2016. Vol. 56, nº. 4, p. 441-445.
Maciel, I. M. (2017). Panorama brasileiro do processo transexualizador no âmbito do SUS. 2017. Trabalho de Conclusão de Curso Graduação em Medicina, Universidade Federal da Bahia.
Newsome, C et al. (2017). Incorporating a pharmacist into an interprofessional team providing transgender care under a medical home model. American Journal of Health-System Pharmacy. Fevereiro 2017. Vol. 74, n. 3, p. 135-139.
Ostroff, J L. et al. (2018). Integration of transgender care into a pharmacy therapeutics curriculum. Currents in Pharmacy Teaching and Learning. Abril 2018. Vol. 10, nº 4, p. 463-468.
Radix, A E. (2017). Pharmacists' role in provision of transgender healthcare. American Journal of Health-System Pharmacy. 3ª ed. Vol. 74, p.103-104.
Rocon, P. C., Sodré, F., Zamboni, J., Rodrigues, A., Roseiro, M. C. F. B. (2018). O que esperam pessoas trans do Sistema Único de Saúde?. Botucatu: Interface. Vol. 22, nº 64, p. 43-53.
Santos, W. A., Montovani, E. H., Lopes, J. W., Nogueira, A. C. R., de Freitas, P. F. S., de Assis, L. B., & Bteshe, M. (2020). Relato de experiência do Simpósio Invisibilidades em saúde da comunidade LGBT+: reflexões na educação médica. Research, Society and Development, 9(8), e02985301-e02985301.
Silva, N. de A. e ., Lima, G. T. C. de ., Macedo, E. C. ., Ribeiro, C. R. ., Ahmad, A. F. ., & Lemos, A. (2021). Access to health services in Brazil by transsexuals women: an integrative review. Research, Society and Development, 10(2), e27710212497.
Souza, M. H., Malvasi, P., Signorelli, M. C., Pereira, P. P., (2015). Violência e sofrimento social no itinerário de travestis de Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil. Rio de Janeiro: Cad Saúde Pública. Abril 2015. Vol. 31, nº 4, p. 767-776.
World Professional Association for Transgender Health (WPATH). (2012). Standards of Care for the Health of Transsexual, Transgender, and GenderNonconforming People. 7th Version.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Phydel Palmeira Carvalho; Juliana Pereira dos Santos; João Paulo Alves Cunha; Mayara de Almeida Lima Ribeiro; Carla Maria Lima Silva; Roxane de Alencar Irineu; Giselle de Carvalho Brito
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.