Proposta de cálculo da radiação térmica utilizando um software para seleção de equipamentos a serem resfriados no caso de incêndio em parques de armazenamento de GLP
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i4.2893Palavras-chave:
Radiação Térmica; Parque de Armazenamento de GLP; Sistema de Combate a Incêndio.Resumo
Industrialmente, o gás liquefeito de petróleo (GLP) é armazenado em vasos esféricos ou cilíndricos, que seguem normas rigorosas na sua construção para se evitar grandes acidentes, que podem ser causados por incêndios e explosões em equipamentos vizinhos, e tem como principal propagador a transferência de calor por radiação térmica. Caso ocorra algum acidente, para que sejam evitados maiores danos, um sistema de combate a incêndio deve ser instalado. No dimensionamento destes sistemas são seguidas normas e legislações, que indicam critérios prescritivos (distâncias fixas que independem das condições do parque de armazenamento) para seleção dos equipamentos a serem resfriados em caso de incêndio. Com objetivo de se propor o cálculo do impacto da radiação térmica através de um software e a partir disto selecionar os equipamentos a serem resfriados em caso de incêndio em um parque de armazenamento de GLP, foi elaborado neste trabalho um estudo de caso, comparando-se o indicado nas normas brasileiras e nas internacionais e o encontrado através da simulação. Utilizou-se o método de pesquisa quantitativo, do tipo descritivo e analítico, como técnicas de aquisição de dados, pesquisa bibliográfica, análise de estudo de caso e ferramentas computacionais, tendo-se como materiais um computador e o software ALOHA. Simulações para diversas condições climáticas e de enchimento da esfera foram realizadas, encontrando-se como resultados raios inferiores ao proposto nas normas brasileiras, e, portanto, menos conservativos. A simulação do raio de alcance da radiação térmica, torna a avaliação mais fidedigna com as condições as quais estão expostas as esferas de GLP, auxiliando no mais correto dimensionamento da rede de combate a incêndio. Logo, conclui-se que as normas brasileiras são mais conservadoras e obsoletas perante os avanços da Engenharia de Incêndio.
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