Religiosidade, espiritualidade e qualidade de vida em portadores de doença renal crônica que fazem hemodiálise no Nordeste do Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i6.28982

Palavras-chave:

Doença renal crônica; Hemodiálise; Religiosidade; Espiritualidade; Qualidade de vida.

Resumo

Essa investigação verificou a relação da espiritualidade e religiosidade associada à qualidade de vida em pacientes renais crônicos que fazem hemodiálise. Estudo transversal realizado no Estado do Ceará, nordeste do Brasil, utilizando uma amostra de 192 participantes. Nas entrevistas foram utilizados os seguintes instrumentos: questionário sociodemográfico e clínico, o Kidney Disease and Quality of Life Short-Form (KDQOL-SF TM) e WHOQOL-SRPB. A coleta ocorreu em 2019. Todas as análises foram realizadas no SPSS. Os resultados demonstraram que os participantes tinham entre 50 a 51 anos (30,1%); masculino (69,8%); casado (54,7%); recebendo entre 1 a 2 salários mínimos (67,2%); com ensino fundamental incompleto (47,9%); desempregados (19,8%); moram acompanhados (93,2%); tempo de diálise de 1 a 5 anos (39,6%). Os pacientes tinham ciência de que seu estado de saúde dificulta “a realização de atividades que requerem esforço físico” apresentaram aumento significativo de cerca de três vezes mais espiritualidade/religiosidade (OR=4,096, IC 95%: 1,33 – 12,608, p= 0,014). Constatado que a religiosidade e espiritualidade interfere na qualidade de vida dos renais crônicos.

Biografia do Autor

Glaucirene Siebra Moura Fereira, Centro Universitário INTA

Doutora em Saúde Coletiva- pela Universidade Estadual do Ceará (2021). Mestre em ensino na saúde - pela Universidade Estadual do Ceara (UECE) (2016). Possui graduação em Enfermagem pela Universidade Estadual Vale do Acaraú (1990). Especialista em Enfermagem em Nefrologia pela Universidade Estadual do Ceará (2006), Especialista em Programa Saúde da Família pela Faculdade de Ciências Sociais Aplicada (2008), Especialista em Ciências da Educação pelo Instituto Superior de Teologia Aplicada ( 2011). Especialista em Preceptoria no SUS pelo Sírio Libanês (2017). É revisora da Revista Enfermagem Atual In Derme. Docente do Centro Universitário INTA- UNINTA Sobral. Foi Coordenadora do Curso de Bacharelado em Enfermagem e Coordenação de Estágios na Faculdade UNINTA Itapipoca. Tem experiência na área de Enfermagem Assistencial e gestão e em Educação nível Superior em Enfermagem. Desenvolve pesquisa na área de humanização hospitalar; Saúde do Idoso; Doenças Crônicas e Formação Docente no Ensino Superior. Atualmente está pesquisando sobre Religiosidade/Espiritualidade e ansiedade no paciente renal crônico.

Paula Frassinetti Camurça Castelo Branco Fernandes, Universidade Estadual do Ceará

Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal do Ceará (1986), Mestrado em Epidemiologia pela Universidade Federal de São Paulo (1995) e Doutorado em Medicina Interna e Terapêutica pela Universidade Federal de São Paulo e Universidade de Londres (1999). Fellow da Fundação Rockfeller-INCLEN (1994-1995). Fellow da Sociedade Internacional de Nefrologia (Guy´s Hospital Londres, 1996-1997). Atualmente é médica da Universidade Federal do Ceará-Preceptora da Residência Médica em Nefrologia e Chefe do Serviço do Sistema Urinário do Hospital Universitário Walter Cantídio-UFC (Unidade de Transplante Renal, Nefrologia, Hemodiálise e Urologia). Professora Adjunta Doutora do Curso de Medicina da Universidade Estadual do Ceará (UECE), Docente do Programa de Pós Graduação em Saúde Coletiva/PPSAC-UECE, Docente do Mestrado Profissional em Transplantes (UECE) e ex- Médica Diretora - Clínica Prontorim. Ex-Diretora do Núcleo de Medicina Baseada em Evidências - Unidade de Epidemiologia Clínica da Universidade Federal do Ceará (UFC). Tem experiência na área de Medicina, com ênfase em Nefrologia e Transplante Renal, atuando principalmente nos seguintes temas: glomerulopatias, transplante renal, insuficiência renal crônica, insuficiência renal aguda, adesão ao tratamento e epidemiologia clínica.

Lucia Conde de Oliveira, Universidade Estadual do Ceará

Possui graduação em Serviço Social pela Universidade Estadual do Ceará (1981), Mestrado em Educação pela Universidade Federal do Ceará (1996), Doutorado em Saúde coletiva, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (2006). Pós-Doutorado em Saúde Coletiva, no Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (2012). É professora associada da Universidade Estadual do Ceará do Curso de Serviço Social; do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva e do Mestrado Acadêmico em Serviço Social . Tem experiência nas áreas de Saúde Coletiva e Serviço Social, atuando principalmente nos seguintes temas: política de seguridade social, políticas e práticas de saúde, participação, controle social e conselhos de saúde.

José Riginaldo Pinto, Secretária de Saúde do Estado do Ceará

Doutor em Saúde Coletiva pela Universidade de Fortaleza - UNIFOR (2018), Mestre em Saúde Coletiva pela UNIFOR (2012). Possui graduação em Ciências Biológicas pelo Claretiano Centro Universitário (2020) e Enfermagem pela Universidade Estadual Vale do Acaraú (1998). Tem especialização em Saúde Pública (2004), Auditoria em Sistemas e Serviços de Saúde (2010), Informática em Saúde (2010), Gestão em Economia da Saúde (2013) e Enfermagem em Ginecologia e Obstetrícia (2020). Atualmente é Inspetor Sanitário da Vigilancia da Superintendência de Saúde da Região Norte (SRNOR /SESA). Tem experiência na área de ensino e pesquisa em Saúde Coletiva, atuando principalmente nos seguintes temas: Políticas de Saúde, Epidemiologia, Vigilância à Saúde e Gestão do SUS

Ivo Bradley Moura Ferreira, Santa Casa de Misericórdia de Sobral

Médico formado pela Universidade Federal do Ceará (UFC), Campus Sobral. Especialista em Saúde da Família pela Universidade Federal do Ceará. Médico Do Programa Mais Médicos para o Brasil do Governo Federal

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Publicado

23/04/2022

Como Citar

FEREIRA, G. S. M. .; FERNANDES, P. F. C. C. B. .; OLIVEIRA, L. C. de; PINTO, J. R.; FERREIRA, I. B. M. .; GURGEL JUNIOR, F. F. Religiosidade, espiritualidade e qualidade de vida em portadores de doença renal crônica que fazem hemodiálise no Nordeste do Brasil. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 6, p. e15111628982, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i6.28982. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/28982. Acesso em: 17 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde