Qualidade de vida e fatores associados em indivíduos com esquizofrenia em tratamento em hospital-dia: a experiência de um centro psiquiátrico no nordeste do Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i7.29084

Palavras-chave:

Qualidade de Vida; Esquizofrenia; WHOQoL-Bref.

Resumo

A esquizofrenia é um transtorno grave e persistente. Acarreta diferentes consequências nos âmbitos comportamental, emocional, cognitivo, funcional e social, interferindo na qualidade de vida (QV) dos indivíduos. OBJETIVO: descrever a qualidade de vida em indivíduos em tratamento para esquizofrenia em hospital-dia, verificando a associação com características sociodemográficas, diagnósticas e terapêuticas. METODOLOGIA: estudo transversal, com 62 indivíduos, com diagnóstico de esquizofrenia, em regime de hospital dia. Foram aplicados um questionário sóciodemográfico e de caracterização do diagnóstico e terapêutica e o WHOQoL-bref. Foram comparadas as médias dos domínios físico, psicológico, social e ambiental e o percentual da categoria de QV “necessita melhorar” entre as variáveis sociodemográficas, diagnósticas e terapêuticas. RESULTADOS: na amostra com média (DP) de idade de 42,4 (11,1) anos, predomínio de homens (61,2%), escolaridade acima de 8 anos (95,2%) e auto-declarados brancos (59,7%), observou-se que prevaleceram o diagnóstico na fase adulta (85,5%), com mais de 3 internações (37,1%) e o uso de neurolépticos de longa ação (45,1%), A qualidade de vida foi mais comprometida para os domínios físico (p=0,027) e psicológico (p=0,022) entre as mulheres. Solteiros/divorciados tiveram pior qualidade de vida nos domínios físico (p=0,006) e psicológico (p=0,017). Aqueles em uso de neurolépticos de longa ação apresentaram melhores escores de qualidade de vida no domínio psicológico (p=0,021). CONCLUSÃO: observou-se pior percepção da qualidade de vida entre mulheres, pessoas sem companheiro(a), com renda fixa e que não faziam uso de neurolépticos de longa ação.

Referências

Aykut, D. S. (2019). Comparison of paliperidone palmitate and second-generation oral antipsychotics in terms of medication adherence, side effects, and quality of life. Journal of clinical psychopharmacology. 39 (1), 57-62.

Brasil. M. S. (2009). Secretaria de Atenção à Saúde. Política Nacional de Humanização da Atenção e Gestão do SUS. Clínica ampliada e compartilhada. Brasília.

Cardoso, C. S., Caiaffa, W. T., Bandeira, M., Siqueira, A. L., Abreu, M. N. S. & Fonseca, J. O. P. (2005). Factors associated with low quality of life in schizophrenia. Cadernos de Saúde Pública. 21, 1338-1340.

Cardoso, C. S., Caiaffa, W. T., Bandeira, M., Siqueira, A. L., Abreu, M. N. S., & Fonseca, J. O. P. (2006). Qualidade de vida e dimensão ocupacional na esquizofrenia: uma comparação por sexo. Cadernos de Saúde Pública. 22(6), 1303-1314.

Chan, S., YU, I. W. (2004). Quality of life of clients with schizophrenia. J Adv Nurs. 45(1), 72-83.

Chang, C., Yong-Chen, H., & Yang, P. (2021). Improving of Cognition and Quality of Life in Schizophrenia With One-month and Three-month Paliperidone Palmitate Treatment. Research Square. 1, 1-16.

Fleck, M.P., Louzada, S., Xavier, M., Chamovich, E., Vieira, G., & Santos, L. Pinzon, V. (2000). Aplicação da versão em português do instrumento abreviado de avaliação da qualidade de vida “WHOQOL-bref”. Revista de saúde pública. 34(2), 178-183.

Galuppi, A., Turola, M.C., Nanni, M.G. Mazzoni, P., & Grassi, L. (2010). Schizophrenia and quality of life: how important are symptoms and functioning?. Int J Ment Health Syst. 4, 31- 31.

Geeskeet, V. R., Rooijen, M. V., Maat, a., Vermeuleen, J. M., Meijer, C. J., Ruhé, H. G., & Haan, l. (2019). Longitudinal evidence for a relation between depressive symptoms and quality of life in schizophrenia using structural equation modeling. Schizophrenia Research. 208, 82-89.

Grigolato, T., Chagas, M. H. N., Trzesniak, C., Crippa, J. A. S., Hallak, J. E. C., & Santos, J. L. F. (2014). A influência dos papéis sociais na qualidade de vida de portadores de esquizofrenia. Cadernos de Terapia Ocupacional da UFSCar. 22(1), 195-203.

Haraldstad, K,. Wahl, A,. Andenæs , R., Andersen, J R., Andersen, M H., Beisland, E., Borge, C. R., Engebretsen, E., Eisemann, M., Halvorsrud, L., Hanssen, T. A., Haugstvedt , A., Haugland , T., Johansen , V. A.; Larsen , M.H., Løvereide, L., Løyland, B., Kvarme, L. G.; Moons, P., Norekvål, T.M., Ribu,L., Rohde, G. E.; Urstad, K.H., & Helseth, S. (2019). A systematic review of quality of life research in medicine and health sciences. Qual Life Res. 28, 2641–2650.

Heckers, S., Barch, D. M., Bustillo, J., Gaebel, W., Gur, R., Malaspina, D., Owen, M. J., Schultz, S., Tandon, R.. Tsuang, M., Os, J. V., & Carpenter, W. (2013). Structure of the psychotic disorders classification in DSM‐5. Schizophrenia Research. 150, 11–14.

Heider, D., Aangermmeyer, M.C., Winkler, I., Schomerus, G., Bebbington, P.E., Brugha, T., Azorin, J.M., & Toumi, M. (2007). A prospective study of Quality of life in schizophrenia in three European countries. Schizophrenia Research. 93(1-3), 194-202.

Hofer, A., Baumgartner, S., Edlinger, M., Hummer, M., Kemmler, G., Rettebacher, M.A., Schweigkofler, H., Schwitzer, J., & Fleischhacker, W.W. (2005). Patient outcomes in schizophrenia I: correlates with sociodemographic variables, psychopathology, and side effects. European Psychiatry. 20(5-6), 386-394.

Harrison & G. W. Roberts (Eds.), The neuropathology of schizophrenia. Progress and interpretation. Oxford University Press. 179(5), 472-473.

Katschnig, H. (2000). Schizophrenia and quality of life. Acta Psychiatrica Scandinavica. 102(407), 33-37.

Malta M, Cardoso L.O., Bastos F.I., Magnanini, M.M., & Silva, C.M. (2010). STROBE initiative: guidelines on reporting observational studies. Rev Saude Publica. 44(3), 559-65.

Matos, G., Guarnieiro, F., Hallak, J. E., & Bressan, R. A. (2015). Schizophrenia, the forgotten disorder: the scenario in Brazil. Rev. Bras. Psiquiatr. 37 (4), 269-270.

Mckenna, P. J. (2007). Schizophrenia and Related Syndromes. (2nd ed.). Routledge.

Mccutcheon R.A., Reis, M. T., & Howes O. D. (2019). Schizophrenia An Overview. JAMA Psychiatry. 77(2), 201-210

Meijer, C.J., Koeter, M.W., Sprangers, M.A., & Schene, A.H. (2009). Predictors of general quality of life and the mediating role of health related quality of life in patients with schizophrenia. Social Psychiatry and Psychiatric Epidemiology. 44(5), 361-368.

Moraes, D. G., & Cordeiro, E. L. (2013). Qualidade de vida dos usuários com esquizofrenia atendidos por centros de atenção psicossocial. Journal of Nursing UFPE/Revista de Enfermagem UFPE. 7(10), 6130-6138.

Moergades-Bamba, C.I., Fuster-Ruizdeapodaca, M. J., & Molero, F. (2019) Estigma internalizado e seu impacto na qualidade de vida da esquizofrenia. Psicologia, Saúde e Medicina. 24(8), 992-1004.

Narvaez, J.M., Twamley, E.W., McKibbin, C.L., Heaton, R.K., & Patterson, T.L. (2008). Subjective and objective quality of life in schizophrenia. Schizophrenia Research, 98, 201-208.

Organização Mundial da Saúde. (1996) Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde: CID-10 Décima revisão. Trad. do Centro Colaborador da OMS para a Classificação de Doenças em português. 3 ed. São Paulo: EDUSP.

Pereira, E.F., Teixeira, C.S., & Santos, A. (2012). Qualidade de vida: abordagens, conceitos e avaliação. Rev. Bras. Educ. Fís. Esporte. 26(2) 241-50.

Russo, M., Jovanovic, N., Uka, F; Konjufca, J., Berxulli, D., & Arenliu, A. (2022). Women with schizophrenia have worse clinical presentation compared to their men counterpart in Kosovo: a cross-sectional study. Global psychiatry archives. 5(1), 42-50.

Shaun, M, E., & Cristina, E. N. (2007). Psychiatric Symptoms and Quality of Life in Schizophrenia: A Meta-Analysis, Schizophrenia Bulletin. 33(5), 1225–1237.

Silva, A. F. O., Dias, E. E. C., & Silva, R. L. A. S. (2022). Calidad de vida: una reflexión sobre la ciudad de SÃO PAULO. Revista Saúde e Meio Ambiente- UFMS- Campus Três Lagoas RESMA. 14(1), 01-15

Silva, R. C. B. (2006). Esquizofrenia: uma revisão. Psicol. USP. 17(4), 263-285.

Silva, R.C., Pereira, A.D., & Moura, E.P. (2020). Qualidade de Vida e Transtornos Mentais Menores dos Estudantes de Medicina do Centro Universitário de Caratinga (UNEC) - Minas Gerais. Rev. Bras. Educ. Med. 44(2), 1-7.

Souza, L. A., & Coutinho, E. S. F. (2006). Fatores associados à qualidade de vida de pacientes com esquizofrenia. Brazilian Journal of Psychiatry. 28(1), 50-58.

Sousa, D., De Pinho, L. G., & Pereira, A. (2017). Qualidade de vida e suporte social em doentes com esquizofrenia. Psicologia, Saúde e Doenças. 18(1), 91-101.

Tamminga, C A. (1997) Gender and schizophrenia. Journal of Clinical Psychiatry. 58(15), 33-37.

The WHOQOL Group. (1995). The word Health Organization Quality of Life Assessment (WHOQOL): Position paper from the Health Organization. Soc. Sci. Med. 41(10), 1403-1409.

Yudofsky, S.C., &. Hales, R. E. (2006). Neuropsiquiatria e neurociências na prática clínica. (4. ed.) Porto Alegre: Artmed.

Downloads

Publicado

17/05/2022

Como Citar

FERNANDES, R. L.; BOA SORTE, N.; SANTOS, B. D. S. .; BRITO, B. A. O.; NAVARRO, L. . Qualidade de vida e fatores associados em indivíduos com esquizofrenia em tratamento em hospital-dia: a experiência de um centro psiquiátrico no nordeste do Brasil. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 7, p. e12011729084, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i7.29084. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/29084. Acesso em: 17 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde