Perfil de anticorpos anti-Toxoplasma gondii em grávidas atendidas no Sistema Único de Saúde do município de Santa Terezinha-PE
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i6.29175Palavras-chave:
Exame pre-natal; Gravidez; Prevençao; Toxoplasmose congênita.Resumo
A toxoplasmose, causada pelo protozoário Toxoplasma gondii, é considerada um problema de saúde pública, causando consequências graves em indivíduos imunocomprometidos e gestantes com infecção aguda, principalmente sobre a saúde do feto. O exame específico no pré-natal é imprescindível do ponto de vista preventivo. O estudo teve como objetivo identificar o perfil de anticorpos anti-Toxoplasma gondii em mulheres gestantes acompanhadas no pré-natal, entre janeiro de 2014 a janeiro de 2019, atendidas nas seis Unidades de Saúde da Família (USF), Município de Santa Terezinha-PE. Foi realizado um estudo observacional descritivo do tipo série de casos através da revisão de 583 prontuários médicos, com coleta de informações referentes a pesquisa sorológica para toxoplasmose (IgG e IgM). Das 583 gestantes 15/583 (2,6%) não realizaram a sorologia de rotina pré-natal para anticorpos IgM, 565/583 (96,9%) foram negativas e 3/583 (0,5%) foram positivas. Para a pesquisa de anticorpos IgG, 48/583 (8,2%) gestantes foram positivas, 429/583 (73,6%) foram negativas e 106/583 (18,2%) não realizaram o exame. Na repetição do exame durante as fases gestacionais, 248/583 (42,5%) gestantes realizaram um novo exame. A maior problemática se relaciona a alta proporção de suscetibilidade das gestantes, e a deficiência no recebimento dos resultados de ambas as imunoglobulinas favorece a subnotificação de casos de gestantes suscetíveis. Deve-se reforçar informações sobre a profilaxia e monitorar o perfil sorológico das gestantes na região, a fim de se obter um diagnóstico precoce, evitando complicações à gestante e ao feto.
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