O desenvolvimento de depressão puerperal após violência obstétrica: Uma revisão
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i6.29176Palavras-chave:
Depressão Pós- Parto; Violência Obstétrica; Período pós-parto.Resumo
Objetivo: Avaliar a relação do desenvolvimento de depressão pós parto após a violência obstétrica. Métodos: Trata-se de uma revisão de literatura do tipo integrativa, conduzida através de busca de artigos científicos nas bases de dados eletrônicas Biblioteca Nacional de Medicina do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (PubMED), Biblioteca Eletrônica Científica Online (SciELO), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Colaboração Cochrane e na ferramenta de pesquisa Google Acadêmico, entre os anos de 2012 e 2022. Os descritores utilizados na pesquisa se encontram indexados no Descritores em Ciências da Saúde (DeCS), sendo eles “Depressão Pós-Parto” e “Violência Obstétrica” e seus correspondentes na língua inglesa, “Depression, Postpartum” e “Obstetric Violence”, associados pelo operador booleano “AND”. Resultaram o total de 136 artigos encontrados; destes, 24 foram selecionados seguindo os critérios de inclusão, submetidos a análise qualitativa e discutidos. Resultados e Discussão: Apesar dos direitos protetores contra a violência obstétrica, muitas mulheres sofrem ameaças à sua integridade física, psicológica, direito à informação e liberdade de escolha no ato do parto, predispondo-as ao desenvolvimento de depressão puerperal, seja pelo precário conhecimento das gestantes acerca dos seus direitos e das práticas obstétricas adequadas no momento do parto a determinantes psicossociais, como nível de escolaridade, a renda econômica e a etnia. Conclusão: Portanto, é necessária a disseminação de informação às gestantes acerca de seus direitos e do que caracteriza violência obstétrica, para que possam se posicionar quando necessário, reduzindo as taxas de traumas relacionados ao parto e, assim, de depressão puerperal.
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