Novas observações sobre as funções atribuídas ao córtex insular: uma revisão integrativa de literatura
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i6.29192Palavras-chave:
Insula; Sistema nervoso autônomo; Células de von ecônomo; Fisiologia; Funções.Resumo
Introdução: A ínsula é um lobo cerebral que cresce menos durante o desenvolvimento e, por isso, é recoberto pelos lobos frontal, temporal e parietal. Algumas de suas funções são processamento somatossensorial, processamento de informações viscerais, interocepção e empatia. Objetivo: Reconhecer a estrutura e as funções do córtex insular, visto que é uma área do córtex cerebral humano ainda não completamente entendida. Metodologia: Trata-se de uma revisão de literatura, realizada no mês de março de 2022, nas seguintes bases de dados: National Library of Medicine (PubMed MEDLINE), Scientific Electronic Library Online (Scielo), Cochrane Database of Systematic Reviews (CDSR), Google Scholar, Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e EBSCO Information Services. Resultados e discussão: Evidências atuais sugerem que a ínsula desempenha um forte papel em sentimentos conscientes, ao antecipar o corpo aos efeitos de eventos emocionais. O córtex insular, ativado por desequilíbrio homeostático, ou por dicas de recompensa, tem um papel fundamental neste processo de equilíbrio, por isso, não é surpreendente que a ínsula é fortemente envolvida em comportamentos de dependência. Além disso, um nível apropriado de atividade insular é necessário para fornecer um sinal de alerta para iniciar respostas cerebrais a estímulos salientes. Conclusão: É evidente que a compreensão acerca da anatomia e da funcionalidade do córtex insular é primordial para a elucidação de vários aspectos neurosensitivos do ser humano, pois a ínsula é funcionalmente heterogênea, com padrões distintos de conectividade com redes cerebrais em grande escala associadas a numerosas funções e comportamentos.
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