Significados do cuidado ao paciente com morte encefálica para enfermeiros de unidade de terapia intensiva
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i6.29241Palavras-chave:
Assistência ao Paciente; Cuidados Críticos; Cuidados de Enfermagem; Morte Encefálica; Unidades de terapia intensiva.Resumo
O objetivo deste estudo foi identificar os significados do cuidado ao paciente em morte encefálica na perspectiva de enfermeiros de Unidade de Terapia Intensiva adulto. Metodologia: Estudo qualitativo, descritivo, exploratório, com 35 enfermeiros atuantes em unidades de terapia intensiva adulto de hospitais públicos e privados das Regiões Sudeste e Sul do Brasil, realizado de março a setembro de 2020. As entrevistas foram audiogravadas, e, posteriormente transcritas e transportadas para o Software Interface de R pourles Analyses Multidimensionnelles de Textes et de Questionnaires. Resultados: Emergiram duas categorias: Protocolo de morte encefálica direcionando o cuidado e vivenciando o cuidado ao paciente com morte cerebral. O diagnóstico de morte encefálica foi descrito como algo normal, que segue protocolo seguro e sistematizado, direcionado aos cuidados de enfermagem na possibilidade da doação de órgãos. Os enfermeiros consideraram o cuidado ao paciente em morte encefálica como um evento triste, principalmente por ser uma situação irreversível, e por presenciar o sofrimento e a dor dos familiares. Considerações finais: Identificou-se que o cuidado ao paciente em morte encefálica é envolto por sentimentos, emoções e opiniões, que podem contribuir ou divergir ao diagnóstico, o que reforça a necessidade de reflexionar e quebrar os paradigmas relacionados ao tema.
Referências
Alves, N., Oliveira, L., Santos, A. D., Leal, H., & Souza, T. (2018). Manejo dos pacientes em morte encefálica. Rev. Enferm. UFPE On Line. 12 (4): 953-61.
Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) (2017). Registro Brasileiro de Transplantes. Dimensionamento dos Transplante no Brasil e em cada estado [Internet]. São Paulo: ABTO.
Cavalcante, L. P., Ramos, I. C., Araújo, M. A. M., Alves, M. D. S., & Braga, V. A. B. (2014). Cuidados de enfermagem ao paciente em morte encefálica e potencial doador de órgãos. Acta Paul. Enferm. 27(6):567-72.
Chuisto, I. T. N., Silva, V. A., Ribeiro, B. M. S. S.., Miranda, J. A. M., Silva, J. D. D.., & Marcon, S. S. (2020) Dealing with death and dying in an intensive care unit in Paraná. Rev. Enferm. UFPI. 9(1): 1-9.
Conselho Federal de Medicina (CFM) (2017). Resolução n. 2.173 de 23 de novembro de 2017. Define os critérios do diagnóstico de morte encefálica. Diário Oficial da União [Internet]. Brasília.
Costa, C. R., Costa, L. P., & Aguiar, N. (2016). A enfermagem e o paciente em morte encefálica na UTI. Rev. Bioét. 24 (2): 368-73.
Coyle, MA (2000). Meeting the needs opf the familuy: the role of the specialist nurse in the management of brain death. Intens. Crit. Care Nurs. 16 (1): 45-50.
Flodén, A., Berg, M., & Forsberg, A (2011). ICU nurses’ perceptions of responsibilities and organisation in relation to organ donation- a phenomenographic study. Intensive Crit Care Nurs. 27(6): 305-16.
Gomes, C. S., Araújo, D. M., Oliveira, H. B., & Sampaio, N. F. (2018). Perspectiva da enfermagem no processo de doação de órgãos e tecidos: relato de experiência. Rev. Enferm. UFPI. 7(1): 71-4.
Junqueira, M., Cavalcanti, I. F. F. M.., Santos, J. R.., Silva, P. P. B. A., & Silva, F. P. (2016). Morte encefálica: o enfermeiro prestando assistência ao potencial doador de órgãos e tecidos. Rev. Saúde. 10(1): 113-113.
Lima, A. A. F. (2012). Doação de órgãos para transplante: conflitos éticos na percepção do profissional. Mundo Saúde. 36 (1): 27-33.
Lima, A. A. F., Silva, M. J. P., & Pereira, L. L. (2009). Sufrimiento y contradicción: el significado de la muerte y del morir para los enfermeros que trabajan en el proceso de donación de órganos para trasplante. Enferm. Glob. 8(1): 1-17.
Lomero, M. D. M.., Jiménez-Herrera, M., Rasero, M. J., & Sandiumenge, A. (2017). Nurses’ attitudes and knowledge regarding organ and tissue donation and transplantation in a provincial hospital: A descriptive and multivariate analysis. Nurs. Health Sci. 19(3): 322-30.
Magalhães, A. L. P.., Erdmann, A. L., Souza, F. G. M. S.., Lanzoni, G. M. M.., Silva, E. L., & Mello, A. L. S. F. (2018). Significados do cuidado de enfermagem ao paciente em morte encefálica potencial doador. Rev. Gaúcha Enferm. 39: 1-9.
Magalhães, A. L. P., Oliveira, R. J. T.., Ramos, S. F., Lobato, M. M., Knihs, N. S., & Silva, E. L (2019). Gerência do cuidado de enfermagem ao paciente em morte encefálica. Rev. Enferm. UFPE On-line. 13(4): 1124-32.
Masoumian, H. S. T., Manzari, Z., & Khaleghi, I (2015). ICU Nurses’ knowledge, attitude, and practice towards their role in the organ donation process from brain dead patients and factors influencing it in Iran. Int. J. Org. Transplant. Med. 6(3): 105-13.
McMahan, J (2006). An alternative to brain death. J. Law Med. Ethics. 34(1): 44-8.
Moghaddam, H. Y., Manzari, Z. S., Heydari, A., & Mohammadi, E (2018). Explaining nurses’ experiences of caring for brain dead patients: a content analysis. Electronic Physician. 10(8): 7205-16.
Souza, F. M., Bento, C. J., & Milagres, S. C. (2019). Percepções do enfermeiro intensivista frente à morte encefálica e à doação de órgãos. Rev. Enferm. Brasil. 18(1): 12-23.
Souza, J. S. B., Lira, G. G., & Mola, R. (2015). Notificação da morte encefálica em ambiente hospitalar. Rev. Rene. 16(2): 194-200.
Souza, R. S. S., Marziale, M. H. P., Silva, G. T. R., & Nascimento, P. L (2021). Tradução e validação para o português brasileiro e avaliação do checklist COREQ. Acta Paul. Enferm. 34: 1-9.
Whetstine, L. M. (2007). Bench-to-beside review: when is dead really dead, on the legitimacy of using neurologic criteria to determine death. Crit. Care. 11(2): 1-3.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Natalie Garcia Domingos; Nen Nalú Alves das Mercês
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
