Avaliação a longo prazo das alterações no perfil facial tegumentar induzidas pelo aparelho de Herbst seguido de aparatologia fixa
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i7.29953Palavras-chave:
Ortodontia; Má oclusão Classe II de Angle; Avanço mandibular; Cefalometria; Seguimentos.Resumo
O presente estudo teve como objetivo avaliar, por análise cefalométrica, as alterações do perfil facial tegumentar em adolescentes com má oclusão de Classe II divisão 1ª, tratados com aparelho de Herbst (Estágio I) e aparatologia fixa (Estágio II), acompanhados por, em média, 4 anos (Estágio III). Os adolescentes foram divididos em dois grupos: grupo tratado (GT) - 33 adolescentes com má oclusão de Classe II (17 meninos e 16 meninas) tratados consecutivamente com aparelho de Herbst e aparatologia fixa; grupo controle (GC) - 28 adolescentes (13 meninos e 15 meninas) com má oclusão de Classe II, sem tratamento. Telerradiografias em norma lateral foram obtidas imediatamente antes (T1) e após (T2) o tratamento com Herbst, após aparatologia fixa (T3), e em média, 4 anos após o tratamento ortodôntico. A comparação intergrupos foi realizada por teste t ou Mann-Whitney. O GT foi avaliado por análise de variância seguida do pós-teste de Tukey ou teste de Friedman seguido do pós-teste de Dunn. Comparado ao GC, o GT apresentou alterações favoráveis significativas no Estágio I: redução da convexidade facial, retrusão do lábio superior, protrusão do lábio inferior, melhora no pogônio tegumentar e aumento do ângulo mentolabial. No período total pós-tratamento (T2-T4), o GT apresentou: aumento da linha H-Prn e retrusão dos lábios superior e inferior, enquanto as demais variáveis permaneceram estáveis. O tratamento com o aparelho de Herbst melhorou as características do perfil facial tegumentar, que foram mantidas após aparatologia fixa e 4 anos após o tratamento, embora a característica facial convexa tenha prevalecido.
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