Prevalência de automedicação para COVID-19 entre adultos jovens durante a pandemia no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i7.29955Palavras-chave:
Prevalência; Automedicação; Brasil; Uso de medicamentos; COVID-19; SARS-CoV-2.Resumo
O objetivo do estudo é mensurar a prevalência da automedicação para COVID-19 e fatores associados entre adultos jovens durante a pandemia no Brasil. Trata-se de um estudo transversal envolvendo adultos jovens entre a faixa etária de 18 e 35 anos, que residem no Brasil durante o período de pandemia da COVID-19, conduzido através de questionários online, disponibilizados pelas redes sociais. Os resultados demonstram que a automedicação para COVID-19 foi feita por 32,7% dos participantes, tendo maior frequência no sexo feminino (50,9%), pessoas entre 27-35 anos (44,7%) e solteiras (57,0%). O medicamento mais usado para automedicação foi o paracetamol (55,3%). Os participantes relataram que o sintoma que mais levou à automedicação foi a dor de cabeça (62,5%), o maior motivo para automedicação foi a prevenção de COVID-19 (36,8%), sendo a principal razão já ter o medicamento em casa (65,8%). A porcentagem de automedicação encontrada foi expressiva, aumentando a chance de reações adversas aos medicamentos. Portanto, condutas de educação em saúde e uso racional de medicamentos são medidas relevantes.
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