Diagnóstico do consumo de quelônios (Testudines) no município de Abaetetuba, Pará: Implicações para a conservação de espécies

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i7.30083

Palavras-chave:

Quelônios; Extrativismo; Carne de caça; Campestre.

Resumo

O objetivo deste trabalho foi realizar um levantamento acerca das concepções dos moradores do município de Abaetetuba no estado do Pará, sobre uso e consumo dos quelônios da região. A área de estudo abrangeu 38 bairros e 72 ilhas, que constituem a chamada região das ilhas do Município de Abaetetuba no estado do Pará, região Norte do Brasil. Para aquisição dos dados foram aplicados formulários online no mês de outubro de 2020 e posteriormente os dados foram processados através do programa Microsoft Office Excel (Versão 2016). Foram obtidas 146 respostas que abrangeram 14 bairros e 9 comunidades, incluindo ilhas e ramais. Cerca de 68% (N=100) eram do sexo feminino e 32% (N=46) do sexo masculino. Dos entrevistados, 90% (N=129) residem na zona urbana e 10% (N= 17) na zona rural. Em relação ao consumo, 14% (N=20) já consumiram quelônios enquanto 86% (N=126) afirmou nunca ter consumido. Entre os consumidores desse tipo de carne (N=20), 100% afirmou que conhece outras pessoas que já consumiram, bem como dos (N=126) não consumidores, 56% (N=71) conhece pessoas que já se alimentaram desse tipo de carne. Com relação ao consumo de carne, a espécie mais citada foi o Jabuti (51,71%), seguida pela Perema (14,19%) e Tracajá (4,6%). Este estudo apresenta dados preliminares para desenvolvimento de planos de manejo e conservação das populações de quelônios na região de Abaetetuba.

Referências

Ataídes, A. G., Silva, R. L. & Malvasio, A. (2020). Percepções sobre aspectos da conservação dos quelônios na região do Baixo Xingu, Sudeste da Amazônia Brasileira. Revista Ibero-Americana de Ciências Ambientais, v. 12, n. 1, p. 663–679. http://sustenere.co/index.php/rica/article/view/4908.

Ataídes, A. G., Malvasio, A. & Parente, T. G. (2010). Percepções sobre o consumo de quelônios no entorno do Parque Nacional do Araguaia, Tocantins: conhecimentos para conservação. Gaia Scientia, v. 4, n. 1, p. 7-20.

Brito, T. P., Lima, E. B. S. & Santa Rosa, J. C. G. (2016). Avaliação do consumo de quelônios no município de Castanhal–Pará–Brasil. Revista Ouricuri, v. 6, n. 1, p. 071-103.

Brito Júnior, L. C. & Estácio, A. G. (2013). Tabus alimentares na medicina: uma hipótese para a fisiopatologia dos alimentos nocivos. Revista da Associação Médica Brasileira, v. 59, n. 3, p. 213-216.

Cantarelli, V. H., Malvásio, A. & Verdade, L. (2014). M. Programa de conservação Podocnemis expansa do Brasil: direções retrospectivas e futuras. Chelonian Conservation and Biology, v. 13, n. 1, pág. 124-128.

Carvalho, A. V., Lopes, T. K. M. & Malvasio, A. (2021). Importância social de Podocnemis expansa, tartaruga-da-amazônia, no rio Javaés, Tocantins, Brasil. Amazônica - Revista de Antropologia, v. 12, n. 2, p. 609. https://periodicos.ufpa.br/index.php/amazonica/article/view/7265.

Corrêa, E. M. S., Fernandes, T. A. & Barbosa, M. V. M. (2020). Conservação e manejo de quelônios no estado do Tocantins – Revisão bibliográfica. Revista Extensão, v. 4, n. 2, p. 14-19.

Chaves, W. A., et al. (2021). Impactos da migração rural para urbana, urbanização e mudança geracional no consumo de animais silvestres na Amazônia. Biologia da Conservação, v. 35, n. 4, pág. 1186-1197.

de Aquino Chaves, W., Silva, F. P. C., Constantino, P. A. L., da Silva Brazil, M. V. & Drumond, P. M. (2018). A caça e a conservação da fauna silvestre no estado do Acre. Biodiversidade Brasileira-BioBrasil, v. 8, n. 2, p. 130-148.

Fachín-Terán, A. & Vogt, R. C. (2004). Estrutura populacional, tamanho e razão sexual de Podocnemis unifilis (Testudines, Podocnemididae) no rio Guaporé (RO), norte do Brasil. Phyllomedusa, v. 3, n. 1, pág. 29-42.

Ferreira Júnior, P. D. (2009). Aspectos ecológicos da determinação sexual em tartarugas. Acta Amazonica, v. 39, n. 1, p. 139-154.

Fidenci, P. (2000). Chelonian notes along the Caura River, Venezuela, 2001. Turtle and Tortoise Newsletter, Washington, v. 5, p. 6-8.

Hernández, O. & Espín, R. (2003). Consumo ilegal de tortugas por comunidades locales em el río Orinoco médio, Venezuela. The illegal consumption of river turtles by local communities in the Middle Orinoco River, Venezuela. Acta Biologica Venezuelica, v. 23, n. 2-3, p. 17-26.

IBGE. (2017). INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. IBGE. Cidades.

IBAMA. (1989). Projeto Quelônios da Amazônia - 10 anos, Inst. Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis XVI. Brasília: IBAMA.

Luz, V. L. A. (2021). Percepção e educação ambiental de quelônios de monitoramento e conservação do município de Santa Maria das Barreiras, Pará, Brasil. Dissertação de Mestrado – Programa de Pós-Graduação em Ciências do Ambiente/ UFTO.

Luz, V. L. F. (2005). Criação comercial de tartaruga e tracajá: manual técnico. SEBRAE.

Manfrinate, R., Sato, M. & Pazos, A. S. (2020). A Justiça Climática e Educação Ambiental nas aprendizagens do cotidiano das mulheres das comunidades tradicionais do Mato Grosso/Brasil e Galícia/Espanha. Pesquisa em Educação Ambiental, 14 (2), 171-191. https://www.araceliserantes.com/Araceli_Serantes/Artigos_Educacion_Ambiental_files/14592-Texto%20do%20artigo-78796-2-10-20200601.pdf.

Martins, M. & Molina, F. D. B. (2008). Panorama geral dos répteis ameaçados do Brasil. Livro vermelho da fauna brasileira ameaçada de extinção. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2, 327-73.

Minayo, M. C. S. Trabalho de Campo: contexto de observação, interação e descoberta. In: Minayo, M. C. S. (2007). (Ed.). Pesquisa Social: teoria, método e

criatividade. Rio de Janeiro: Vozes.

MMA, I., Bataus, Y. S. D. L., Nogueira, C. D. C., Marcovaldi, M. A., Vogt, R. C., Coutinho, M. E. & Colli, G. R. (2018). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção: Volume IV? Repteis.

Pereira, A.S, Shitsuka, D. M., José Parreira, F. J.,Shitsuka, R. (2018). Metodologia da pesquisa científica. UFSM. https://repositorio.ufsm.br/bitstream/hand%20le/1/15824/Lic_Computacao_Metodologia-Pesquisa-Cientifica.pdf?sequence=1

Pritchard, P. C. H. & Trebbau, P. (1984). The turtles of Venezuela. Society for the Study of Amphibians and Reptiles, Ann Arbor, MI. Contrib. Herpetol, 2.

Rebêlo, G. & Pezzuti, J. (2000). Percepções sobre o consumo de quelônios na Amazônia: sustentabilidade e alternativas ao manejo atual. Ambiente & Sociedade, (6-7), 85-104.

Santos, E. (1994). Anfíbios e Répteis do Brasil (Vida e Costumes). Villa Rica, 4º Ed. Revista e Aumentada, p. 263.

Silva, T. L., Pinho, R. E. O., Melo, C. M., Oliveira, M. N., Silva, L. L., Vasconcelos, V. S. & de Souza Silva, A. (2018). PERSPECTIVAS DE ESTUDANTES SOBRE A CONSERVAÇÃO DE QUELÔNIOS EM UMA ESCOLA DA ZONA PERIFÉRICA DE CRUZEIRO DO SUL–ACRE. Communitas, 2 (3), 304-313.

Silva, A. L. D. (2007). Comida de gente: preferências e tabus alimentares entre os ribeirinhos do Médio Rio Negro (Amazonas, Brasil). Revista de antropologia, 50 (1), 125-179.

Smith, N. J. (1979). Quelônios aquáticos da Amazônia: um recurso ameaçado. Acta amazónica, 9, 87-97.

Teixeira, Z. M. (2018). Etnozoologia, educação ambiental e manejo comunitário de quelônios (Reptilia) na reserva extrativista riozinho da liberdade - Acre. Rio Branco-ACRE, p. 84. Dissertação de Mestrado - Programa de Pós Graduação em Sanidade e Produção Animal Sustentável na Amazônia Ocidenta/UFAC.

Terán, A. F. (2008). Participação comunitária na preservação de praias para reprodução de quelônios na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, Amazonas, Brasil. Sci Mag UAKARI, 1 (1), 19-30.

Vogt; R. C. (2008). Tartarugas da Amazônia. 1º ed. Manaus: INPA-Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia. p. 104.

Downloads

Publicado

22/05/2022

Como Citar

SILVA, B. C. da; LEAL, I. T. de L.; GAMA, V. T. P. da; LOBATO, J. C. dos S.; MARTINS, L. G. .; ALFAIA, J. G. P.; SOUZA, A. C. P. de; PEREIRA, A. de N. S. . Diagnóstico do consumo de quelônios (Testudines) no município de Abaetetuba, Pará: Implicações para a conservação de espécies. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 7, p. e24111730083, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i7.30083. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/30083. Acesso em: 30 jun. 2024.

Edição

Seção

Ciências Agrárias e Biológicas