Relações entre endometriose e a ocorrência de placenta prévia: uma revisão sistemática

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i7.30199

Palavras-chave:

Revisão.

Resumo

Objetivo: Analisar a associação entre endometriose e a ocorrência de placenta prévia. Metodologia: Trata-se de uma revisão sistemática realizada por meio do método PRISMA, nas bases de dados eletrônicas PubMed, Scopus e Web of Science, por meio dos seguintes descritores: “endometriosis”, “endometrioma”, “chocolate cyst”, “placenta previa”, “low lying placenta” e “abnormal placenta”. Foram incluídos artigos completos, disponíveis em português, inglês ou espanhol; publicados entre janeiro de 2016 a dezembro de 2021; que realizaram estudo comparativo entre um grupo experimental e um grupo controle; estudos que mostraram as incidências de placenta prévia com dados estatísticos. Resultados: 11 artigos compuseram a amostra final desse estudo, com maior frequência de publicação em 2019 (n: 03). Grande parte das pesquisas utilizaram o estudo de coorte retrospectivo, apresentando nível de evidência moderado (III). Todos os estudos compararam gestantes com ou sem endometriose, onde todos demonstraram que as mulheres com endometriose tiveram uma maior taxa de placenta prévia, com Odds Ratio (Razão de probabilidade) variando entre 0,56 a 6,42 e significância estatística. Conclusão: Os achados dessa pesquisa sugerem que, embora com base em um pequeno número de estudos, a endometriose possa ser um possível fator de risco para a ocorrência de placenta prévia, excluindo os fatores de confusão, que não foi considerado para análise. Esses achados podem auxiliar os profissionais de saúde a estarem mais atentos à possíveis complicações durante o curso da gestação e momento do parto.

Biografia do Autor

José William Araújo do Nascimento, Universidade Federal de Pernambuco

Enfermeiro pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), Especialista em Anatomia Humana pela Uninter e Mestrando em Informática Médica pela Universidade Federal de Pernambuco (Cin-UFPE).

Geicianfran da Silva Lima Roque, Universidade Federal de Pernambuco

Enfermeira pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), pós-graduanda em Estomaterapia pelo Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein e mestranda em Ciências da Computação pelo Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco (CIN/UFPE)

Carina Gleice Tabosa Quixabeira, Universidade Federal de Pernambuco

Enfermeira pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)

Isabela Oliveira da Silva Flor, Universidade Católica de Pernambuco

Graduanda em Enfermagem pela Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP)

Bianca Priscila Vasconcelos da Cunha, Universidade Católica de Pernambuco

Enfermeira pela Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP)

Sabrina Laleska da Silva Souza, Universidade Católica de Pernambuco

Enfermeira pela Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP)

Carla Lins da Silva, Universidade Federal de Pernambuco

Formada em Gestão Hospitalar e em Enfermagem pela Universidade católica de Pernambuco (Unicap) e Pós graduanda de Enfermagem em Saúde da Mulher- modalidade Residência no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Wályssa Cheiza Fernandes Santos, Universidade Federal de Pernambuco

Enfermeira pela Faculdade de Enfermagem Nossa Senhora das Graças (Universidade de Pernambuco), especialista em Saúde da Mulher pelo programa de Residência de Enfermagem em Saúde da Mulher no Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira- IMIP e Enfermeira pelo EBSERH-HC/UFPE.

Manoela Rodrigues de Santana, Universidade de Pernambuco

Enfermeira pela Universidade Católica de Pernambuco e residente em Enfermagem Obstétrica pelo Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira - IMIP.

Marcela Mayne de Almeida Sial, Faculdade Pernambucana de Saúde

Graduanda de enfermagem pela Faculdade Pernambucana de Saúde (FPS/IMIP)

Referências

Adnan, N., Conlan-Trant, R., McCormick, C., Boland, F. & Murphy, D.J. (2018). Intramuscular versus intravenous oxytocin to prevent postpartum haemorrhage at vaginal delivery: Randomised controlled trial. BMJ. 362, k3546.

Aguilar, H.N. & Mitchell B.F. (2010). Physiological pathways and molecular mechanisms regulating uterine contractility. Hum. Reprod. Update. 16,725–744.

Benaglia, L., Candotti, G., Papaleo, E., Pagliardini, E., Leonardi, M., Reschini, M., et al. (2016). Pregnancy outcome in women with endometriosis achieving pregnancy with IVF. Hum Reprod. 31, 2730-2736.

Brasil. Ministério da Saúde (MS). (1998). Lei no 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, que altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências. Diário Oficial da União. Brasília: Ministério da Saúde. Recuperado de http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9610.htm

Cha, J., Sun, X. & Dej, S. K. (2012). Mechanisms of implantation: strategies for successful pregnancy. Nat Med. 18, 1754-1765.

Chen, I., Lalani, S., Xie, R. H., Shen, M., Singh, S. S. & Wen, S. W. (2018). Association between surgically diagnosed endometriosis and adverse pregnancy outcomes. Fertil Steril. 109(1), 142-147.

Epelboin, S., Labrosse, J., Fauque, P., Levy, R., Gervoise-Boyer, M. J., Devaux, A., et al. (2021). Endometriosis and assisted reproductive techniques independently related to mother-child morbidities: a French longitudinal national study. Reprod Biomed Online. 42(3), 627-633.

Fernando, S., Breheny, S., Jaques, A.M., Halliday, J. L., Baker, G. & Healy, D. (2009). Preterm birth, ovarian endometriomata, and assisted reproduction technologies.

Fertil Steril. 91, 325-330.

Harada, T., Taniguchi, F., Onishi, K., Kurozawa, Y., Hayashi, K. & Harada, T. (2016). Obstetrical complications in women with endometriosis: a cohort study in Japan. PLoS One. 11, e0168476.

Kearney, L., Kynn, M., Reed, R., Davenport, L., Young, J. & Schafer, K. (2018). Identifying the risk: A prospective cohort study examining postpartum haemorrhage in a regional Australian health service. BMC Pregnancy Childbirth. 18, 214.

Lagana, A.S., Garzon, S., Gotte, M., Vigano, P., Franchi, M., Ghezzi, F., et al. (2019). The Pathogenesis of Endometriosis: Molecular and Cell Biology Insights. Int. J. Mol. Sci. 20, 5615.

Li, H., Zhu, H.L., Chang, X.H., Li, Y., Wang, Y., Guan, J., et al. (2017). Effects of previous laparoscopic surgical diagnosis of endometriosis on pregnancy outcomes. Chin Med J (Engl). 130, 428-433.

Lin, S., Xie, X., Guo, Y., Zhang, H., Liu, C., Yi, J., et al. (2020). Clinical characteristics and pregnancy outcomes of infertile patients with endometriosis and endometrial polyps: a retrospective cohort study. Taiwan J Obstet Gynecol. 59(6), 916-921.

Maggiore, U. L. R., Ferrero, S., Mangili, G., Bergamini, A., Inversetti, A., Giorgione, V., et al. (2016). A systematic review on endometriosis during pregnancy: diagnosis, misdiagnosis, complications and outcomes. Hum Reprod Update. 22(1), 70-103.

Miura, M., Ushida, T., Imai, K., Wang, J., Moriyama, Y., Nakano-Kobayashi, T., et al. (2019). Adverse effects of endometriosis on pregnancy: a case-control study. BMC Pregnancy Childbirth. 19, 373.

Moher, D., Shamseer, L., Clarke, M.; Ghersi, D., Liberati, A., Petticrew, M., et al (2015). Preferred reporting items for systematic review and meta-analysis protocols (PRISMA-P) 2015 statement. Syst. Rev. 4(1), 1-9.

Nascimento, J. W. A., Santos, R. S., Santos, T. M. R., Silva, A. L. B., Rodrigues, L. D. C., Silva, V. W., et al. (2021). Complications associated with intimate partner violence in pregnant women: a systematic review. Int. J. Dev. Res. 11(7), 48924-48928.

Nirgianakis, K., Gasparri, M. L., Radan, A. P., Villiger, A., McKnnon, B., Mosimann, B., et al. (2018). Obstetric complications after laparoscopic excision of posterior deep infiltrating endometriosis: a case–control study. Fertil Steril. 110(3), 459-466.

Pati, D. & Lorusso, L. N. (2018). How to Write a Systematic Review of the Literature. HERD. 11(1), 15-30.

Rombauts, L., Motteram, C., Berkowitz, E. & Fernando S. (2014). Risk of placenta praevia is linked to endometrial thickness in a retrospective cohort study of 4537 singleton assisted reproduction technology births. Hum. Reprod. 29, 2787–2793.

Rosenberg, T., Pariente, G., Sergienko, R., Wiznitzer, A. & Sheiner, E. (2011). Critical analysis of risk factors and outcome of placenta previa. Arch. Gynecol. Obs. 284, 47–51.

Royster, G. D., Krishnamoorthy, K., Csokmay, J. M., Yauger, B. J., Chason, R. J., DeCherney, A. H., et al. (2016). Are intracytoplasmic sperm injection and high serum estradiol compounding risk factors for adverse obstetric outcomes in assisted reproductive technology? Fertil. Steril. 106, 363–370.e3.

Sanchez, A. M., Viganò, P., Somigliana, E., Panina-Bordignon, P. & Candiani, M. (2014). The distinguishing cellular and molecular features of the endometriotic ovarian cyst: from pathophysiology to the potential endometrioma-mediated damage to the ovary. Hum Reprod Update. 20, 217-230.

Shafrir, A. L., Farland, L.V., Shah, D.K., Harris, H. R., Kvaskoff, M., Zondervan, K., et al. (2018). Risk for and consequences of endometriosis: A critical epidemiologic review. Best Pract Res Clin Obstet Gynaecol. 51, 1-15.

Shmueli, A., Salman, L., Hiersch, L., Ashwal, E., Hadar, E. & Wiznitzer, A. (2019). Obstetrical and neonatal outcomes of pregnancies complicated by endometriosis. J Matern Fetal Neonatal Med. 32(5), 845-850.

Stillwell, S., Fineout-Overholt, E., Melnyk, B.M. & Wiliamson, K.M. (2010). Evidence– based practice: step by step. Am J Nurs; 110(5), 41-47.

Uccella, S., Manzoni, P., Cromi, A., Marconi, N., Gisone, B., Miraglia, A., et al. (2019). Pregnancy after endometriosis: maternal and neonatal outcomes according to the location of the disease. Am J Perinatol. 36(2), 91-98.

Vercellini, P., Parazzini, F., Pietropaolo, G., Cipriani, S., Frattaruolo, M.P. & Fedele, L. (2012). Pregnancy outcome in women with peritoneal, ovarian and rectovaginal endometriosis: a retrospective cohort study. BJOG. 119, 1538-1543.

Vercellini, P., Viganò, P., Somigliana, E. & Fedele, L. (2014). Endometriosis: pathogenesis and treatment. Nat Rev Endocrinol. 10(5), 261-275.

Vilasagar, S., Bougie, O. & Singh, S. S. (2020). A Practical Guide to the Clinical Evaluation of Endometriosis-Associated Pelvic Pain. J Minim Invasive Gynecol. 27(2), 270-279.

Yi, K.W., Cho, G.J., Park, K., Han, S. W., Shin, J. H., Kim, T., et al. (2020). Endometriosis is associated with adverse pregnancy outcomes: a national population-based study. Reprod Sci. 27, 1175-1180.

Zondervan, K.T., Becker, C. M. & Missmer, S.A. (2020). Endometriosis. N Engl J Med. 382(13), 1244-1256.

Zullo, F., Spagnolo, E., Saccone, G., Acunzo, M., Xodo, S., Ceccaroni, M., et al. (2017). Endometriosis and obstetrics complications: a systematic review and meta-analysis. Fertil. Steril. 108.

Downloads

Publicado

26/05/2022

Como Citar

NASCIMENTO, J. W. A. do .; ROQUE, G. da S. L.; QUIXABEIRA, C. G. T. .; FLOR, I. O. da S.; CUNHA, B. P. V. da .; SOUZA, S. L. da S.; SILVA, C. L. da .; SANTOS, W. C. F. .; SANTANA, M. R. de .; SIAL, M. M. de A. Relações entre endometriose e a ocorrência de placenta prévia: uma revisão sistemática. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 7, p. e33111730199, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i7.30199. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/30199. Acesso em: 17 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde