Diversidade da comunidade de macroinvertebrados bentônicos no reservatório de Volta Grande, Bacia do Baixo Rio Grande

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i7.30213

Palavras-chave:

Interações ecológicas; Índice de diversidade; Zoobentos.

Resumo

A comunidade de macroinvertebrados bentônicos é composta por alguns organismos mais sensíveis e outros mais resistentes as mudanças ambientais. Nesse sentido, são utilizados como bioindicador. O presente trabalho teve como objetivo verificar a diversidade de espécies local (diversidade alfa) da comunidade de macroinvertebrados em dois trechos da Bacia do Baixo Rio Grande com composição de substrato distintos. O estudo ocorreu em dois pontos da Bacia do Baixo Rio Grande. No ponto 1 foram coletadas amostras de sedimentos ao longo de doze meses, onde foram calculados o índice de diversidade dos parâmetros riqueza (S), abundância, dominância, diversidade de Shannon-Wiener (H'), diversidade de Simpson (D') e equitabilidade (J) e por meio da análise não paramétrica Kruskal-Wallis foram comparados entre todos os meses do ano e também estação chuvosa e de estiagem. No ponto 2 foram coletados substratos artificiais e foram calculados os índices de diversidade, compreendendo também as estações chuvosas e de estiagem. No ponto 1 não houve diferença significa entre as estações chuvosas e de estiagem, mas apresentou diferenças entre a abundância e equitabilidade entre todos os meses amostrados. No ponto 2 foi evidenciado que o valores dos índices de diversidades se apresentaram maiores nos meses de estiagem. Em síntese, foi inferido que as comunidades bentônicas podem estar sob o reflexo da homogeneização ambiental resultantes das atividades antrópicas. Portanto, esses índices de diversidades podem ser uma ferramenta adequada para compreender o ambiente, e assim fomentar decisões mitigadoras em prol da conservação das espécies mais assertivas

Referências

Amo, V. E., Ernandes-silva, J., Moi, D. A & Mormul, R. P. (2021). Hydrological connectivity drives the propagule pressure of Limnoperna fortunei (Dunker, 1857) in a tropical river-floodplain system. Hydrobiologia, 1-12. 10.1007/s10750-021-04543-8.

Boltovskoy, D., Correa, N., Cataldo, D. & Sylvester, F. (2006). Dispersion and ecological impact of the invasive fresh-water bivalve Limnoperna fortunei in the Rio de la Plata watershed and beyond. Biological Invasions, 8, 947–963. 10.1007/s10530-005-5107-z.

Boltovskoy, D., Tell, G. & Dadon, R. (1995) Afinidad entre comunidades bentônicas de um ambiente lótico. In: Lopreto, E.C.; Tell, G. (Eds.). Ecossistemas de agues continetales: metodologias para su studio (pp. 203-214) Argentina: Editora Sur.

Boltovskoy, D. (Ed.). (2015). Limnoperna fortunei: the ecology, distribution and control of a swiftly spreading invasive fouling mussel. Springer. 10.1007/978-3-319-13494-9.

Brian, J. I. & Aldridge. D. C. (2020). An Efficient Photograph-Based Quantitative Method for Assessing Castrating Trematode Parasites in Bivalve Molluscs. Parasitology, 147 (2), 1-22. 10.1017/S0031182020001213.

Brusca, R. C., Moore, W. & Shuster, S. M. (2018). Invertebrados. (3a ed.), Guanabara Koogan.

Camargo, P. R. S, Souza, F. & Buranello, P. A. A. (2019) Influência de impactos antrópicos na comunidade de macroinvertebrados na bacia do baixo rio Grande. Revista em Agronegócio e Meio Ambiente, 12 (2) 643-662. 10.17765/2176-9168.2019v12n2p643-662. 10.1016/j.ecolind.2017.09.030.

Castro, D. M. P., Dolédec, S. & Callisto, M. (2018) Land cover disturbance homogenizes aquatic insect functional structure in neotropical savanna streams. Ecological Indicators, 84, 573-582. 10.1016/j.ecolind.2017.09.030.

Castro, D. M. P., Dolédec, S. & Callisto, M. (2017). Landscape variables influence taxonomic and trait composition of insect assemblages in Neotropical savanna streams. Freshwater Biological, 62 (8) 1472-1486. https://doi.org/10.1111/fwb.12961.

Centro de Bioengenharia de Espécies Invasoras de Hidrelétricas. https://base.cbeih.org/.

COSTA, S. S. & MELO, A. S. (2007). Beta diversity in stream macroinvertebrate assemblages: among-site and among-microhabitat components. Hydrobiologia, 598, 131-138. DOI 10.1007/s10750-007-9145-7.

Cummins, K. W. (1996) Invertebrates. p.75-91. In: PETTS, G. & CALOW, P.(EDS) River Biota Diversity and Dynamics. Oxford: Blackwell Science Ltd.

Dala-corte, R. B., Melo, A. S., Siqueira, T., Bini, L. M., Martins, R. T., Cunico, A. M., Pes, A. M., Magalhães, A. L. B., Godoy, B. S., Leal, C. G., Monteiro-Júnior, C. S., Sternet, C., Castro, D. M. P., Macedo, D. R., Lima-Júnior, D. P., Gubiani, E. A., Massariol, F. C., Teresa, F. B., Becker, F. G., Souza, F. N., Valente-Neto, F., Souza, F. L., Salles, F. F., Brejão, G. L., Brito, J. G., Vitule. J. R. S, Simião- Ferreira, J., Dias-Silva, K., Albuquerque, L., Juen, L., Maltchik., Casatti, l., Montag, L., Rodrigues, M. E., Callisto, M., Nogueira, M. A. M., Santos, M. R., Hamada, N., Pamplin, P. A. Z., Pompeu, P. S., Leitão, R. P., Ruaro, R., Mariano, R., Couceiro, S. R. M., Abilhoa, V., Oliveira, V. C., Shimano, Y., Moretto, Y., Súarez, Y. R. & Roque, F. O. Thresholds of freshwater biodiversity in response to riparian vegetation loss in the Neotropical region. Journal of Applied Ecolology, 57 (7) 1365-2664, 2020. https://doi.org/10.1111/1365-2664.13657.

Dejong, T. M. (1975). A comparison of three diversity indices based on their components of richness and evenness, Oikos, 26 (2) 222-227. https://doi.org/10.2307/3543712.

Duchini, D., Boltovskoy, D. & Sylvester, F. (2018). The invasive freshwater bivalve Limnoperna fortune in South America: multiannual changes in its predation an effects on associated benthic invertebrates. Hydrobiologia, 817 (1) 431-446. https://doi.org/10.1007/s10750-018-3561-8.

Elton, C. (1927). Animal ecology, New York: The Macmillan Company.

Firmiano, K. R., Castro, D. M. P., Linares, M. S. & Callisto, M (2021). Functional responses of aquatic invertebrates to anthropogenic stressors in riparian zones of Neotropical savanna streams. Science of the Total Environment, 753, 1-10. 10.1016/j.scitotenv.2020.141865.

Fisher, R. A., Corbet, A. S., Williams, C. B. (1943) The relation between the number of species and the number of individuals in a random sample of an animal population. Journal Animal Ecology,12, 42-58. https://doi.org/10.2307/1411.

Gotelli, N. J. & Colwell, R. K. (2001). Quantifying biodiversity: procedures and pitfalls in the measurement and comparison of species richness. Ecology Letters, 4 (4) 379-391. https://doi.org/10.1046/j.1461-0248.2001.00230.x.

Hamada, N., Nessimian, J. L. & Querino, R. B. (2014). Insetos aquáticos na Amazônia brasileira: taxonomia, biologia e ecologia. Manaus: Editora do INPA.

Hammer, O.; Harper, D. A. T. & Ryan, P. D. (2001). PAST: Paleontological Statistic software package for education and data analysis. Palaeontologia Electronica, 4, 1- 9. https://palaeo-electronica.org/2001_1/past/past.pdf.

Lainia, A., Bolpagnia, R., Cancellario, A, T., Guareschib, S., Racchettia, E. &Viaroli, P. (2018). Testing the response of macroinvertebrate communities and biomonitoring indices under multiple stressors in a lowland regulated river. Ecological Indicator, 90, 47-53, 10.1016/j.ecolind.2018.02.051.

Li, Z., Wang, J., Liu, Z., Meng, X., Heino, J., Jiang, X.., Xiong, X., Jiang, X. & Xie, Z. (2019). Different responses of taxonomic and functional structures of stream macroinvertebrate communities to local stressors and regional factors in a subtropical biodiversity hotspot. Science of the Total Environment, v. 655, 1288-1300. 10.1016/j.scitotenv.2018.11.222

Linares, M. S., Callisto, M., Marques, J. C. (2017). Invasive bivalves increase benthic communities’ complexity in neotropical reservoirs. Ecological Indicators, 75, 279- 285. https://doi.org/10.1016/j.ecolind.2016.12.046.

Magurran, A. E. (1988). Ecological diversity and its measurements. Princeton: University Press

Mansur, M. C. D., Santos, C. P., Pereira, D., PAZ. I. C. P., Zurita, M. L. L., Rodriguez, M. T. R., Nehrke, M. V. & Bergonci, P. E. A. (2012). Molusco Límnicos Invasores no Brasil: biologia, prevenção e controle. Porto Alegre: Redes Editora.

Mellado-Díaz, A., Sánchez-González, J. R., Guareschi, S., Magdaleno, F. & VELASCO, M. T. (2019). Exploring longitudinal trends and recovery gradients in Macroinvertebrate communities and biomonitoring tools along regulated rivers. Science the total Environment, 695, 1-12. 10.1016/j.scitotenv.2019.133774.

Merrit, R. W. & Cummins, K. W. An introduction to the aquatic insects of North America. (1998). (3a ed.), Dubuque: Kendoll Hunt.

Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (2020). Diagnóstico sobre a invasão do Mexilhão-Dourado (Limnoperna fortunei) no Brasil. Brasília: IBAMA.

Moreno, C.E. (2001). Métodos para medir la biodiversidad. M&T – Manuales y Tesis SEA, vol. 1. Zaragoza.

Mugnai, R., Nessimian, J. L., Baptista, D. F. (2010). Manual de identificação de macroinvertebrados aquáticos do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Technical Books.

Pianka, E. R. (1994). Evolutionary Ecology. (5a ed.), Harper Collins.

Relyea, R., Ricklefs, R. E. (2021). A Economia da Natureza. (8a ed.), Guanabara Koogan, 2021.

Rezende, R. S., Biasi, C., Hepp, L. U., Pretucio, M. M. & Júnior, J. F. G. (2019). Effects of leaf litter traits on alpha and beta diversities of invertebrate assemblages in a tropical watershed. Ecología Austral, 29, 365-379. https://doi.org/10.25260/EA.19.29.3.0.750.

Ribeiro, L. O., Ueida, V. S. (2005). Estrutura da comunidade de macroinvertebrados bentônicos de um riacho de serra em Itatinga, São Paulo, Brasil. Revista brasileira de Zoologia, 22, 613-618. https://doi.org/10.1590/S0101-81752005000300013.

Riis, T., Kelly-Quinn, M., Aguiar, F. C., Manolaki, P., Bruno, D., Bejarano, M. D., Clerici, N., Fernandes, M. R., Franco, J. C., Pettit, N., Portela, A. P., Tammeorg, O., Tammeorg, P., Rodríguez-González. & Duour, S. (2020). Global Overview of Ecosystem Services Provided by Riparian Vegetation, BioScience, 70 (6)501-514. https://doi.org/10.1093/biosci/biaa041.

Schemera, D., Podani, J., Heino, J., Eros. T. & Poff, N. L. (2015). A proposed unified terminology of species traits in stream ecology. Freshwater Science, v. 34, n. 3, p. 823-830, 10.1086/681623.

Shannon, C. E.; Weaver, W. (1949). The mathematical theory of communication. - Univ. Illinois Press: Urbana.

Shmida, A., Wilson, M. V. (1985). Biological determinants of species diversity. Journal of Biogeography, 12, 1-12 https://doi.org/10.2307/2845026.

Statsoft. (2005). Inc. Statistica (data analysis software system), version 7.1.

Ricotta, C. (2005). Through the jungle of biological diversity. Acta Biotheor, 53 (1) 29-38. 10.1007/s10441-005-7001-6

Simpson, E. (1949). Measurement of diversity. Nature, 163 (4148) 688- 688. http://dx.doi.org/10.1038/163688a0.

Souza, F., Abreu, J. A. S., Silva, C. E. & Gouveia, A. A. (2013). Relação entre parâmetros ecológicos e qualidade ambiental em três córregos na bacia do alto rio Paraná. Biotemas, 26 (4) 101-110. https://doi.org/10.5007/2175-7925.2013v26n4p101.

Souza, F., Santos, C. J., Tramonte, R. P., Klepka, V. (2014). Estrutura da comunidade de macroinvertebrados em três córregos na bacia do alto rio Paraná: uma relação entre qualidade ambiental e parâmetros ecológicos. Revista em Agronegócio e Meio Ambiente, 7 (2) 413-427. 10.13140/RG.2.1.3209.7763.

Triplehorn, C. A. & Johnson, N. F. (2015). Estudo dos Insetos. (2a ed.), Cengage Learning.

Whittaker, R. H. (1960). Vegetation of the Siskiyou Mountains, Oregon and California. Ecological Monographs, 30, (3)279-338. https://doi.org/10.2307/1943563.

Downloads

Publicado

03/06/2022

Como Citar

CAMARGO, P. R. da S.; BARBOSA, N. P. U.; CARDOSO, A. V.; ASSIS, P. S.; PELLI, A. . Diversidade da comunidade de macroinvertebrados bentônicos no reservatório de Volta Grande, Bacia do Baixo Rio Grande. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 7, p. e51711730213, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i7.30213. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/30213. Acesso em: 30 jun. 2024.

Edição

Seção

Ciências Agrárias e Biológicas