Uso concomitante de ansiolíticos e plantas medicinais: Será que há risco?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i7.30219

Palavras-chave:

Ansioliticos; Hipnoticos; Fitoterapicos; Atenção Farmaceutica; Interação medicamentosa; Concomitante; Benzodiazepínicos.

Resumo

Introdução: É crescente de ervas medicinais em muitos países. O ponto positivo do Brasil é sua grande diversidade vegetal, que proporciona muitas linhas de tratamento com uma variedade de ervas. Uma possível integração da prática unificadora no Sistema Único de Saúde (SUS) foi discutida em conjunto com o Ministério da Saúde, que por sua vez visa o uso racional. Os benzodiazepínicos pertencem ao grupo de ansiolíticos e hipnóticos amplamente aplicados pela população. Seu uso junto com certos medicamentos fitoterápicos pode interferir na farmacoterapia do paciente. Objetivo: Consiste na coleta de 252 voluntários e identificação de pacientes que façam uso de benzodiazepínicos combinado a utilização de fitoterápicos. Os Fitoterápicos apresentados serão Hypericum perforatum (Erva de São João) e Passiflora incarnata (Flor da paixão ou maracujá). Metodologia: O trabalho é um  estudo  observacional  do  tipo  transversal,  realizado  por  meio digital com a aplicação de um  questionário divulgado através das redes sociais. Discussão e Resultados: 67,1% dos voluntários responderam sim para o uso de medicamentos de forma contínua, 19,8% responderam sim para o uso de ansiolíticos, sendo eles 24% para Clonazepam (Rivotril®), 12% para Alprazolam (Frontal®), 10% para Diazepam (Valium®), 2% para Bromazepam (Lexotan®), Lorazepam (Lorax®), Midazolam (Dormonid®). 82,4% dos voluntários responderam que já haviam lido a bula do medicamento a qual usavam. Sobre fitoterápicos, 52,9% responderam que não eram adeptos ao uso, 70,6% responderam que já haviam ouvido falar em interações medicamentosas e 88,2% responderam sim para a pergunta relacionada à um fitoterápico ser menos agressivo em relação a outros medicamentos. Quando questionados sobre a ciência de interações medicamentosas com fitoterápicos, 58,8% responderam não. Conclusão: Os principais remédios fitoterápicos usados para tratar distúrbios do sono necessitam de atenção, pois podem ter consequências perigosas para os pacientes se usados concomitantes com outros fármacos, a promoção a racionalização de seu uso faz-se necessária.

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Publicado

05/06/2022

Como Citar

LIMA, G.; COSTA, T.; ANTUNES, A. A.; GONZAGA, R. V. Uso concomitante de ansiolíticos e plantas medicinais: Será que há risco?. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 7, p. e59711730219, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i7.30219. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/30219. Acesso em: 27 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde