Análise epidemiológica da mortalidade infantil no cenário nacional, regional e estadual em comparação com o município de Parnaíba-PI nos anos de 2016 a 2020

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i8.30578

Palavras-chave:

Mortalidade infantil; Morte neonatal; Epidemiologia.

Resumo

A taxa de mortalidade infantil (TMI) representa um dos indicadores de saúde mais relevantes, a partir dela é possível para avaliar as fragilidades das populações. Analisar a epidemiologia da TMI entre os anos de 2016 a 2020 em um panorama nacional, regional, estadual em comparação com os dados locais. Foi realizado um estudo ecológico e retrospectivo, de uma série temporal e adotada as estatísticas vitais de óbitos menores de um ano disponibilizadas no SIM. Os dados foram sistematizados no Biostat, realizando-se o Teste t. Nota-se um discreto declínio no país, de 12,7 óbitos por mil NV em 2016 para 11,5 óbitos por mil NV em 2020. Essa tendência de queda se manteve presente na região Nordeste (NE) (14,4 para 12,9), Piauí (16,2 para 13,7) e Parnaíba (15,0 para 12,6), embora permaneçam acima da média nacional. Comparando Parnaíba com Brasil houve diferença estatisticamente significante. As afecções originadas no período perinatal foi a mais representativa, no cenário nacional (47,5%), regional (60,6%), estadual (47,5%) e local (61,9%). Mais da metade dos óbitos poderiam ser evitados se medidas adequadas quanto a atenção à mulher na gestação e parto fossem presentes. Houve significância das comparações entre os índices de evitabilidade dos óbitos referente ao Brasil e ao NE e as de Parnaíba. Dos óbitos não foram investigados 18,3% no Brasil, 21% no NE, 21,5% no Piauí e 14,2% em Parnaíba. Há necessidade da intensificação de políticas públicas e instituição de investimento na qualificação da assistência ao trinômio mãe-pai-filho, principalmente da Atenção Primária à Saúde.

Referências

Alves, T. F., & Coelho, A. B. (2021). Mortalidade infantil e gênero no Brasil: uma investigação usando dados em painel. Ciência & Saúde Coletiva, 26, 1259-1264.

Aragão, J. (2011). Introdução aos estudos quantitativos utilizados em pesquisas científicas. Revista práxis, 3(6).

Azevedo, A. C., Drumond, E. D. F., Gonçalves, R. V., & Machado, C. J. (2017). Evolução da qualidade das informações das declarações de óbito com menções de sífilis congênita nos óbitos perinatais no Brasil. Cadernos Saúde Coletiva, 25, 259-267.

Bernardino, F. B. S., Gonçalves, T. M., Pereira, T. I. D., Xavier, J. S., Freitas, B. H. B. M. D., & Gaíva, M. A. M. (2022). Tendência da mortalidade neonatal no Brasil de 2007 a 2017. Ciência & Saúde Coletiva, 27, 567-578.

Bonatti, A. F., Silva, A. M. C. D., & Muraro, A. P. (2020). Mortalidade infantil em Mato Grosso, Brasil: tendência entre 2007 e 2016 e causas de morte. Ciência & Saúde Coletiva, 25, 2821-2830.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde, & Brasil, Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde/Secretaria de Atenção à Saúde. (2009). Manual de vigilância do óbito infantil e fetal e do comitê de prevenção do óbito infantil e fetal.

Brasil. Portaria nº 1.459, de 24 de junho de 2011. (2011). Institui no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS - a Rede Cegonha. Diário Oficial da União.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. (2021). Boletim Epidemiológico. Mortalidade infantil no Brasil. 52(37).

Brasil. Ministério da Saúde. Sistema de Informação sobre Mortalidade – DATASUS http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sim/cnv/inf10mt.def

Buss, P. M., & Pellegrini Filho, A. (2007). A saúde e seus determinantes sociais. Physis: revista de saúde coletiva, 17(1), 77-93.

Carvalho, R. A. D. S., Santos, V. S., Melo, C. M. D., Gurgel, R. Q., & Oliveira, C. C. D. C. (2015). Desigualdades em saúde: condições de vida e mortalidade infantil em região do nordeste do Brasil. Revista de Saúde Pública, 49, 5.

Carvalho, V. C. C. V. L., Silva, G. P., Silva, V. S. C., Machado, M. M. P., & Santos, G. P. G. (2022). A influência da mortalidade neonatal sobre a tendência temporal da mortalidade infantil em um estado do Nordeste Brasileiro. Qualidade da Prática de Enfermagem no Processo de Cuidar 2 – Editora Atena, Ponta Grossa – PR.

Da Silva, E. S. D. A., & Paes, N. A. (2018). Programa Bolsa Família e mortalidade infantil no Brasil: revisão integrativa. Holos, 1, 201-211.

Deslandes, S. F., & Assis, S. D. (2002). Abordagens quantitativa e qualitativa em saúde: o diálogo das diferenças. Caminhos do pensamento: epistemologia e método, 2, 195-223.

Dos Reis, R. S. (2004). A influência dos determinantes sociais na saúde da criança. Libertas, 4(1/2).

Dos Santos, G. X. G., da Silva, S. P., do Nascimento, J. W. A., & Coutinho, D. J. G. (2020). Impactos da política nacional de atenção básica nas taxas de mortalidade infantil sob a ótica da estratégia de saúde da família. Revista Eletrônica Acervo Enfermagem, 7, e5719-e5719.

França, E. B., Lansky, S., Rego, M. A. S., Malta, D. C., França, J. S., Teixeira, R., & Vasconcelos, A. M. N. (2017). Principais causas da mortalidade na infância no Brasil, em 1990 e 2015: estimativas do estudo de Carga Global de Doença. Revista brasileira de epidemiologia, 20, 46-60.

Garcia, L. P., Fernandes, C. M., & Traebert, J. (2019). Risk factors for neonatal death in the capital city with the lowest infant mortality rate in Brazil. Jornal de pediatria, 95, 194-200.

Gomes, R. N. S., Filha, F. S. S. C., & Portela, N. L. C. (2017). Avaliação da influência do abandono da assistência pré-natal na mortalidade fetal e neonatal. Revista de Pesquisa Cuidado é Fundamental Online, 9(2), 416-421.

Guimarães, A. L. S., Barbosa, C. C., Oliveira, C. M. D., Maia, L. T. D. S., & Bonfim, C. V. D. (2020). Análise das malformações congênitas a partir do relacionamento das bases de dados de nascidos vivos e óbitos infantis. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, 19, 917-924.

Guimarães, R., Lourenço, R., & Cosac, S. (2001). A pesquisa em epidemiologia no Brasil. Revista de saúde pública, 35(4), 321-340.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (2017). Censo Demográfico 2017. IBGE.

Justino, D. C. P., & de Andrade, F. B. (2020). Análise espacial das causas de mortalidade infantil no brasil de 2000 a 2015. Revista Ciência Plural, 6(3), 174-193.

Macêdo, R. D. C. (2021). Mortalidade neonatal e fatores associados em maternidade de alto risco do Piauí (Doctoral dissertation).

Mendes, I. C., Jesuino, R. S. A., Pinheiro, D. D. S., & Rebelo, A. C. S. (2018). Anomalias congênitas e suas principais causas evitáveis: uma revisão. Revista Médica de Minas Gerais, 28(1), 1-6.

Menezzi, A. M. E. D., Figueiredo, I. D., Lima, E. W. B., de Almeida, J. C., Marques, F. K. S. M. S., de Oliveira, C. F., & de Pinho, L. (2016). Vigilância do óbito fetal: estudo das principais causas. O mundo da Saúde, 40(2), 208-212.

Pedrosa, J. I. D. S. (2019). Implantación y desarrollo del Curso de Medicina Parnaíba-estado de Piauí, Brasil, a partir del Programa Más Médicos para Brasil. Interface-Comunicação, Saúde, Educação, 23.

Pinheiro, A. C., de Matos, S. C. C., Silva, Z. M., & Medeiros, L. C. (2020). Perfil epidemiológico da mortalidade neonatal no estado do Piauí, Brasil. Revista Ciência Plural, 1-17.

Rahman, A. E., Moinuddin, M., Molla, M., Worku, A., Hurt, L., Kirkwood, B., & Muhe, L. (2014). Childhood diarrhoeal deaths in seven low-and middle-income countries. Bulletin of the World Health Organization, 92, 664-671.

Ramalho, A. A., Andrade, A. M. D., Martins, F. A., & Koifman, R. J. (2018). Tendência da mortalidade infantil no município de Rio Branco, AC, 1999 a 2015. Revista de Saúde Pública, 52.

Secretaria Estadual De Saúde Do Piauí. (2016). Documento: Plano Estadual de Saúde 2016 a 2019. Secretaria Estadual de Saúde do Piauí/Diretoria de Unidade de Planejamento.

Sociedade Brasileira De Pediatria. (2017). [organizadores: Dennis Alexander Rabelo Burns]. Tratado de Pediatria: Sociedade Brasileira de Pediatria. Barueri, SP.

Sousa, T. D. S. (2021). Perfil epidemiológico da mortalidade infantil no município de Salvador, Bahia.

Downloads

Publicado

16/06/2022

Como Citar

RIGAMONTE, N. G. dos S. .; FLORÊNCIO, P. C. M. .; CARVALHO, V. C. C. de V. L. . Análise epidemiológica da mortalidade infantil no cenário nacional, regional e estadual em comparação com o município de Parnaíba-PI nos anos de 2016 a 2020. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 8, p. e20511830578, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i8.30578. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/30578. Acesso em: 1 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde