Cuidados e acolhimento na atenção primária à saúde de mulheres vítimas de violência: uma visão da epidemiologia e da literatura

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i8.30618

Palavras-chave:

Violência contra as mulheres; Violência contra a parceira íntima; Atenção primária de saúde; Comunicação em saúde; Ensino em saúde.

Resumo

A violência imposta à mulher acontece frequentemente no meio intrafamiliar e as principais formas praticadas são a violência física, violência psicológica, violência sexual, violência patrimonial e violência moral. Assim, frente a escassa abordagem desta temática em cursos de graduação, o profissional de saúde, com destaque para o médico, enfrenta dificuldades para atuar em situações de violência. Desse modo, o objetivo desse trabalho é discutir a importância da comunicação no setor saúde para o acolhimento de mulheres vítimas de violência no Brasil. Os resultados mostraram que o perfil epidemiológico da violência cometida contra mulheres no período que vai de 2009 a 2021, o Estado do Pará notificou ao SINAN um total de 55. 490 casos de violência doméstica, sexual e/ou outras violências contra mulheres. Em média, foram notificados aproximadamente 3.527 casos por ano, sendo 2020 e 2009 os anos que apresentaram, respectivamente, a maior e a menor contagem de casos: 8.640 e 212. A literatura acerca da violência contra a mulher no cenário brasileiro mostra que este é um problema multifacetado, onde existem falhas na notificação, aliado a falhas no sistema de segurança pública que são intensificadas por fatores sociais. Portanto, vale ressaltar a importância da ampliação das práticas de comunicação entre os profissionais de saúde para a realização do acolhimento eficiente das mulheres vítimas de violência doméstica, com o foco no atendimento integral e humanizado.

Referências

Amarijo, C. L. et al. (2018). Assimilação Teórica e Prática Da Violência Doméstica: Profissionais de Enfermagem Atendendo Vítimas Na Atenção Primária. Revista Enfermagem UERJ, 33874. https://doi.org/10.12957/reuerj.2018.33874.

Arboit, J. et al. (2018). Violência doméstica contra mulheres rurais: práticas de cuidado desenvolvidas por agentes comunitários de saúde. Saúde Soc. 27(2), 506-517.

Carneiro, J. B. et al. (2021). Condições que interferem no cuidado às mulheres em situação de violência conjugal. Esc Anna Nery.

Cavalcanti, G. M. B. et al. (2020). A violência contra a mulher no Sistema Único de Saúde. Rev Fun Care Online. 12:146-154. http://dx.doi.org/ 10.9789/2175-5361.rpcfo.v12.7148.

Esperandio, E. G. et al. (2020). Violência íntima: experiências de mulheres na Atenção Primária à Saúde no Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Interface (Botucatu). São Paulo.

Estrela, C. (2018). Metodologia Científica: Ciência, Ensino, Pesquisa. Editora Artes Médicas.

Freitas, C. G., & Silva, R. B. B. A. (2019). violência contra mulher e a psicologia diante dessa realidade na perspectiva da atenção básica. Revista Mosaico, 10(1). https://doi.org/10.21727/rm.v10i1.1778.

Freitas, R. G. et al. (2020). Percepções do atendimento em saúde no contexto de violência conjugal. Rev baiana enferm. Salvador.

Habigzang, L. (2018). Manual de capacitação profissional para atendimentos em situações de violência [recurso eletrônico] / coordenação Luísa F. Habigzang. – Dados eletrônicos. PUCRS.

Machado, L. P., & Freitag, V. L. (2021). Cuidado de enfermagem a mulher vítima de violência sexual: uma revisão integrativa da literatura. Research, Society and Development, 10(2), e33210212595. https://doi.org/10.33448/rsd-v10i2.12595.

Netto, L. A. et al. (2018). Atuação da enfermagem na conservação da saúde de mulheres em situação de violência. REME Rev Min Enferm. 22, e-1149. https://doi.org/10.5935/1415-2762.20180080.

Oliveira, M. T., & Ferigato, S. H. (2019). A atenção às mulheres vítimas de violência doméstica e familiar: a construção de tecnologias de cuidado da terapia ocupacional na atenção básica em saúde. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, [S.L.]. Editora Cubo. 27(3), 508-521.

OMS (2018). Violência contra a mulher – Estratégia e plano de ação para o reforço do sistema de saúde para abordar a violência contra a mulher. CD54/9, Rev. 2. Washington.

Pereira A. S. et al. (2018). Metodologia da pesquisa científica. UFSM.

Saliba, O. (2018). Responsabilidade do profissional de saúde sobre a notificação de casos de violência doméstica. Rev. Saúde Pública.

Severino, A. J. (2018). Metodologia do trabalho científico. Ed. Cortez.

Silva, A. R. (2018). Violência doméstica e segredo médico: o papel do médico de família. Revista Portuguesa de Clínica Geral, 34(2), 101-103.

Silva, V. G., & Ribeiro, P. M. (2020). Violência contra as mulheres na prática de enfermeiras da atenção primária à saúde. Escola Anna Nery, 24(4), e20190371. https://doi.org/10.1590/2177-9465-ean-2019-0371.

Souza, A. A. C., & Cintra, R. B. (2018). Conflitos éticos e limitações do atendimento médico à mulher vítima de violência de gênero. Revista Bioética. 26.

Souza, A. C. S. et al. (2020). Violência contra a mulher em tempos de COVID-19: o papel do médico. Glob Acad Nurs.

Souza, J. S. R. et al. (2021). Cuidados de enfermagem em relação a mulher vítima de violência doméstica na atenção primária à saúde. Revista Enfermagem Atual In Derme, 95(34). https://doi.org/10.31011/reaid-2021-v.95-n.34-art.1099.

Waksman, R. D., & Blank, D. (2020). A importância da violência doméstica em tempos de COVID 19. Residência Pediátrica.

Zuchi, C. Z. et al. (2018). Violência contra as mulheres: concepções de profissionais da Estratégia Saúde da Família acerca da escuta. REME – Rev Min Enferm. https://doi.org/10.5935/1415-2762.20180015.

Downloads

Publicado

06/06/2022

Como Citar

SILVA, J. R. N. F. P. da; SOUZA, P. H. B. M. P. P. de; MAGALHÃES, L. Z.; GUIMARÃES, M. I. do V.; FREITAS, V. de O.; MOCBEL, Y. M. A.; RAMOS, T. J. M.; MORAES, N. P.; DIAS, P. C. G. P. de S.; SANTOS, G. F. de C. dos . Cuidados e acolhimento na atenção primária à saúde de mulheres vítimas de violência: uma visão da epidemiologia e da literatura. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 8, p. e2011830618, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i8.30618. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/30618. Acesso em: 17 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde