Revisão sistemática sobre a autolesão no Brasil e no mundo
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i9.30731Palavras-chave:
Autolesão; Revisão sistemática; Políticas de saúde; Saúde mental.Resumo
A autolesão se define, em linhas gerais, como o dano autoinfligido à pele sem fins sociais e culturais aceitos. A escassez de pesquisa etiológica sobre esse fenômeno clínico e da dados mais robustos sobre sua epidemiologia, no Brasil, justificam a relevância da pesquisa desenvolvida junto ao Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. O presente artigo apresenta os achados referentes a primeira parte da pesquisa Cortes na Pele: Analisando a Autolesão à Luz dos Índices de Diagnóstico Clínico da Neurose de Angústia, dedicada à revisão sistemática da literatura sobre o tema da autolesão a fim de determinar as características epidemiológicas do fenômeno e delimitar a direção da produção científica sobre a etiologia psíquica da autolesão, no período de 2009 e 2018. O levantamento organizado em dois eixos: 1. Dados globais e nacionais sobre o fenômeno da autolesão em documentos da OMS e do ministério da saúde; 2. Literatura científica produzida entre 2009 e 2018, nas bases de dados BVS, Scielo e Banco de Teses da CAPES. Ambos os levantamentos tiveram como critério a produção científica sobre autolesão, no espaço de tempo de dez anos (2009-2018) e descritores: 1) Cutting; 2) Corte; 3) Mutilação; 4) Automutilação; 5) Autolesão. Os resultados desta revisão indicam três direções da pesquisa em psicopatologia psicanalítica: 1. A autolesão como modo de produzir o enlaçamento do sujeito ao Outro; 2. A etiologia da autolesão/automutilação localizada no masoquismo; 3. A etiologia da autolesão/automutilação localizada na autodestrutividade.
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