Linha de frente: casos de tuberculose entre trabalhadores da saúde, 2014-2018
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i8.31041Palavras-chave:
Tuberculose; Pessoal de saúde; Exposição ocupacional; Enfermagem; Saúde pública.Resumo
Objetivo: caracterizar os casos de tuberculose em trabalhadores de saúde notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação, entre 2014 e 2018. Método: estudo descritivo, quantitativo, com fonte de dados secundários do Sistema de Informação de Agravos de Notificação, referentes aos casos de tuberculose entre profissionais de saúde no período de 2014 a 2018, no estado do Rio Grande do Sul. Coleta realizada no banco de dados do sistema sendo o banco liberado no formato de planilha do Excel, revisado quanto ao preenchimento e codificado, selecionadas variáveis de interesse e transferido para o software Stata 9.13, aplicando-se a estatística descritiva com distribuição de frequências relativas e absolutas, medidas de tendência central e de dispersão. Resultados: dos 27.110 registros examinados, 399 (1,5%) eram de trabalhadores de saúde, sendo 283 (70,9%) mulheres, idade média de 39,6 anos, cor da pele branca (73,6%), residentes na região metropolitana de Porto Alegre (52,1%), casos novos (88,7%), forma pulmonar (64,9%), comorbidades (41,3%), sendo que 10,2% (40) viviam com AIDS e 11% (44) eram positivos para HIV e desfecho de cura de 84,2%. Conclusão: O estudo identificou falhas no preenchimento do SINAN limitando os achados, contudo, os resultados apresentados possibilitam um olhar minucioso para o risco ocupacional de adquirir tuberculose entre trabalhadores de saúde. Além disso, permitiu a caracterização dos trabalhadores infectados que possibilitam subsídios a vigilância em saúde para o planejamento de ações voltadas à promoção da saúde deste grupo populacional.
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