Características do acesso aos serviços de saúde por refugiadas durante gravidez e puerpério: revisão integrativa

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i9.31731

Palavras-chave:

Refugiados; Gestantes; Serviços de Saúde; Acesso aos serviços de saúde.

Resumo

Objetivo: Caracterizar o acesso aos serviços de saúde de mulheres refugiadas em seu ciclo gravídico-puerperal no contexto mundial. Métodos: Revisão integrativa da literatura cujas buscas foram conduzidas nas bases de dados PUBMED, LILACS e CINAHL. Observaram-se estudos publicados a partir de 1996 a 2021. Resultados: Foram selecionados 16 estudos para compor a amostra final conforme os critérios previamente estabelecidos. Evidenciaram-se duas temáticas: Características do acesso aos serviços de saúde por mulheres refugiadas no período gravídico-puerperal e estratégias utilizadas para promover melhor acesso à saúde. As análises e sínteses dos achados revelaram as seguintes características: barreiras idiomáticas, busca tardia por atendimento, dificuldades em obter seguro saúde, maior incidência de complicações na gestação e puerpério, maior incidência de depressão, problemas com meios de locomoção, estigma e discriminação cultural, dificuldades legais relacionadas à imigração entre outros, além de estratégias de sucesso pontuais e recomendações. Conclusão: Ao caracterizar o acesso, o estudo revelou barreiras encontradas pelas refugiadas em obter acesso à saúde. Desse modo, é essencial o estabelecimento de políticas públicas no âmbito mundial que possam oferecer o acesso adequado à assistência à saúde durante a gravidez e puerpério a esta população vulnerável.

Biografia do Autor

Leandro Xavier de Sousa Silva, Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde

É Residente de Enfermagem do Programa de Residência da Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde do Distrito Federal

Paulo Henrique Fernandes dos Santos, Universidade de Brasília

É Professor Adjunto da Universidade de Brasília-UnB

Lara Mabelle Milfont Boeckmann, Universidade de Brasília

É Professora Adjunta da Universidade de Brasília-UnB

Referências

Abdin, L. (2018). Challenges for pregnant Syrian refugees in Lebanon. Eastern Mediterranean Health Journal, 24(10):1026–9.

Ahmed, A., Bowen, A., & Feng, C. X. (2017). Maternal depression in Syrian refugee women recently moved to Canada: A preliminary study. BMC Pregnancy Childbirth, 17(1):1–11.

Babatunde-Sowole, O. O., Power, T., Davidson, P. M., DiGiacomo, M., & Jackson, D. (2020)Health screening and preventative health care in refugee women: A qualitative analysis. Contemporary Nurse, 56(1):62–79.

Balaam, M. C., Kingdon, C., Thomson, G., Finlayson K., & Downe, S. (2016). We make them feel special: The experiences of voluntary sector workers supporting asylum-seeking and refugee women during pregnancy and early motherhood. Midwifery, 34:133–40.

Bektas I., & Arkan G. (2021). The Effect of Perceived Social Support of Syrian Mothers on Their Infant Feeding Attitudes. Journal of Pediatric Nursing. 57:e40-e45.

Braga, B. C., Martins, B. L., & Pereira, C. M. (2019). Filhos das fronteiras: revisão de literatura sobre imigração involuntária, infância e saúde mental. CES Psicologia,12(2):26–40.

Clarivate. (2022). EndNote. Recuperado em 27 de Junho de 2022 de https://clarivate.com/wp-content/uploads/dlm_uploads/2020/12/Clarivate-Website-copyright-notice-January-2022.pdf

Correa-Velez, I., & Ryan, J. (2012). Developing a best practice model of refugee maternity care. Women and Birth, 25(1):13–22.

Desa, S., Gebremeskel, A. T., & Yaya, S. (2020). Barriers and facilitators to access mental health services among refugee women in high-income countries: Study protocol for a systematic review. Systematic Reviews, 9(1):4–9.

Dadras, O., Taghizade, Z., Dadras, F., Alizade, L., Seyedalinaghi, S., Ono-Kihara, M., Kihara, K., & Nakayama T. (2020). “it is good, but I can’t afford it ...” potential barriers to adequate prenatal care among Afghan women in Iran: A qualitative study in South Tehran. BMC Pregnancy Childbirth, 20(1):1–10.

Fellmeth, G., Plugge, E., Fazel, M., Nosten, S., Oo, M.M., Pimanpanarak, M., Phichitpadungtham, Y., Fitzpatrick, R., & McGready, R. (2021). Perinatal depression in migrant and refugee women on the Thai-Myanmar border: does social support matter? Philosophical Transactions of the Royal Society B: Biological Sciences, 21;376(1827):20200030.

Floyd, A., & Sakellariou, D. (2017). Healthcare access for refugee women with limited literacy: Layers of disadvantage. International Journal for Equity in Health, 16(1):1–10.

Foster, A. M., Arnott, G., & Hobstetter, M. (2017). Community-based distribution of misoprostol for early abortion: evaluation of a program along the Thailand–Burma border. Contraception, 96(4):242–7.

Getachew, M., Abay, M., Zelalem, H., Gebremedhin, T., Grum, T., & Bayray, A. (2018). Magnitude and factors associated with adherence to Iron-folic acid supplementation among pregnant women in Eritrean refugee camps, northern Ethiopia. BMC Pregnancy Childbirth, 18(1):1–8.

Henry, J., Beruf, C., & Fischer, T. (2020). Access to Health Care for Pregnant Arabic-Speaking Refugee Women and Mothers in Germany. Qualitative Health Research, 30(3):437–47.

Goés, E. D. A., & Borges, A. V. B. (2021). Entre a cruz e a espada: múltiplas violências contra mulheres refugiadas. SER Social 49 (3); 318-37.

Joanna Briggs Institute. (2014) Reviewer’s Manual. Recuperado em 02 de junho de 2022 de https://nursing.lsuhsc.edu/JBI/docs/ReviewersManuals/ReviewersManual.pdf

Javanparast, S., Naqvi, S. K. A., & Mwanri, L. (2020). Health service access and utilization amongst culturally and linguistically diverse populations in regional South Australia: a qualitative study. Rural Remote Health, 20(4):5694.

Kabakian-Khasholian T, Shayboub R, El-Kak F. (2013). Seeking Maternal Care at Times of Conflict: The Case of Lebanon. Health Care Women International, 34(5):352–62.

Kahler, L. R., Sobota, C. M., Hines, C. K., & Griswold, K. (1996). Pregnant women at risk: An evaluation of the health status of refugee women in buffalo, New York. Health Care Women International, 17(1):15–23.

Leppälä, S., Lamminpää, R., Gissler, M., & Vehviläinen-Julkunen, K. (2020). Hindrances and facilitators in humanitarian migrants’ maternity care in Finland: qualitative study applying the three delays model framework. Scandinavian Journal of Caring Sciences, 34(1):148–56.

Mendes, K. D. S., Silveira, R. C de C. P., & Galvão, C. M. (2008). Revisão integrativa: método de pesquisa para a incorporação de evidências na saúde e na enfermagem. Revista Texto & Contexto – Enfermagem, 17(4):758–64.

Munyaneza, Y., & Mhlongo., E. M. (2019). Challenges of women refugees in utilizing reproductive health services in public health institutions in Durban, Kwazulu-natal, South Africa. Health SA Gesondheid, 24:1–8.

Odero, W.,& Otieno-Nyunya, B. (2001). Major obstetric interventions among encamped refugees and the local population in Turkana district, Kenya. Vol. 78, East African Medical Journal, 78(12):666-72.

Organização das Nações Unidas. (2020). Covid-19: Agencies temporarily suspend refugee resettlement travel. Recuperado em 02 de junho de 2022 de https://news.un.org/en/story/2020/03/1059602

Organização das Nações Unidas. (1951). Agência da ONU para refugiados. Convenção relativa ao Estatuto dos Refugiados. Recuperado em 02 de junho de 2022 de https://www.acnur.org/portugues/convencao-de-1951/

Organização das Nações Unidas. (1967). Protocolo de 1967 relativo ao estatuto dos refugiados. Recuperado em 02 de junho de https://www.acnur.org/fileadmin/Documentos/portugues/BDL/Protocolo_de_1967_Relativo_ao_Estatuto_dos_Refugiados.pdf

Owens, C., Dandy, J., & Hancock, P. (2016). Perceptions of pregnancy experiences when using a community-based antenatal service: A qualitative study of refugee and migrant women in Perth, Western Australia. Women and Birth, 29(2):128–37.

Ouzzani, M., Hammady, H., Fedorowicz, Z., & Elmagarmid, A. (2016). Rayyan — a web and mobile app for systematic reviews. Systematic Reviews. 5:210.

Riggs, E., Yelland, J., Szwarc, J., Duell-Piening, P., Wahidi, S., Fouladi, F., Casey, S., Chesters, D., & Brown., S. (2020). Afghan families and health professionals’ access to health information during and after pregnancy. Women and Birth, 33(3):e209–15.

Rodrigues, I. D. A., Cavalcante, J. R., & Faerstein, E. (2020). Pandemia de Covid-19 e a saúde dos refugiados no Brasil. Physis 30 (03).

Sahin, E., Dagli, T. E., Acarturk, C., & Dagli, F.S. (2020). Vulnerabilities of Syrian refugee children in Turkey and actions taken for prevention and management in terms of health and wellbeing. Child Abuse & Neglect, : 104628.

Santana C. (2018)Humildade cultural: conceito estratégico para abordar a saúde dos refugiados no Brasil. Caderno de Saúde Pública, 34(11):e00098818.

Serpa, P. F., & Félix, S. (2018). A efetividade dos direitos humanos sociais das mulheres refugiadas no Brasil. Revista Argumentum, 19(2):397–412.

Souza, M. T., Silva, M. D., & Carvalho R. (2010). Integrative review: what is it? How to do it? Einstein, 8(1 Pt 1):102-106.

Starfield, B. (2002). Atenção primária: Equilíbrio entre necessidades de saúde, serviços de saúde. Brasília: Unesco, Ministério da Saúde. Recuperado em 02 de junho de 2022 de https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000130805

Schwinn, S. A., & Costa, M. M.M. (2016). Mulheres refugiadas e vulnerabilidade: a dimensão da violência de gênero em situações de refúgio e as estratégias do Acnur no combate a essa violência. Revista Signos, ano 37, n. 2: 216-234.

Stewart, E. W., De Souza, L. R., & Yudin, M. H. (2018). Access to prenatal care for pregnant refugee women in Toronto, Ontario, Canada: An audit study. Journal of Health Care for the Poor and Underserved, 29(2):687–700.

Shrestha-Ranjit, J., Patterson, E., Manias, E., Payne, D., & Koziol-Mclain, J. (2020). Accessibility and acceptability of health promotion services in New Zealand for minority refugee women. Health Promotion International, 35(6):1484–94.

Tatah, L., Delbiso, T. D., Rodriguez-Llanes, J. M., Cuesta, J. G., & Guha-Sapir, D. (2016). Impact of refugees on local health systems: A difference-in-differences analysis in Cameroon. PLoS One, 11(12):1–11.

Verschuuren, A. E. H., Postma, I. R., Riksen, Z. M., Nott, R. L., Feijen-De Jong, E. I., & Stekelenburg, J. (2020). Pregnancy outcomes in asylum seekers in the North of the Netherlands: A retrospective documentary analysis. BMC Pregnancy Childbirth, 20(1):1–10.

Vurgec, B., Surucu, S., Köroglu, C., & Ezzo, H. (2021). Perinatal care experiences of immigrant Syrian women: a qualitative phenomenological study. Eastern Mediterranean Health Journal, 27(12):1173-1181.

Wilson-Mitchel, K., & Rummens, J. A. (2013). Perinatal outcomes of uninsured immigrant, refugee and migrant mothers and newborns living in Toronto, Canada. International Journal of Environmental Research and Public Health, 10(6):2198–213.

Winn, A., Hetherington, E., Tough, S. (2018). Caring for pregnant refugee women in a turbulent policy landscape: Perspectives of health care professionals in Calgary, Alberta. International Journal for Equity in Health, 17(1):1–14.

Downloads

Publicado

09/07/2022

Como Citar

SILVA, L. X. de S.; SANTOS, P. H. F. dos .; BOECKMANN, L. M. M. Características do acesso aos serviços de saúde por refugiadas durante gravidez e puerpério: revisão integrativa . Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 9, p. e27311931731, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i9.31731. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/31731. Acesso em: 30 jun. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde