Feminicídio: estudo com dados do setor saúde de um município paulista

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i9.32013

Palavras-chave:

Enfermagem; Gênero e Saúde; Violência Contra a Mulher; Homicídio; Violência de gênero.

Resumo

Objetivo: caracterizar o perfil sociodemográfico das mulheres estimadas como vítimas de feminicídio, de 2009 a 2018, de um município do interior paulista, e as características da violência sofrida e dos prováveis agressores. Metodologia: estudo transversal e quantitativo, retrospectivo e descritivo. Os dados foram sistematizados com estatística descritiva. Resultados: 45 mulheres foram estimadas como vítimas de feminicídio. Maioria branca; solteiras; 20 a 59 anos de idade; ensino fundamental incompleto; exerciam atividades domésticas com ou sem remuneração. Violência física foi o tipo prevalente, com objetos perfurocortantes como meio empregado e causa básica do óbito mais frequentes. O domicílio foi onde mais ocorreram episódios de violência e feminicídio. Conclusão: Fica claro na pesquisa a importância de identificar situações de risco para o feminicídio e investir em projetos terapêuticos que foquem nas dificuldades dos relacionamentos interpessoais e controle de comportamentos agressivos. Oferecer amparo em centros formais de ajuda comunitária, sociais e jurídicos, são igualmente necessários. A formação dos profissionais da saúde deve ser feita visando ações de prevenção, segurança, melhoria dos registros ambulatoriais e hospitalares no atendimento às vítimas de violência. É esperado que sejam feitas pesquisas que identifiquem mulheres em situação de risco e que sejam implementadas políticas públicas com propósito protetivo que minimizem a violência contra a mulher e seus desfechos fatais.

Referências

Altınöz, Ş. T., Altınöz, A. E., Utku, Ç., Eşsizoğlu, A., & Candansayar, S. (2018). Femicide: psychosocial characteristics of the perpetrators in Turkey. International Journal of Offender Therapy and Comparative Criminology, 62(13), 4174-4186. Recuperado de https://doi.org/10.1177/0306624X18763765

Andrade, C. M., Teixeira, G. T., França, T. B., Rambo, M., Trevisan, M. G., Casaril, E., & Dalla Costa, L. (2020). Violência interpessoal e autoprovocada: caracterização dos casos notificados em uma regional de saúde do Paraná. Cogitare Enfermagem, 25, e63758. Recuperado de http://dx.doi.org/10.5380/ce.v25i0.63758

Barufaldi, L. A., Souto, R. M. C. V., Correia, R. S. B., Montenegro, M. M. S., Pinto, I. V., Silva, M. M. A., & Lima, C. M. (2017). Gender violence: a comparison of mortality from aggression against women who have and have not previously reported violence. Ciência & Saúde Coletiva, 22(9), 2929-38. Recuperado de https://doi.org/10.1590/1413-81232017229.12712017

Batista, J. F. C., Oliveira Júnior, J. H., & Musse, J. O. (2019). Feminicídio no nordeste brasileiro: o que revelam os dados de acesso público. Interfaces Científicas-Saúde e Ambiente, 7(3), 61-74. Recuperado de https://doi.org/10.17564/2316-3798.2019v7n3p61-74

Lei nº 11.340 de 7 de agosto de 2006. (2006). Dispõe sobre mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher. Brasília, DF. Recuperado de http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11340.htm

Lei Nº 13.104, de 09 de março de 2015. (2015). Dispõe o Feminicídio como circunstância qualificadora do crime de homicídio. Brasília: DF. Recuperado de http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13104.htm

Caman, S., Sturup, J., & Howner, K. (2022). Mental disorders and intimate partner femicide: clinical characteristics in perpetrators of intimate partner femicide and male-to-male homicide. Frontiers in psychiatry, 13, 844807. Recuperado de https://doi.org/10.3389/fpsyt.2022.844807

Cerqueira, D., Ferreira, H., Bueno, S., Alves, P. P., Lima, R.S., Marques D., ... Pimentel, A. (2021). Atlas da violência 2021. São Paulo: FBSP. Recuperado de //www.ipea.gov.br/atlasviolencia/arquivos/artigos/1375atlasdaviolencia2021completo.pdf

Fórum Brasileiro de Segurança Pública (2021). Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2021. São Paulo: FBSP. Recuperado de https://forumseguranca.org.br/wp-content/uploads/2021/10/anuario-15-completo-v7-251021.pdf

Koppa, V., & Messing, J. T. (2019). Can justice system interventions prevent intimate partner homicide? An analysis of rates of help seeking prior to fatality. Journal of Interpersonal Violence, 36 (17-18): 8792-816. Recuperado de https://doi.org/10.1177/0886260519851179

Meneghel, S. N., & Portella, A. P. (2017). Femicides: concepts, types and scenarios. Ciência & Saúde Coletiva, 22(9): 3077-86. Recuperado de http://doi.org/10.1590/1413-81232017229.11412017

Meneghel, S. N., Rosa, B. A. R., Ceccon, R. F., Hirakata, V. N., & Danilevicz, I. M. (2017). Feminicídios: estudo em capitais e municípios brasileiros de grande porte populacional. Ciência & Saúde Coletiva, 22(9): 2963-70. Recuperado de https://doi.org/10.1590/1413-81232017229.22732015

Moffitt, P., Aujla, W., Giesbrecht, C. J., Grant, I., & Straatman, A. L. (2022). Intimate partner violence and COVID-19 in rural, remote, and northern Canada: relationship, vulnerability and risk. Journal of Family Violence, 19; 37:775–86. Recuperado de https://doi.org/10.1007/s10896-020-00212-x

Pinto, I. V., Bernal, R. T. I., Souza, M. F. M., & Malta, D. C. (2021). Fatores associados ao óbito de mulheres com notificação de violência por parceiro íntimo no Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, 26(3):975-85. Recuperado de https://doi.org/10.1590/1413-81232021263.00132021

Proetti, S. (2018). As pesquisas qualitativa e quantitativa como métodos de investigação científica: Um estudo comparativo e objetivo. Revista Lumen, 2(4). Recuperado de http://www.periodicos.unifai.edu.br/index.php/lumen/article/view/60

Ribeirão Preto. Prefeitura Municipal. Secretaria Municipal da Saúde (2011). Fatores de risco relacionados à Saúde da população residente na zona urbana de Ribeirão Preto 2008-2011. Ribeirão Preto. Recuperado de https://www.ribeiraopreto.sp.gov.br/files/ssaude/pdf/fatores-risco.pdf

Romio, J. A. F. (2019). Sobre o feminicídio, o direito da mulher de nomear suas experiências. Plural-Revista de Ciências Sociais, 26(1):79-102. Recuperado de https://doi.org/10.11606/issn.2176-8099.pcso.2019.159745

Sabri, B., Bhandari, S. S., & Shah, A. (2018). Dangerous Abusive Relationships and Sources of Resilience for South Asian immigrant women survivors of intimate partner violence. Journal of Social Work in the Global Community, 3(1):1-18. Recuperado de https://scholarworks.waldenu.edu/cgi/viewcontent.cgi?article=1016&context=jswgc

Sabri, B., Campbell, J. C. & Messing, J. T. (2021). Intimate partner homicides in the United States, 2003-2013: a comparison of immigrants and nonimmigrant victims. Journal of Interpersonal Violence, 36(9-10). Recuperado de https://doi.org/10.1177/0886260518792249

Santana, A. C. C. S., Santos, L. S., Guimarães, J. J., Barreto, I. D. C., Lima, S. O., Melo, C. M., & Reis, F. P. (2021). Perfil do feminicídio: Uma abordagem epidemiológica no Estado de Sergipe. Research, Society and Development, 10(5), e47310515197. Recuperado de https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/15197/13606

Silva, E. R., Hino, P., & Fernandes, H. (2022). Características sociodemográficas da violência interpessoal associada ao consumo de álcool. Cogitare Enfermagem, 27:e77876. Recuperado de http://dx.doi.org/10.5380/ce.v27i0.77876

Sorrentino, A., Guida, C., Cinquegrana, V., & Baldry, A. C. (2020). Femicide fatal risk factors: a last decade comparison between Italian victims of femicide by age groups. International Journal of Environmental Research and Public Health, 17(21): 7953. Recuperado de http://doi.org/10.3390/ijerph17217953

Toprak, S., & Ersoy, G. (2017). Femicide in Turkey between 2000 and 2010. Plos One, 12(8):e0182409. Recuperado de https://doi.org/10.1371/journal.pone.0182409

United Nations Office on Drugs and Crime (2019). Global study on homicide: gender-related killing of women and girls. [Internet]. Vienna: UNODC. Recuperado de https://www.unodc.org/documents/data-and-analysis/gsh/Booklet_5.pdf

Vives-Cases, C., Parra-Casado, D. L., Estévez, J. F., Torrubiano-Domínguez, J., & Sanz-Barbero, B. (2021). Intimate partner violence against women during the COVID-19 lockdown in Spain. International Journal of Environmental Research and Public Health, 18(9):4698. Recuperado de https://doi.org/10.3390/ijerph18094698

Waiselfisz, J. J. (2015). Mapa da Violência 2015: homicídio de mulheres no Brasil. Brasília (DF). Recuperado de http://www.onumulheres.org.br/wp-content/uploads/2016/04/MapaViolencia_2015_mulheres.pdf

Wanzinack, C., Souza, M. G., Lucchesi, V. O., & Signorelli, M. C. (2020). Homicides of women and girls in the state of Paraná, Brazil: a territorial retrospective analysis from 2014 to 2018. Guaju-Revista Brasileira De Desenvolvimento Territorial Sustentável, 6(2). Recuperado de https://doi.org/10.5380/guaju.v6i2.77269

Zara, G., & Gino, S. (2018). Intimate partner violence and its escalation into femicide. Frailty thy name is "violence against women". Frontiers in Psychololgy, 9:1777. Recuperado de https://doi.org/10.3389/fpsyg.2018.01777

Zara, G., Freilone, F., Veggi, S., Biondi, E., Ceccarelli, D., & Gino, S. (2019). The medicolegal, psycho-criminological, and epidemiological reality of intimate partner and non-intimate partner femicide in North-West Italy: looking backwards to see forwards. International Journal of Legal Medicine, 133:1295-307. Recuperado de https://doi.org/10.1007/s00414-019-02061-w

Zeppegno, P., Gramaglia, C., Marco, S., Guerriero, C., Consol, C., Loreti, L., ... Sarchiapone, M. (2019). Intimate partner homicide suicide: a mini-review of the literature (2012–2018). Current Psychiatry Reports, 21:13. Recuperado de https://doi.org/10.1007/s11920-019-0995-2

Downloads

Publicado

16/07/2022

Como Citar

SCHERER, Z. A. P.; SCHERER, E. A.; SARAVALI, L. I.; REIS, I. de O.; BAQUIÃO, L. S. M. .; SCHERER, R. P. .; SCHERER, N. P. . Feminicídio: estudo com dados do setor saúde de um município paulista. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 9, p. e48611932013, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i9.32013. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/32013. Acesso em: 17 ago. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde