Fisiopatologia da hanseníase: resposta imunológica relacionada às formas clínicas
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i9.32058Palavras-chave:
Hanseníase; Mycobacterium leprae; Fisiopatologia; Reação Hansênica.Resumo
O objetivo do presente estudo é elucidar a fisiopatologia da hanseníase e relacioná-la com as suas formas clínicas por meio de uma revisão narrativa. A busca dos artigos foi realizada nas bases de dados LILACS, PUBMED, SCIELO, MEDLINE e BVS, e foram utilizados os descritores: hanseníase, Mycobacterium leprae, fisiopatologia e reação hansênica. A pesquisa foi restrita aos estudos publicados a partir de 2013 até o ano de 2021, e os artigos pertinentes ao tema foram selecionados. A hanseníase apresenta fisiopatologia complexa, correlacionada a diferentes padrões imunes, envolvendo células dendríticas, receptores de reconhecimento padrão (PRRs), macrófagos e células natural killers (NK), os quais liberarão interleucinas que determinarão o tipo de resposta imunológica do hospedeiro, dentre as quais abordamos Th1, Th2, Th17, T reguladores (Treg), Th9, Th22 e outras. Quando o padrão imune celular for ativado com predomínio do padrão Th1, o paciente tende a evoluir ao polo benigno (hanseníase tuberculoide), caso a resposta celular específica seja branda ou ausente aos antígenos do mesmo agente, com prevalência do padrão Th2 e resposta humoral, o indivíduo tende ao polo maligno (hanseníase virchowiana) da doença, bem como ao desenvolvimento de reações hansênicas tipo 1 e tipo 2.
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