Análise de vídeos do YouTube sobre judicialização da saúde: proficuidade da informação audiovisual gratuita no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i9.32122Palavras-chave:
Acesso à saúde; Direito à saúde; Judicialização da saúde.Resumo
Objetivo: Avaliar os vídeos brasileiros mais vistos no YouTube sobre judicialização do acesso à saúde pública no Brasil para avaliar a popularidade, a fonte e a utilidade do conteúdo informado ao público. Metodologia: Estudo observacional, transversal, semiquantitativo realizado no YouTube em 21/04/2020, usando o termo “judicialização da saúde”. Foram considerados os cem vídeos mais visualizados no país e excluídos aqueles não gravados em português, não relacionados à judicialização da saúde pública, duplicados e com mais de 50 minutos. Resultados: Dos 100 vídeos do estudo, 29 foram excluídos e 71 atenderam os critérios de inclusão, foram assistidos e analisados, resultando: 115.342 visualizações; 2.031 reações gostei e 84 não gostei; 96 comentários e mais de 18 horas de duração. Os órgãos do poder executivo, legislativo ou judiciário constituíram a principal origem de carregamento dos vídeos (n=21; 29,58%) e os profissionais do direito a principal origem de apresentação ou autoria. Os níveis de utilidade do conteúdo dos vídeos, a duração em minutos (p=0,0008) e o número de visualizações (p=0,0040) foram maiores na categoria moderadamente útil. Além disso, a duração e o número de visualizações foram significativamente mais baixos na categoria não útil. Conclusões: O estudo evidenciou que os vídeos do YouTube analisados são populares, têm abundância de fontes, seus conteúdos contam com pouca utilidade e foram desenvolvidos principalmente por profissionais ou segmentos do direito e da saúde. Nestes termos, entende-se que utilizar tais vídeos como fonte de informação sobre o tema não pode ser a principal recomendação ao usuário dessa rede social virtual.
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