Incidência da Doença de Chagas Aguda no estado do Pará-Brasil, entre os anos de 2010 e 2020
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i10.32475Palavras-chave:
Doença de Chagas; Doenças Negligenciadas; Tripanossomose Sul-Americana; Açaí.Resumo
Inserida no grupo das doenças negligenciadas, a doença de chagas é uma infecção causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, sendo responsável, em 2021, por 7 milhões de infecções. Apesar de ser uma doença vetorial, sua principal forma de transmissão é a partir da via oral, principalmente no Brasil, região norte e nordeste. Nas últimas décadas houve uma transição no perfil epidemiológico da DC, com prevalência cada vez maior na zona urbana. Logo, o objetivo deste estudo é investigar a incidência da doença de chagas aguda (DCA), no estado do Pará. Deste modo, realizou-se um estudo de natureza exploratória, quantitativo e descritivo, a partir das bases de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação - Sinan Net® do Ministério da Saúde/SVS, no período de 2010 a 2020. A região norte apresentou pico máximo nos anos de 2016 e 2018, com 355 casos em cada, sendo o Pará o estado com maior incidência e Abaetetuba a cidade que mais apresentou casos no tempo analisado (258). Portanto, os dados evidenciaram que a DCA depende de inúmeros fatores, como: questões político-econômicos, aspectos socioculturais, correntes migratórias e o desequilíbrio ecológico. Assim, o processo de educação em saúde para a população, aliada a capacitação dos comerciantes é fundamental para a diminuição da incidência de DCA.
Referências
Alencar, M. M. F., Filho, R. A. B. dos S., Hirschheiter, C. Â., Carmo, M. C. N., Santana, M. S., Ramos, J. L. D., Menezes, J. J. de, Lima, A. P. da S., Machado, M. C. F. de P., Rodrigues, P. M. de B., Santana, P. de M. S., & Galvão, P. V. M. (2020). Epidemiologia da Doença de Chagas aguda no Brasil de 2007 a 2018. Research, Society and Development, 9(10), e8449109120. 10.33448/rsd-v9i10.9120
Andrade, D. S., Teles, B. P., Lopes, D. I. da S., & Neto, D. N. das N. (2020). Análise do perfil epidemiológico dos pacientes acometidos por doença de chagas aguda notificados em Araguaína-TO no período de 2007 a 2018. Revista Cereus, 12(3), 212-227. http://ojs.unirg.edu.br/index.php/1/article/view/3217
Andrade, J. K. da S., Ferreira, M. das G. Q. L., Silva, E. A. da, Oliveira, E. H. S. de, Negreiros, H. A., Sousa, P. V. de L., Santos, G. M. dos, & Barros, N. V. dos A. (2020). Qualidade microbiológica de polpas de açaí comercializadas em um estado do nordeste brasileiro. Revista Brasileira de Higiene e Sanidade Animal, 14(2), 226–236. 10.5935/rbhsa.v14i2.537
Barbosa, M. das G. V., Ferreira, J. M. B. B., Arcanjo, A. R. L., Santana, R. A. G., Magalhães, L. K. C., Magalhães, L. K. C., Mota, D. T., Fé, N. F., Monteiro, W. M., Silveira, H., & Guerra, J. A. de O. (2015). Chagas disease in the State of Amazonas: History, epidemiological evolution, risks of endemicity and future perspectives. Revista Da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 48, 27–33. 10.1590/0037-8682-0258-2013
Carvalho, G. L. B., Galdino, R. da S., Cavalcante, W. M. de A., & Aquino, D. S. de. (2018). Doença e Chagas: Sua transmissão através do consumo de açaí. Acta de Ciências e Saúde, 1(1), 1–13. https://www2.ls.edu.br/actacs/index.php/ACTA/article/view/174
Cavalcante, G. A., Silva, A. S., Oliveira, F. S. C., & Oliveira, S. F. G. (2021). Principais complicações em pacientes com doença de chagas. Anais do I Congresso Brasileiro de Parasitologia Humana On-line. I Congresso Brasileiro de Parasitologia Humana On-line, 2(1), 6. 10.51161/rems/687
Companhia Nacional de Abastecimento. (2019). Açaí (fruto). https://www.conab.gov.br/info-agro/analises-do-mercado-agropecuario-e-extrativista/analises-do-mercado/historico-mensal-de-acai
Costa, J. V. de O. S., & Bittar, R. V. (2020). Estudo epidemiológico da ocorrência e vias de transmissão da Doença de Chagas nas regiões norte e nordeste do Brasil no período de 2009 a 2016. Caderno de Graduação UNIT/AL – Ciências Biológicas e da Saúde. https://openrit.grupotiradentes.com/xmlui/handle/set/3463
Coura, J. R. (2008). Síntese das doenças infecciosas e parasitárias. Guanabara Koogan, p. 314.
Dias, J. C. P., & Coura, J. R. (1997). Clínica e terapêutica da doença de Chagas: Uma abordagem prática para o clínico geral. Editora FIOCRUZ. 10.7476/9788575412435
Dias, J. C. P., Cláudio, L. D. G., Lima, M. M., Albajar-Viñas, P., Silva, R. A. e., Alves, R. V., & Costa, V. M. da. (2016). Mudanças no paradigma da conduta clínica e terapêutica da doença de Chagas: Avanços e perspectivas na busca da integralidade da saúde. Epidemiologia e Serviços de Saúde, 25(21), 1–10. 10.5123/S1679-49742016000500003
Farias, R. T. S., & Brito, D. M. C. B. (2020). O açaí como referência sociocultural para pensar, refletir e construir conhecimentos geográficos nas Escolas ribeirinhas da Amazônia brasileira. Ciência Geográfica, 24(2), 833-843. https://www.agbbauru.org.br/publicacoes/revista/anoXXIV_2/agb_xxiv_2_web/agb_xxiv_2-24.pdf
Ferreira, E. A. P.; Bezerra, V. S.; Damasceno, L. F. & Silva, O. F. (2016). O Branqueamento do Açaí em Batedeiras Artesanais para Controle do Trypanosoma cruzi, Agente Etiológico da Doença de Chagas. Jornada científica da Embrapa amapá, 2. https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/1059688/o-branqueamento-do-acai-em-batedeiras-artesanais-para-controle-do-trypanosoma-cruzi-agente-etiologico-da-doenca-de-chagas
Ferreira, R. T. B., Branquinho, M. R., & Leite, P. C. (2014). Transmissão oral da doença de Chagas pelo consumo de açaí: Um desafio para a Vigilância Sanitária. Vigilância Sanitária em Debate: Sociedade, Ciência & Tecnologia, 2(4), 4–11. https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=570561862003
Fundação Oswaldo Cruz. (2013). Doença de Chagas: Fiocruz na vanguarda do estudo da enfermidade. https://agencia.fiocruz.br/doen%C3%A7a-de-chagas-fiocruz-na-vanguarda-do-estudo-da-enfermidade#:~:text=A%20doen%C3%A7a%20de%20Chagas%20presenta,tratada%20precocemente%20com%20medicamento%20espec%C3%ADfico.
Instituto Brasileiro De Geografia e Estatística. (2017). Safra de açaí foi de 1,1 milhão de toneladas em 2016. https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/16821-safra-de-acai-foi-de-1-1-milhao-de-toneladas-em-2016
Júnior, A. da S. S., Palácios, V. R. da C. M., Miranda, C. do S., Costa, R. J. F. da, Catete, C. P., Chagasteles, E. J., Pereira, A. L. R. R., & Gonçalves, N. V. (2017). Análise espaço-temporal da doença de Chagas e seus fatores de risco ambientais e demográficos no município de Barcarena, Pará, Brasil. Revista Brasileira de Epidemiologia, 20(4), 742–755. 10.1590/1980-5497201700040015
Kratz, J. M., Bournissen, F. G., Forsyth, C. J., & Sosa-Estani, S. (2018). Clinical and pharmacological profile of benznidazole for treatment of Chagas disease. Expert Review of Clinical Pharmacology, 11(10), 943–957. 10.1080/17512433.2018.1509704
Kropf, S. P. (2009). Medicina Tropical e Ciência Nacional: Carlos Chagas e a descoberta de uma nova tripanossomíase humana. In: Doença de Chagas, doença do Brasil: ciência, saúde e nação, 1909-1962 [online]. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 51-127. 10.7476/9788575413159.0004
Marin, M. C. S. (2013). Influência da fonte alimentar na infecção de triatomíneos por Trypanosoma cruzi. Repositório Institucional UNESP. http://hdl.handle.net/11449/119828
Moraes, F. C. A. d., Passos, E. S. d. R., Costa, P. M., Pessoa, F. R., & Lopes, L. d. J. S. (2021). Doença de Chagas na Região Norte do Brasil: Análise dos casos no período de 2010 a 2019. Research, Society and Development, 10(5). 10.33448/rsd-v10i5.14193
Oliveira, M. das G. de S. (2018). Análise espacial e epidemiológica da Doença de Chagas: Distribuição e incidência no Brasil. http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/8139
Oliveira, S. F. de, Lisboa, A. P. L., Silva, A. K. S., Sanção, O. R., & Rodrigues, A. C. E. (2021). Epidemiologia da doença de chagas aguda no nordeste brasileiro. Research, Society and Development, 10(6), e10310615190–e10310615190. 10.33448/rsd-v10i6.15190
Organização Pan-Americana de Saúde. (2009). Guia para vigilância, prevenção, controle e manejo clínico da doença de Chagas aguda transmitida por alimentos. – Rio de Janeiro: PANAFTOSA-VP/OPAS/OMS. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_vigilancia_prevencao_doenca_chagas.pdf.
Pacheco, L. V., Santana, L. S., Barreto, B. C., Santos, E. de S., & Meira, C. S. (2021). Transmissão oral da doença de Chagas: Uma revisão de literatura. Research, Society and Development, 10(2), e31910212636. 10.33448/rsd-v10i2.12636
Parente, M. F., Silva, T. dos R., Henriques, R. M., & Siravenha, L. Q. (2020). Cenário epidemiológico da Doença de Chagas no Estado do Pará, Brasil. Brazilian Journal of Health Review, 3(1), 1223–1234. 10.34119/bjhrv3n1-096
Pinto, A. Y. das N., Harada, G. S., Valente, V. da C., Abud, J. E. A., Gomes, F. dos S., Souza, G. C. R. de, & Valente, S. A. da S. (2001). Acometimento cardíaco em pacientes com doença de Chagas aguda em microepidemia familiar, em Abaetetuba, na Amazônia Brasileira. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 34, 413–419. 10.1590/S0037-86822001000500003
Pinto, A. Y. das N., Valente, S. A., Valente, V. da C., Ferreira Junior, A. G., & Coura, J. R. (2008). Fase aguda da doença de Chagas na Amazônia brasileira: Estudo de 233 casos do Pará, Amapá e Maranhão observados entre 1988 e 2005. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 41(6), 602–614. 10.1590/S0037-86822008000600011
Rodrigues, A. D. D. P. S., Da Silva, L. M. C., Do Nascimento, F. das C. A., Frazão, A. das G. F., & Rezende, A. L. da S. (2021). Doença de chagas aguda: O impacto da transmissão oral no Estado do Pará. Brazilian Journal of Development, 7(8), 86187–86206. 10.34117/bjdv7n8-700
Santos F. da S. dos., Ramos, K. da S., Brum, G. G. G., Gaia, I. A., Pereira, S. S. S. de. & Vieira, A. de L. (2019). Doença de chagas e sua transmissão pelo açaí: uma revisão bibliográfica. Brazilian Journal of health Review, 2(3), 2128-2144, https://www.brazilianjournals.com/index.php/BJHR/article/view/1595
Santos, F. A. C. dos, Braga, A. P. C., Ferreira, I. S., Arêde, M. da P. S. P., Baetas, A. L. F. D., Silva, M. V. A., & Lima, L. S. A. (2020). Avaliação da prevalência e do perfil epidemiológico da doença de chagas aguda entre 2014 e 2017 no estado do Pará, Brasil. Brazilian Journal of Health Review, 3(4), 8974–8982. 10.34119/bjhrv3n4-142
Secretaria de Vigilância em Saúde. (2009). Guia de vigilância epidemiológica. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_vigilancia_epidemiologica_7ed.pdf.
Secretaria de Vigilância em Saúde. (2015). Doença de Chagas aguda no Brasil: série histórica de 2000 a 2013. Boletim Epidemiológico, 46(21), 1-9. https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/d/doenca-de-chagas/arquivos/boletim-epidemiologico-volume-46-no-21-2015-doenca-de-chagas-aguda-no-brasil-serie-historica-de-2000-a-2013.pdf.
Silva, G. G. e, Aviz, G. B. de, & Monteiro, R. C. (2019). Perfil epidemiológico da Doença de Chagas aguda no Pará entre 2010 e 2017. Pará Research Medical
Journal, 4, e29. 10.4322/prmj.2019.029
Silva, T. S. P. da. (2019). Avaliação do panorama epidemiológico da Doença de Chagas aguda e seu mecanismo de transmissão oral no município de Itaituba, Pará, Amazônia brasileira. https://repositorio.ufopa.edu.br/jspui/handle/123456789/133
Silveira, A. C., Martins, E. (2014). Histórico do controle da transmissão vetorial e situação epidemiológica atual. In: Galvão, C. Vetores da doença de chagas no Brasil. Curitiba: Sociedade Brasileira de Zoologia, 2014, pp. 10-25. https://books.scielo.org/id/mw58j/pdf/galvao-9788598203096-02.pdf.
Souza, D. S. C., Povoa, R. M. S. (2016). Aspectos epidemiológicos e clínicos da Doença de Chagas aguda no Brasil e na américa Latina. Revista Sociedade De Cardiologia Do Estado De São Paulo, 26(4), 222-9. https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-831548
Souza, S. B. de, Oliveira, A. de, Campos, E. de S., Godinho, G. A., Saraiva, A. F. F., Araujo, B. M., Menezes, A. B. V. de, Silva, L. A., Meireles, R. de S., & Gomes, E. dos S. (2021). Perfil epidemiológico da doença de Chagas aguda na região norte do Brasil no ano de 2015-2019. Revista Eletrônica Acervo Saúde, 13(7), e8200. 10.25248/reas.e8200.2021
Vargas, A., Malta, J. M. A. S., Costa, V. M. da, Cláudio, L. D. G., Alves, R. V., Cordeiro, G. da S., Aguiar, L. M. A., & Percio, J. (2018). Investigação de surto de doença de Chagas aguda na região extra-amazônica, Rio Grande do Norte, Brasil, 2016. Cadernos de Saúde Pública, 34. 10.1590/0102-311X00006517
Viana, L. L., Santos, W. S., Alves, V. R., Bichara, C. N. R., & Pontes, A. N. (2020). A doença de chagas no município de Abaetetuba, Pará, Brasil. Revista Brasileira Multidisciplinar, 23(1). 10.25061/2527-2675/ReBraM/2020.v23i1.699
Vilhena, A. O. de, Pereira, W. M. M., Oliveira, S. S. de, Fonseca, P. F. L., Ferreira, M. S., Oliveira, T. N. da C., Adami, M., Patricia Danielle Lima de, Vilhena, A. O. de, Pereira, W. M. M., Oliveira, S. S. de, Fonseca, P. F. L., Ferreira, M. S., Oliveira, T. N. da C., Adami, M., & Patricia Danielle Lima de. (2020). Doença de Chagas aguda no estado do Pará, Brasil: Série histórica de aspectos clínicos e epidemiológico em três municípios, no período de 2007 a 2015. Revista Pan-Amazônica de Saúde, 11. 10.5123/s2176-6223202000245
Villar, J. C., Perez, J. G., Cortes, O. L., Riarte, A., Pepper, M., Marin-Neto, J. A., & Guyatt, G. H. (2014). Trypanocidal drugs for chronic asymptomatic Trypanosoma cruzi infection. Cochrane Database of Systematic Reviews. 10.1002/14651858.CD003463.pub2
Vinhaes, M. C., & Dias, J. C. P. (2000). Doença de chagas no brasil. Cadernos de Saúde Pública, 16(2), 7–12. 10.1590/S0102-311X2000000800002
World Health Organization. (2021). Chagas disease (American trypanosomiasis). http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs340/en/
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Henrique Eduardo Soares Ferreira; Alan Miranda Costa; Francisco Daniel Queiroz Brito; Gabriel da Silva Duarte; Henrique Eron da Silva Gemaque; Isis de Oliveira Kosmiscky; Letícia Azevedo Moura; Dayane da Silva Campos; Soany Soares Leite; José Eduardo Gomes Arruda
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.