Perfil epidemiológico dos atendimentos antirrábicos pós-exposição procedentes de agressões por animais silvestres em Pernambuco, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i10.32593Palavras-chave:
Doenças infecciosas; Epidemiologia; Profilaxia; Rhabdoviridae.Resumo
A Raiva é endêmica no estado de Pernambuco com o último caso da doença registrado em 2017, na cidade do Recife. Visto que o conhecimento sobre a atual situação epidemiológica contribui para o estabelecimento de estratégias de controle sobre a doença no estado, o estudo teve como principal objetivo descrever e avaliar o perfil de atendimentos antirrábicos humanos notificados, oriundos de agressão por animais silvestres, registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) de 2011 a 2017. Durante a avaliação, observou-se 6.363 atendimentos antirrábicos humanos e foi possível analisar as variáveis coletadas durante o atendimento e relacioná-las com as Normas Técnicas de Profilaxia da Raiva Humana do Ministério da Saúde. Os resultados revelaram que pessoas do sexo masculino em idade adulta compõem o perfil mais agredido com exposições do tipo mordeduras e com lesões únicas predominantes. Sobre o animal agressor, observou-se um aumento na incidência de agressões provenientes de quirópteros. Conclui-se que as ações de saúde avaliadas neste trabalho necessitam de melhoria das estratégias de controle sobre o ciclo da Raiva silvestre, com atenção aos morcegos, animais relevantes na cadeia epidemiológica de transmissão de formas primária e secundária, além de melhorar a educação em saúde da população.
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