Parasitos gastrintestinais de moradores da lagoa do Vigário, Estado do Rio de Janeiro e análise da qualidade da água da lagoa
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i10.32789Palavras-chave:
Zoonose; Fezes; Parasitos; Água; Meio ambiente.Resumo
O objetivo da presente pesquisa foi diagnosticar e determinar a frequência de espécies de protozoários e helmintos que acometem a população da Lagoa do Vigário localizada em Campos dos Goytacazes, Estado do Rio de Janeiro, e avaliar os parâmetros físico-químicos e microbiológicos das águas da lagoa. Para isso, foram coletadas 70 amostras fecais com os coletores CoproPlus® e os exames coproparasitológicos foram realizados de acordo com as especificações do fabricante. Com o auxílio de um aparelho GPS as amostras de água foram coletadas de cinco pontos e foram analisados parâmetros físico-químicos e microbiológicos. Das 70 pessoas que participaram do estudo 35% estavam infectadas por alguma espécie de parasito. Foram diagnosticados os protozoários Endolimax nana, Giardia duodenalis, Entamoeba histolytica/dispar, Blastocystis hominis, Entamoeba coli e Iodamoeba butschlii, além de helmintos como Enterobius vermiculares e Strongyloides stercolaris. Todos os pontos de coleta de água apresentaram contaminação para coliformes totais e termotolerantes com valores maiores que 2419,6 NMP/100 mL. Conclui-se que os resultados deste estudo demonstram que o perfil parasitário das pessoas que moram ao redor da lagoa tem estreita relação com a precariedade das condições de higiene e educação dos indivíduos. O despejo de efluente doméstico torna a água imprópria para as atividades de contato primário e secundário em alguns pontos analisados. Contudo, é de suma importância a aplicação de projetos de Educação Ambiental para sensibilização e mudanças de hábitos sanitários da população, orientando-os na busca por melhor qualidade de vida.
Referências
Andrade, E. C., Leite, I. G., Rodrigues, I. O. & Cesca, M. G. (2010). Parasitas intestinais: uma revisão de seus aspectos sociais, epidemiológicos, clínicos e terapêuticos. Revista de APS, 13 (2), 231-240.
Andreis, A., Schuh, G. M. & Tavares, R. G. (2008). Contaminação do solo por parasitas e ocorrências de doenças intestinais. Estudos, 35 (6), 1169-1177.
Araújo, G. F. R., Tonani, K. A. A., Julião, F. C., Cardoso, O. O., Alves, R. I. S., Ragazzi, M. F., Sampaio, C. F. & Segura-Muñoz, S. I. (2011). Qualidade físico-química e microbiológica da água para o consumo humano e a relação com a saúde: estudo em uma comunidade rural no estado de São Paulo. Mundo Saúde, 35 (1), 98-104.
Barreto, T. C., Ribeiro, K. S., Marques, A. T. & Santos, C. M (2012). Levantamento das principais parasitoses intestinais que acometem crianças da comunidade Tamarindo em Campos dos Goytacazes-RJ. Revista POBS, 7 (2), 53-61.
Brasil (2005). Resolução nº 357, de 17 de março de 2005. Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem com estabelece as condições e padrões de lançamento de efluente, e dá outras providências. CONAMA. http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res05/res35705.pdf.
Brito, A. M. G., Melo, C. M., Reis, A. A., Brito, R. G. & Madi, R. R. (2013). Protozoário comensal em amostra fecal: Parâmetro para prevenção de infecção parasitária via fecal-oral. Scire Salutis, 3 (2), 17-22.
Busato, M. A., Dondoni, D. Z., Rinaldi, A. L. S. & Ferraz, L. (2015). Parasitoses intestinais: o que a comunidade sabe sobre este tema? Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, 10 (34), 1-6.
Cociancic, P., Torrusio, S. E., Zonta, M. L., Navone, G. T. (2020). Risk factors for intestinal parasitoses among children and youth of Buenos Aires, Argentina. One Health 9:100116, 1-5.
Cunha, H. F. A., Lima, D. C. I., Brito, P. N. F., Cunha, A. C., Junior, A. M. S. & Brito, D. C. (2012). Qualidade físico-química e microbiológica de água mineral e padrões da legislação. Revista Ambiente & Água - An Interdisciplinary Journal of Applied Science, 7 (3), 155-165.
Esteves, B. S. (2006). Biomassa, produtividade primária e composição nutricional de Typha domingensis Pers. na lagoa do Campelo, RJ. Universidade Estadual do Norte Fluminense. Dissertação em Ecologia e Recursos Naturais.
Ferreira, G. R. & Andrade, C. F. S. (2005). Alguns aspectos socioeconômicos relacionados a parasitoses intestinais e avaliação de uma intervenção educativa em escolares de Estiva Gerbi, SP. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 38, 402-405.
Fregonesi, B. M., Sampaio, C. F., Ragazzi, M. F., Tonani, K. A. A., Segura-Muñoz, S.I. (2012). Cryptosporidium e Giardia: desafios em águas de abastecimento público. Mundo Saúde, 36, 602-609.
Ijaz, M. K., Talukder, K. A., Aslam, M., Haque, R., Ganguly, S., Azmi, I. J, Hossain, M. S., Mukherjee, A. K., Raj, D., Ahmed, I., Kamal, J., Rubino, J. R. & Nur-e-Kamal, A. (2013). Natural contamination of human hands with enteric parasites in Indian Subcontinent. World Journal of Clinical Infectious Diseases, 3 (2), 13-19.
Khadka, S., Sapkota, S., Adhikari, S., Dubey, A.K., Thapa, A., Bashyal, R., Bhusal, H. (2021). Intestinal Parasitoses among Chepang and Musahar Community People of Makwanpur and Nawalparasi Districts of Nepal. Acta Parasitologica, 66 (1):146-154.
Lima, K. S., Soares, D. A. S., Costa, F. É. V. & Cruz, R. H. R. (2019). Recursos hídricos e monocultura de Palma: a problemática socioambiental no caso do rio Uesugi, em Igarapé-açu (Pará/Brasil). Revista GeoAmazônia, 7, 142-167.
Lopes, T. V., Fernandes, C. O. M., Michelon, L., Hijano, A., Félix, S. R., Schons, S. V. & Nobre, M. O. (2014) Parasitas zoonóticos em fezes de cães de praças públicas em municípios da região sul do Rio Grande do Sul, Brasil. Revista Brasileira de Higiene e Sanidade Animal, 8 (2), 242-250.
Lopes, L. F & Peres, P. E. (2010). Incidência de parasitoses humanas diagnosticadas no município de Rosário do sul-RS. Revista Eletrônica em Gestão, Educação e Tecnologia Ambiental, 1 (1), 41-46.
Ludwig, K. M., Frei, F., Filho, F. A. & Paes, J. T. R. (1999). Correlação entre condições de saneamento básico e parasitoses intestinais na população de Assis, Estado de São Paulo. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 32 (5), 547-555.
Manfroi, A, Stein, A.T & Castro Filho, E.D. (2009). Abordagem das parasitoses intestinais mais prevalentes. Projeto Diretrizes, 1-26.
Melo, J. F. M. (2010). Diagnóstico da qualidade de água de abastecimento na comunidade de Santa Cruz, em campos dos Goytacazes (RJ), educação ambiental e alternativas sanitárias. Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental, IFF.
Mitsch, W. J. & Gosselink, J. G. (2000). The Value of Wetlands: Importance of Scale and Landscape Setting. Ecological Economics. Ecological Economics, 35, 25-33.
Neves, D. P., Melo, A. L., Linardi, P. M. & Vitor, R. W. A. (2016). Parasitologia Humana. 13ª ed. São Paulo: Editora Atheneu.
Nunes, A. L. B. P., Cunha, A. M. O., Marçal Junior, O. (2006). Coletores de lixo e enteroparasitoses: o papel das representações sociais em suas atitudes preventivas. Ciência & Educação (Bauru), 12 (1), 25-38.
de Paula, S. M., Ramires, I., Da Silva, F. G., Conticelli, T. K., De Gênova, K. B., Brabes, K. C. DA S., Negrão, F. J. (2013). Qualidade da água do rio Dourados, MS – parâmetros físico-químicos e microbiológicos. Evidência, 13 (2), 83–100.
Pereira, A. P. M. F., Alencar, M. F. L., Cohen, S.C., Souza-Júnior, P. R. B., Cecchetto, F., Mathias, L. S., Santos, C. P., Almeida, J. C. A. & De Moraes Neto, A. H. A. (2012). The influence of health education on the prevalence of intestinal parasites in a low-income community of Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro State, Brazil. Parasitology, 139, 791–801.
Pestana, M. S. V. (2015). Saneamento: um indicador de qualidade de vida na comunidade do entorno da Lagoa do Vigário. Monografia apresentado ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense, campus Campos-Centro.
Ribeiro, J. W. & Rooke, J. M. S. (2010). Saneamento básico e sua relação com o meio ambiente e a saúde pública. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Colegiado do Curso de Especialização em Análise Ambiental da Universidade Federal de Juiz de Fora.
Rodrigues, R. M., Prado, G. P., Rubini, B., Marcon, C., Ternus, C., Couto, C., Casarotto, C., Rempel, G., Wronski, J. L., Corradidalazen, J. V., Dariff, M. S. T., Mellanidumke, Maritssadacol, P., Herrmann, R. & Hublerfigueiro, T. (2013). A Importância da Higiene no Combate as Parasitoses Intestinais, Sul Brasil Rural.
Santos, A. S. & Merlini, L. S. (2010). Prevalência de enteroparasitoses na população do município de Maria Helena, Paraná. Revista Ciência & Saúde Coletiva, 15 (3), 899-905.
Santos, R. S. & Mohr, T. (2013). Saúde e qualidade da água: Análises Microbiológicas Físico-Químicas em Águas Subterrâneas. Revista Contexto & Saúde, 13 (24), 46-53.
Skenderovic, I., Kalac, B., & Becirovic, S. (2015). Environmental pollution and waste management. Balkan Journal of Health Science, 3 (1), 1-10.
Souza, F.P. (2009). Estudo de Ocupação Espontânea na Lagoa do Vigário, no Município de Campos dos Goytacazes - RJ, propostas mitigadoras e amparo legal. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense, Campus Campos Centro.
Viana, L. G., Dias, D. F. S., Oliveira, V. P. S., Oliveira, M. M. (2013). Qualidade das águas da Lagoa do Tai, em São João da Barra, RJ. Boletim do Observatório Ambiental Alberto Ribeiro Lamego, Campos dos Goytacazes: Essentia Editora, 7 (1), 139-151.
WHO. (2017). Universal and equitable access to safe water for all by 2030. https://www.who.int/water_sanitation_health/monitoring/coverage/water2017-930px.jpg.
WHO. (2019). Drinking-water. https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/drinking-water.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Samira Salim Mello Gallo; Nicole Brand Ederli; Francisco Carlos Rodrigues de Oliveira; Melissa dos Santos Vidal Pestana; Rodrigo Maciel Lima
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.