Perfil clínico-epidemiológico dos acidentes com animais peçonhentos em uma microrregião de Minas Gerais, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i10.32878Palavras-chave:
Animais Venenosos; Epidemiologia; Sistemas de informação em saúde.Resumo
Os acidentes com animais peçonhentos são agravos de saúde negligenciados, principalmente em países subdesenvolvidos e em desenvolvimento. A subnotificação e sub-registro de informações dificulta a compreensão da real incidência desta morbidade. Assim, o objetivo do estudo é caracterizar o perfil epidemiológico e clínico dos acidentes com animais peçonhentos em uma microrregião de Minas Gerais. Trata-se de um estudo epidemiológico observacional de abordagem quantitativa descritiva e recorte retrospectivo dos acidentes com animais peçonhentos ocorridos na microrregião de Pedra Azul em Minas Gerais de 2017-2020. Ocorreram 1817 acidentes na microrregião no período estudado. O ano de 2018 foi o de maior incidência, com os acidentes distribuídos ao longo dos meses. Comercinho foi o local de maior incidência, e os acidentes ocorreram majoritariamente na zona rural. O escorpionismo foi o acidente mais frequente. As mulheres foram as vítimas mais frequentes, sendo a população economicamente ativa (20-59 anos) a mais acometida. A maioria dos casos foram classificados como leves, havendo apenas 7 óbitos. A maior parte das vítimas foram atendidas em até 1 hora após o acidente, sendo que na maioria não foi administrada a soroterapia. Mãos e pés foram mais acometidos. Assim, destaca-se a importância dos resultados no fortalecimento da vigilância em saúde loco-regionais, bem como no incentivo ao preenchimento e alimentação correta no banco de dados nacional.
Referências
Barbosa, I. R. (2016). Aspectos Clínicos E Epidemiológicos Dos Acidentes Provocados Por Animais Peçonhentos No Estado Do Rio Grande Do Norte. Revista Ciência Plural, 1(3), 2–13. https://periodicos.ufrn.br/rcp/article/view/8578
Borges, N (2017). Dinâmica de acidentes com animais peçonhentos e venenosos na região Sul de Santa Catarina, Brasil. Criciúma (SC): Universidade do Extremo Sul Catarinense.
Brasil, Ministério da Saúde (MS) (2019). Acidentes por animais peçonhentos – notificações segundo tipo de acidente no Brasil em 2019 [Review of Acidentes por animais peçonhentos – notificações segundo tipo de acidente no Brasil em 2019]. Tecnologia Da Informação a Serviço Do SUS (DATASUS). http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sinannet/cnv/animaisbr.def
Brasil, Ministério da Saúde (MS) (2020). Acidentes por animais peçonhentos – notificações segundo microrregião em 2017, 2018, 2019 e 2020 [Review of Acidentes por animais peçonhentos – notificações segundo microrregião em 2017, 2018, 2019 e 2020]. Tecnologia Da Informação a Serviço Do SUS (DATASUS). http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sinannet/cnv/animaisbr.def
Cardoso, J. L. C.; França, F. O. S.; Wen, F. H.; Malaque, C. M. S. A. & Haddad Jr, V. (2009). Animais peçonhentos no Brasil: biologia, clínica e terapêutica dos acidentes (2ª ed). São Paulo: Sarvier
Carmo, D. M. do C.; Marques, A. S.; Filho, A. G. da S.; Afonso, M. P. D. & Oliveira, S. V. de. (2019). Perfil epidemiológico do escorpionismo em Uberlândia, Minas Gerais. Revista de Medicina E Saúde de Brasília, 8(1). https://portalrevistas.ucb.br/index.php/rmsbr/article/view/10240
Carmo, É. A.; Nery, A. A.; Pereira, R.; Rios, M. A. & Casotti, C. A. (2019). Factors Associated With The Severity Of Scorpio Poisoning. Texto & Contexto - Enfermagem, 28. https://doi.org/10.1590/1980-265x-tce-2017-0561
Centro de Extensão da Escola de Veterinária da UFMG, Fundação de Ensino e Pesquisa em Medicina Veterinária e Zootecnia (2014). Cadernos Técnicos de Veterinária e Zootecnia (75ª ed). Belo Horizonte: FEP MVZ Editora
Estrela, C. (2018). Metodologia Científica: Ciência, Ensino, Pesquisa. Editora Artes Médicas
Ferreira, V. O. & Silva, M. M. (2012). O Clima da Bacia do Rio Jequitinhonha, em Minas Gerais: Subsídios para a Gestão de Recursos Hídricos. Revista Brasileira de Geografia Física, 5(2), 302. https://doi.org/10.26848/rbgf.v5i2.232805
Fiszon, J. T. & Bochner, R. (2008). Subnotificação de acidentes por animais peçonhentos registrados pelo SINAN no Estado do Rio de Janeiro no período de 2001 a 2005. Revista Brasileira de Epidemiologia, 11(1), 114–127. https://doi.org/10.1590/s1415-790x2008000100011
Goicochea, A.G.P. (2018). Acidentes escorpiônicos: uma relação entre impactos ambientais e a presença de animais peçonhentos em áreas urbanizadas. Dourados (MS): Universidade Federal da Grande Dourados
Gomes, S. C. S. & Caldas, A. de J. M. (2017). Quality of the data in the information system for work accidents under exposure to biological materials in Brazil, 2010 to 2015. Revista Brasileira de Medicina Do Trabalho, 15(3), 200–208. https://doi.org/10.5327/Z1679443520170036
Guimarães, C. D.; Palha, M. C. & Silva, J. C. (2015). Perfil clínico-epidemiológico dos acidentes ofídicos ocorridos na ilha de Colares, Pará, Amazônia oriental. Semina: Ciências Biológicas E Da Saúde, 36(1), 67. https://doi.org/10.5433/1679-0367.2015v36n1p67
Henrique, L.; Garcia, C.; De, N.; Cardoso, O.; São, F. & De Assis, F. (2019). Revista Psicologia e Saúde. Autocuidado e Adoecimento dos Homens: Uma Revisão Integrativa Nacional Self-care and Men’s Diseases: An Integrative National Review Autocuidado y Enfermedad de los Hombres: Una Revisión Integrativa Nacional Cláudia Maria Canestrine do Nascimento Bernardi. https://doi.org/10.20435/pssa.v11i3.933
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2021). Cachoeira do Pajeú, Comercinho, Itaobim, Medina, Pedra Azul [Review of Cachoeira do Pajeú, Comercinho, Itaobim, Medina, Pedra Azul]. Cidades.https://cidades.ibge.gov.br/
Leite, R. de S.; Targino, I. T. G.; Lopes, Y. A. C. F.; Barros, R. M. & Vieira, A. A. (2013). Epidemiology of snakebite accidents in the municipalities of the state of Paraíba, Brazil. Ciência & Saúde Coletiva, 18(5), 1463–1471. https://doi.org/10.1590/s1413-81232013000500032
Lemos A. P.; Ribeiro C.; Fernandes J.; Bernardes K. & Fernandes R. (2017). Saúde do homem: os motivos da procura dos homens pelos serviços de saúde. Rev Enferm UFPE on line. 11(11): 4546-4553
Leobas, G. F.; Seibert, C. S. & Feitosa, S. B. (2016). Acidentes por animais peçonhentos no Estado do Tocantins: aspectos clínico-epidemiológicos. DESAFIOS: Revista Interdisciplinar Da Universidade Federal Do Tocantins, 2(2), 269. https://doi.org/10.20873/uft.2359-3652.2016v2n2p269
Lima, C. A. (2017). Acidentes e óbitos provocados por animais peçonhentos na região Sudeste-Brasil, 2005 a 2015: um estudo ecológico. Diamantina (MG): Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri
Lisboa, N. S.; Boere, V. & Neves, F. M. (2020). Escorpionismo no Extremo Sul da Bahia, 2010-2017: perfil dos casos e fatores associados à gravidade. Epidemiologia E Serviços de Saúde, 29(2). https://doi.org/10.5123/s1679-49742020000200005
Lopes, A. B.; Oliveira, A. A.; Dias, F. C. F.; De Santana, V. M. X.; Oliveira, V. de S.; Liberato, A. A.; Calado, E. J. da R.; Lobo, P. H. P.; Gusmão, K. E. & Guedes, V. R. (2017). Perfil Epidemiológico Dos Acidentes Por Animais Peçonhentos Na Região Norte Entre Os Anos De 2012 E 2015. Revista de Patologia Do Tocantins, 4(2), 36–40. https://doi.org/10.20873/uft.2446-6492.2017v4n2p36
Marcussi S.; Arantes E.C. & Soares A.M. (2011). Escorpiões: biologia, envenenamento e mecanismos de ação de suas toxinas (1ª ed). Ribeirão Preto: FUNPEC-Editora.
Ministério da Saúde (MS): Fundação Nacional de Saúde (2001). Manual de diagnóstico e tratamento de acidentes por animais peçonhentos, 2ª ed. Brasília: FUNASA.
Ministério da Saúde (MS): Secretaria de Vigilância em Saúde: Departamento de Vigilância Epidemiológica (2009). Manual de controle de escorpiões. Brasília: Ministério da Saúde.
Ministério da Saúde: Secretaria de Vigilância em Saúde (2019). Boletim Epidemiológico: Acidentes de trabalho por animais peçonhentos entre trabalhadores do campo, floresta e águas, Brasil 2007 a 2017. 11ª ed. 50 v. Brasil: Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador.
Nogueira, C. F.; Alves, L. H. N. & Nunes, D. C. de O. S. (2021). Perfil Dos Acidentes Causados Por Animais Peçonhentos Registrados Em Uberlândia, Minas Gerais (2014 - 2018). Hygeia - Revista Brasileira de Geografia Médica E Da Saúde, 17, 81–96. https://doi.org/10.14393/hygeia17057641
Oliveira, S. S. de; Cruz, J. V. de F. & Silva, M. A. da. (2021). Perfil Epidemiológico De Escorpionismo No Nordeste Brasileiro (2009 A 2019)/ Epidemiological Profile Of Scorpionism In Northeast Brazil (2009 To 2019). Brazilian Journal of Development, 7(2), 11984–11996. https://doi.org/10.34117/bjdv7n2-022
Parise, V. (2016). Vigilância E Monitoramento Dos Acidentes Por Animais Peçonhentos No Município De Palmas, Tocantins, Brasil. Hygeia - Revista Brasileira De Geografia Médica E Da Saúde, 12(22), 72–87. https://seer.ufu.br/index.php/hygeia/article/view/30701
Portaria nº 104, de 25 de janeiro de 2011. Define as terminologias adotadas em legislação nacional, conforme o disposto no Regulamento Sanitário Internacional 2005 (RSI 2005), a relação de doenças, agravos e eventos em saúde pública de notificação compulsória em todo o território nacional e estabelece fluxo, critérios, responsabilidades e atribuições aos profissionais e serviços de saúde. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt0104_25_01_2011.html
Reckziegel, G. C. & Pinto Junior, V. L. (2014). Análise do escorpionismo no Brasil no período de 2000 a 2010. Revista Pan-Amazônica de Saúde, 5(1), 67–68. https://doi.org/10.5123/s2176-62232014000100008
Reckziegel, G. & Pinto, V. (2014). Scorpionism in Brazil in the years 2000 to 2012. Journal of Venomous Animals and Toxins Including Tropical Diseases, 20(1), 46. https://doi.org/10.1186/1678-9199-20-46
Santana, C. R. & Oliveira, M. G. (2020). Avaliação do uso de soros antivenenos na emergência de um hospital público regional de Vitória da Conquista (BA), Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, 25(3), 869–878. https://doi.org/10.1590/1413-81232020253.16362018
Silva, A. M. da; Bernarde, P. S. & Abreu, L. C. de. (2015). Accidents With Poisonous Animals In Brazil By Age And Sex. Journal of Human Growth and Development, 25(1), 54. https://doi.org/10.7322/jhgd.96768
Silveira, J. L. & Machado, C. (2017). Epidemiologia dos acidentes por animais peçonhentos nos municípios do sul de Minas Gerais / Epidemiology of accidents by venomous animals in the south of Minas Gerais / Epidemiología de los accidentes por animales venenosos en municipios del sur. Journal Health NPEPS, 2(1), 88–101. https://doi.org/10.30681/25261010
Tavares, A. V.; Araújo, K. A. M. de; Marques, M. R. de V. & Leite, R. (2020). Epidemiology of the injury with venomous animals in the state of Rio Grande do Norte, Northeast of Brazil. Ciência & Saúde Coletiva, 25, 1967–1978. https://doi.org/10.1590/1413-81232020255.16572018
World Health Organization (WHO) (2007). Rabies and envenomings: a neglected public health issue: report of a Consultative Meeting. Geneva: WHO.
World Health Organization (WHO) (2020). Ending the neglect to attain the Sustainable Development Goals: a road map for neglected tropical diseases 2021-2030. Geneva: WHO.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Pedro Henrique Moreira Neves; Vinícius Afonso Pereira; Carolina Palmeira Teixeira Martins
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.