Vivências de mulheres: uma análise da assistência ao parto vaginal

Resumo

Introdução: Apesar da publicação das boas práticas baseadas em evidências recomendadas pelo Ministério da Saúde e pela Organização Mundial da Saúde, o processo do parto ainda tem sido assistido com base em hábitos hospitalares focados no processo racional de trabalho. Objetivo geral: Identificar as práticas de atenção ao trabalho de parto, parto e pós-parto imediato, praticadas em instituições no estado do Rio de Janeiro. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa de campo quantitativa, com mulheres que pariram no estado do Rio de Janeiro, de janeiro de 2018 a março de 2022, em instituições de saúde. A coleta de dados foi via Microsoft Forms, distribuído pelo aplicativo WhatsApp. Resultados: 47 mulheres participaram da pesquisa. 72,3% pariram no SUS. 51,06% são pardas e pretas. 59,6% não receberam informações no pré-natal sobre técnicas não farmacológicas de alívio da dor de parto, porém 55,3% tiveram acesso a métodos não-tradicionais de alívio da dor. 70,2% não receberam alimento no trabalho de parto e 61,7% pariram em posição de litotomia. 48,1% se sentiram acolhidas pela enfermagem. 59,6% foram informadas quanto às vantagens do contato pele-a-pele e aleitamento na sala de parto no pré-natal, 51,1% tiveram contato pele-a-pele por até 30 minutos e 21,3% por até 1 hora. Conclusão: A assistência obstétrica na amostra representada pelo estudo atende parcialmente às recomendações baseadas em evidências. E a enfermagem tem importante papel na construção da autonomia da mulher em todo o período perinatal.