Composição florística e síndromes de polinização em uma área de caatinga hiperxerófila
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i11.33184Palavras-chave:
Cronossequência sucessional; Melitofilia; Transporte de pólen; Xerófitas.Resumo
O processo pelo qual uma comunidade de plantas se transforma em outra é denominado sucessão, no qual desencadeia mudanças graduais tanto nas condições abióticas, quanto na composição e estrutura vegetal da comunidade, assim como em seus organismos associados. O objetivo deste estudo foi analisar o comportamento das síndromes de polinização ao longo de uma cronossequência sucessional de um fragmento de Caatinga Hiperxerófila no município de Serrita, Pernambuco, Brasil. A metodologia aplicada foi realizada por meio de demarcação de transectos, sendo posteriormente elaborado o inventário florístico da área e a caracterização das síndromes de polinização no decorrer do processo de uma cronossequência sucessional, sendo essa compreendida em três estágios (Inicial, Intermediário e Tardio). Os resultados obtidos mostraram que os sistemas de polinização em espécies da Caatinga são semelhantes ao encontrado em comunidades de florestas tropicais secas e úmidas, além disso, foi verificado também que embora haja diferenças na composição de espécies entre os estágios sucessionais, a melitofilia foi predominante na cronossequência analisada neste estudo e somente o estágio tardio difere marcadamente dos outros dois, apresentando uma maior proporção de espécies polinizadas por abelhas.
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