Características morfológicas e implicações clínicas e cirúrgicas da concha nasal suprema: uma revisão integrativa

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i10.33196

Palavras-chave:

Anatomia; Cavidade Nasal; Conchas Nasais; Variação anatômica.

Resumo

Introdução: Na parede lateral de cada cavidade nasal, existem três conchas nasais nomeadas conforme sua posição: superior, média e inferior. Eventualmente, pode existir uma quarta concha (de Santorini), conhecida como concha nasal suprema. Entretanto, suas características específicas são escassas na literatura, sendo abordadas superficialmente em estudos científicos e livros didáticos. Objetivo: Descrever os aspectos morfológicos da concha nasal suprema e analisar a sua importância clínica e cirúrgica. Metodologia: Revisão integrativa da literatura com buscas nas bases de dados PubMed, Scopus, Web of Science, Embase e MEDLINE. Como ferramenta de busca, utilizou-se os descritores “supreme nasal concha”, “supreme turbinate” e “concha Santorini”, bem como o operador booleano “or”. Os critérios de elegibilidade consistiram em artigos originais sem restrição de idioma e período de publicação. Resultados e Discussão: Dentre 21 artigos não duplicados, foram selecionados seis. A concha suprema é mais encontrada bilateralmente e sua prevalência varia de 10% a 77% (média de 42,3%), sendo predominante no sexo masculino e tendo maior frequência no segundo trimestre de vida intrauterina, além de ter tamanho semelhante a concha superior na maioria dos casos. Embora seja uma variação anatômica, o conhecimento da concha suprema é importante para vários procedimentos cirúrgicos endoscópicos dos seios da face e da base do crânio. Conclusão: A concha suprema é mais comum do que se pensava. Estudos imagiológicos em tomografias computadorizadas, principalmente com reconstrução 3D, revelaram maior prevalência do que estudos anatômicos em cadáveres. Infere-se que a concha de Santorini pode não ser uma variação anatômica em algumas populações.

Referências

Abdullah, S. N. & Abdullah, B. (2020). Supreme Nasal Turbinate as an Additional Surgical Landmark in Endoscopic Sinus and Skull Base Surgeries. Cureus, 12(5), e8132.

Arreola, A. G. et al. (1996). Morphogenesis of the lateral nasal wall from 6 to 36 weeks. Otolaryngol. Head Neck Surg., 114(1), 54-60.

Bolger, W. E. (2001). Anatomy of the paranasal sinuses. In: Kennedy DW, Bolger WE, Zinreich SJ, eds. Disease of the Sinuses. B.C. Decker Inc., 1-12.

Bolger, W. E. et al. (1999). Use of the superior meatus and superior turbinate in the endoscopic approach to the sphenoid sinus. Otolaryngol. Head Neck Surg., 120(3), 308-313.

Christmas, D. A. et al. (2004). Supreme nasal turbinate as a landmark during endoscopic sphenoid sinus surgery. Ear Nose Throat, 83(2), 84-85.

Cobzeanu, M. D. et al. (2014). The anatomo-radiological study of unusual extrasinusal pneumatizations: superior and supreme turbinate, crista galli process, uncinate process. Rom. J. Morphol. Embryol., 55(1), 1099-1104.

Costa, A. V. R. (1999). Respiração bucal e postura corporal: uma relação de causa e efeito.

Escada, A. P. et al. (2009). The human olfactory mucosa. Eur. Arch. Otorhinolaryngol., 266, 1675-1680.

Felix, V. & Veerasigamani, N. (2017). Unilateral absence of ethmoid sinus and nasal turbinates: a rare case report. J. Clin. Diagn. Res., 11(4).

Gotlib, T. et al. (2018). The supreme turbinate and the drainage of the posterior ethmoids: a computed tomographic study. Folia Morphol., 77, 110-115.

Grazia K, J. A. et al. (2014). Prevalência de variantes anatômicas nasossinusais: Importância no laudo radiológico e na cirurgia endoscópica funcional. Revista Chilena de Radiología, 20(1), 5-12.

Hiatt, J. L. (2011). Anatomia: Cabeça & Pescoço (4a ed.). Guanabara Koogan.

Jafek, B. W. (1997). Olfactory mucosal biopsy and related histology. In: Seiden AM et al (eds) Taste and smell disorders. Thieme, New York, 107-127.

Kantarci, M. et al. (2004). Remarkable anatomic variations in paranasal sinus region and their clinical importance. Eur. J. Radiol., 50, 296-302.

Kim, H. U. et al. (2001). Surgical anatomy of the natural ostium of the sphenoid sinus. Laryngoscope, 114(1), 1599-1602.

Kim, K. S. et al. (2003). The risk of olfactory disturbance from conchal plate injury during ethmoidectomy. Am. J. Rhinol., 17(5), 307-310.

Kim, S. S. et al. (2001). Computed tomographic and anatomical analysis of the basal lamellas in the ethmoid sinus. Laryngoscope, 111(3), 424-429.

Koo, S. K. et al. (2018). A case of bilateral inferior concha bullosa connecting to maxillary sinus. Braz. J. Otorhinolaryngol., 84(4), 526-528.

Lang, J. (1989). Clinical anatomy of the nose, nasal cavity and paranasal sinuses. Thieme Medical, New York, 85-98.

Lang, J. & Sakals, E. (1982). Uber den Recessus sphenoethmoidalis, die Apertura nasalis des Ductus nasolacrimalis und den Hiatus semilunaris. Anat. Anz., 152, 393-412.

Levine, H. L. & Clemente, M. P. (2005). Surgical anatomy of the paranasal sinus. In: Levine HL, Clemente MP, eds. Sinus Surgery: Endoscopic and Microscopic Approaches. Thieme.

Măru, N. et al. (2015). Variant anatomy of nasal turbinates: supreme, superior and middle conchae bullosae, paradoxical superior and inferior turbinates, and middle accessory turbinate. Rom. J. Morphol. Embryol., 56(3), 1223-1226.

Mendes, K. D. L. et al. (2008). Revisão integrativa: método de pesquisa para a incorporação de evidências na saúde e na enfermagem. Texto & Contexto Enfermagem, Florianópolis, 17(4), 758-764.

Millar, D. A. & Orlandi, R. R. (2006). The sphenoid sinus natural ostium is consistently medial to the superior turbinate. Am. J. Rhinol., 20(2), 180-181.

Moore, K. L. et al. (2019). Anatomia orientada para a clínica (8a ed.). Guanabara Koogan.

Nieto, C. S. (2015). Tratado de otorrinolaringología y cirugía de cabeza y cuello (ebook online). Editorial Médica Panamericana, 450.

Orhan, M. et al. (2010). A surgical view of the superior nasal turbinate: anatomical study. Eur. Arch. Otorhinolaryngol., 267, 909-916.

Orlandi, R. R. et al. (1999), The forgotten turbinate: the role of the superior turbinate in endoscopic sinus surgery. Am. J. Rhinol., 13, 251-259.

Pati, D. & Lorusso, L. N. (2018). How to Write a Systematic Review of the Literature. HERD Health Environments Research & Design Journal, 11(1), 15-30.

Rossi, M. A. (2017). Anatomia craniofacial aplicada à odontologia: abordagem fundamental e clínica (2.ª ed.). Rio de Janeiro: Santos Ed.

Rusu, M. C. et al. (2019). The extremely rare concha of Zuckerkandl reviewed and reported. Rom. J. Morphol. Embryol., 60(3), 775-779.

Som, P. M. & Naidich, T. P. (2013). Illustrated review of the embryology and development of the facial region, part 1: Early face and lateral nasal cavities. AJNR Am. J. Neuroradiol., 34(12), 2233-2240.

Som, P. M. et al. (2003). Anatomy and physiology. In: Som PM, Curtin HD, editors. Head and neck imaging (4.ª ed.). St Louis: Mosby, 87-147.

Stammberger, H. (1991). Functional endoscopic sinus surgery. Mosby-Year Book: Philadelphia, 67-69.

Standring, S. (2010). Gray's Anatomia. (40.ª ed.). Rio de Janeiro: Elsevier.

Teixeira, L. M. S. et al. (2020). Anatomia Aplicada à Odontologia. (3.ª ed.). Rio de Janeiro: Guanabara Koogan.

Tortora, G. J. & Nielsen, M. T. (2019). Princípios de anatomia humana (14.ª ed.). Rio de Janeiro: Guanabara Koogan.

Yanagisawa, E. et al. (1998). Endoscopic localization of the sphenoid sinus ostium. Ear Nose Throat J., 77(2), 88-89.

Yilmaz, N. A. et al. (2010). Morphometric analyses of the development of nasal cavity in human fetuses: An anatomical and radiological study. International Journal of Pediatric Otorhinolaryngology, 74, 796-802.

Downloads

Publicado

08/08/2022

Como Citar

SOARES, J. B.; PAIVA, M. D. E. B. Características morfológicas e implicações clínicas e cirúrgicas da concha nasal suprema: uma revisão integrativa . Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 10, p. e492111033196, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i10.33196. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/33196. Acesso em: 30 jun. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde