As medidas governamentais de prevenção ao suicídio no Brasil têm sido efetivas?
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i11.33319Palavras-chave:
Suicídio; Brasil; Política de Saúde; Vigilância em Saúde Pública; Saúde mental.Resumo
Introdução: O suicídio é um problema de saúde pública global que tem aumentando de forma gradual nos últimos 10 anos. O Brasil ocupa a oitava posição no ranking mundial com mais casos de suicídios. O objetivo do estudo é analisar a efetividade das medidas governamentais de prevenção ao suicídio no Brasil. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura realizada através das bases de dados Scielo, Pubmed, BVS, CINAHL e UpToDate contendo publicações entre 2017 a 2022. Resultados: Entre 2010 e 2019, foi observado um aumento de 43% no número anual de suicídios no Brasil, totalizando 112.230 mortes. Esse dado reflete a ineficácia das políticas públicas no combate ao suicídio. Associado à ineficiência dos planos de ação, a falta de treinamento específico dos profissionais de saúde na atenção básica prejudica a identificação e tratamento das doenças correlacionadas. Conclusão: As políticas públicas para a prevenção do suicídio devem ser mais precisas e efetivas, para que sua prática alcance todos os cidadãos. Estudos apontam falta de controle destes índices e o aumento progressivo de casos de suicídio. Intervenções relacionadas as primeiras manifestações de ideação suicida tem potencial promissor como medidas efetivas e devem ser estudadas.
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