Doença cardiovascular associada às terapias de supressão androgênica utilizadas para o tratamento do câncer de próstata: uma revisão de escopo

Resumo

No mundo, o câncer de próstata (CaP) representa a segunda principal causa de morte por neoplasia na população masculina, e compartilha de muitos dos fatores de risco que também predispõem ao surgimento das doenças cardiovasculares (DCV´s). O tratamento consagrado para o CaP envolve o uso das terapias de privação androgênica, embora essa estratégia sabidamente possa induzir a injúria miocárdica. O objetivo do presente texto é discorrer sobre a associação entre as DCV´s e as terapias de supressão androgênica utilizadas para o CaP. Para essa Revisão de Escopo, realizada através das plataformas PubMed e Science Direct entre 2020 e 2022, os descritores eleitos foram ‘’Heart’’, ‘’Therapy’’, ‘’Androgen’’ e ''Prostate Cancer’’, associados ao operador booleano ‘’AND’’. Os critérios de inclusão consistiram em 1) ensaios clínicos, testes controlados e aleatórios, revisões e meta-análises; 2) trabalhos sobre a associação entre as DCV´s e as terapias de supressão androgênica 3) estudos que avaliaram os danos da cardiotoxicidade, assim como seu manejo e seguimento e 4) artigos m inglês, espanhol e português. Os critérios de exclusão consistiram em inadequações ao tema, relatos de casos e estudos com animais, além de textos fora do limite temporal. Observou-se que o uso da privação androgênica para o CaP pode induzir a repercussões cardiovasculares adversas, como a hipertensão arterial sistêmica, a insuficiência cardíaca, o infarto agudo do miocárdio e o acidente vascular cerebral. A descontinuação desses medicamentos e os consensos sobre o limiar de toxicidade para essas drogas ainda são tópicos controversos, assim como a escolha das terapias de cardioproteção.