Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes: as barreiras encontradas pelos trabalhadores da saúde
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i11.33601Palavras-chave:
Transplante de órgãos; Obtenção de tecidos e órgãos; Entrevista; Ética; Pessoal de saúde; Enfermagem.Resumo
Objetivo: identificar as barreiras encontradas pelos trabalhadores da saúde de uma Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes durante o processo de doação de órgãos e tecidos para transplantes. Metodologia: pesquisa qualitativa, por meio de entrevista com vinte trabalhadores de um Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes, aplicando a técnica de Análise Textual Discursiva. Resultados: foram evidenciados sentimento de frustração e decepção diante da negativa familiar; a falta e falha de comunicação e interesse por alguns trabalhadores atuantes diretamente no cuidado do potencial doador em abrir o Protocolo de Morte Encefálica; a ausência da disponibilidade do neurologista e anestesista para a captação dos órgãos; a distância da cidade do estudo em relação à cidade da equipe de captação; deficiência de trabalhadores capacitados, além do enfrentamento de momentos difíceis vividos entre si e com a família do potencial doador. Conclusão: os resultados sugerem a importância em implementar estratégias com o objetivo de atribuir mais valor social e sensibilização da população sobre à doação, além de trabalhadores da saúde mais capacitados para atuar em conjunto com os membros da equipe de doação de órgãos e tecidos para transplantes.
Referências
ABTO. (2018). Dimensionamento dos transplantes no Brasil e em cada estado (2010-2019). RBT. 2018; 23 (4):1-104. Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO). http://www.abto.org.br/abtov03/Upload/file/ RBT/2018/rbt-imprensa-leitura-compressed.pdf/.
Ahmadian, S., Rahimi, A., & Khaleghi, E. Outcomes of organ donation in brain-dead patient’s families: ethical perspective. Nurs Ethics. 2019;26(1):256-69.
Almeida, E., Elton, C., Bueno, S. M. V., & Baldissera, V. A. D. (2015). Health professionals acting in organ donations in the family perspective: a problem-based analysis. Arquivos de Ciências da Saúde da UNIPAR. https://www.revistas.unipar.br/index.php/saude/article/view/5434/3121/.
Barreto, B. S., Santana, R. J. B., Nogueira, E. C., Fernandez, B. O., & Brito, F. P. G. (2016). Factors associated with refusal to donate organs in the state of Sergipe, Brazil. Rev Bras Pesq Saúde.,18(3):40-48. https://doi.org/10.21722/rbps.v18i3.15741/
Brasil. (1997). Lei nº 10.211, de 23 de março de 2001. Altera dispositivos da Lei nº 9.434, de 4 de fevereiro de 1997, que “dispõe sobre a remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins de transplante e tratamento”. Diário Oficial da União. Ministério da Saúde. Brasília, 24 mar 2001. https://bit.ly/1W2OL8T/.
Brasil. (2016). Ministério da Saúde. Decreto nº 8.783, de 6 de junho de 2016. Altera o Decreto nº 2.268, de 30 de junho de 1997, que regulamenta a Lei nº 9.434, de 4 de fevereiro de 1997, que dispõe sobre a remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fim de transplante e tratamento. Diário Oficial da União. Brasília. https://bit.ly/2WQZmuY/
Brasil. (2016). Ministério da Saúde. Governo do Brasil. Sistemas integrados viabilizam os transplantes no país. Doação de órgãos. https://bit.ly/2WP1r5Q/
Brasil. (2017). Decreto n. 9.175, de 18 de outubro de 2017. Regulamenta a Lei n. 9.434, de 4 de fevereiro de 1997, para tratar da disposição de órgãos, tecidos, células e partes do corpo humano para fins de transplante e tratamento. Ministério da Saúde. Brasília, http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/ decreto/D9175.htm/.
Bueno, S. .M V. (2009). Tratado de educação preventiva. Ribeirão Preto: FIERP/EERP USP. http://www2.eerp.usp.br/site/arquivos/noticias/Anais_CONGRESSO_EDUCACAO_PREVENTIVA_DST-AIDS_DROGAS_VIOLENCIA.pdf/.
Celite, I. V. A.., Maia, L. S., Silva, M. B., & Cardinal, H. H. Papel da Enfermagem nas Equipes de Transplante de Cuiabá/MT. In: Congresso Brasileiro de Enfermagem, 24 a 28 de setembro de 2006, Porto Seguro: COFEN, 2006.
Cinque, V. M., & Bianchi, E. R. F. (2010). Stressor experienced by family members in the process of organ and tissue donation for transplant. Rev Esc Enf. São Paulo, 44(4): 996-1002. http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v44n4/20.pdf/.
España. (2014). Ministerio de Sanidad. Servicios Sociales e Igualdad. La Organización Nacional de Trasplantes celebra su 25 aniversario con pacientes y profesionales de toda la redtrasplantadora española. Servicio de Información sobre Discapacidad – INICO Facultad de Psicología – Universidad de Salamanca Avda. Espanha. p. 5. https://sid-inico.usal.es/noticias/la-organizacion-nacional-de-trasplantes-celebra-su-25-aniversario-con-pacientes-y-profesionales-de-toda-la-red-trasplantadora-espanola/.
España. (2018). Balance de actividad de la Organización Nacional de Trasplantes en 2017. Madrid: MSSSI. Ministerio de Sanidad, Servicios Sociales e Igualdad. https://bit.ly/2IUpECG.
European Group for Coordination of National Research Programmes on Organ Donation and Transplantation. (2018). Project/Contract Number 0011853: Work Package 2: expanding donor pool. Madrid: Alliance for Organ Donation and Transplantation. https://bit.ly/2Kmgsu9/
Fernandes, M. E. N., Bittencourt, Z. Z. L. C., & Boin, I. F. S. F. (2015). Experiencing organ donation: feelings of family members after consent. Rev. Latino-Am. Enfermagem. 23(5):895-901. 10.1590/0104-1169.0486.2629.
Freire, I. L. S., Mendonça, A. E. O., Dantas, B. A. S., Silva, M. F., Gomes, A. T. L., & Torres, G. V. (2014). Process of organ and tissue donation for transplant: Reflections about its effectiveness. Rev enferm UFPE on line., Recife., (supl. 1):2533-8. file:///C:/Users/cintia%20passos/Downloads/Processo_de_doao_de_rgos_e_tecidos_para_transplante_reflexes_sobre_sua_efet%20(3).pdf/.
Furlan, A. C., Espolador, R. C. R. T., Maziero, K. M. C. (2010). Availability of Organs for Transplantion. 11(1): 49-59. https://seer.pgsskroton.com/index.php/juridicas/article/view/966/928/.
Halldorson, J., & Roberts, J. P. (2013). Decadal analysis of deceased organ donation in Spain and the United States linking an increased donation rate and the utilization of older donors. Liver Transpl, 19(9):981-6. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23780795/.
Leite, N. F., Maranhão, T. L. G., & Farias, A. A. (2017). Multiple organ procurement: the process challenges for health professionals and relatives. Id on Line Rev. Psic. Edição eletrônica.,11(34). Retrieved from: https://idonline.emnuvens.com.br/id/article/view/687/.
Moraes, R., & Galiazzi, M. C. (2013). Análise Textual Discursiva. (2ª.ed) rev. 224 p. Ijuí (RS): Ed. Unijuí.
Magalhães, A. C. S. P., Magalhães, J. A. P., & Ramos, R. P. O enfermeiro na central de captação de órgãos. Anuário da Produção Acadêmica Docente, Campinas, 1(1), 237-242, Out 2007. <http://repositorio.pgsskroton.com.br/bitstream/123456789/1313/1/Artigo%2032.pdf>. Acesso em: 21 set. 2020.
Mendes, K. D. S., et al. Transplante de órgãos e tecidos: responsabilidades do enfermeiro. Texto Contexto Enfermagem, São Paulo, 21(4), 945-953, Out/Dez 2012. <https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-07072012000400027&lng=pt&tlng=pt>. Acesso em: 28 ago. 2020.
Moraes, E. L., Santos, M. J., Merighi, M. A. B., Massarollo, M. C. K. B. (2014). Nurses experience in the process of organ and tissue donation for transplantation. Rev. Latino-Am. Nursing. 22 (2): 226-33. http://www.scielo.br/pdf/rlae/v22n2/pt_0104-1169-rlae-22-02-00226.pdf/.
Passos, C. M. Comissão Intra-Hospitalar De Doação De Órgãos E Tecidos Para Transplantes: Abordagem Familiar No Processo De Notificação, Captação E Doação De Órgãos Para Transplantes. Dissertação. 2018. <https://ppgenfermagem.furg.br/dissertacoes-e-teses/publicacoes-de-2018/11935dissertacao-cintia-marchesan-passos>.
Passos, C. M., Silveira, R. S. d., Lunardi, G. L., Rocha, L. P., Ferreira, J. d. S. R., & Gutierres, É. D. (2020). Profissionais de saúde: Facilidades e dificuldades encontradas durante a notificação, abordagem familiar e captação de órgãos. Research, Society and Development, 9 (7). <https://redib.org/Record/oai_articulo3002825-profissionais-de-sa%C3%BAde-facilidades-e-dificuldades-encontradas-durante-a-notifica%C3%A7%C3%A3o-abordagem-familiar-e-capta%C3%A7%C3%A3o-de-%C3%B3rg%C3%A3os>.
Sales, C. B., Bernardes, A., Gabriel, C. S., Brito, M. F. P., Moura, A. A., & Zanetti, A. C. B. (2018). Standard Operational Protocols in professional nursing practice: use, weaknesses and potentialities. Rev Bras Enferm, 71(1):126-34. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-71672018000100126/.
Sarti, A. J., Sutherland, S., Healey, A., Dhanani, S., Landriault, A., Fothergill-Bourbonnais, F., et al. A multicenter qualitative investigation of the experiences and perspectives of substitute decision makers whounderwent organ donation decisions. Prog Transplant. 2018,28(4):343-8.
Silva, S. L., Oliveira, I. L. F., Pego, Z. O., Pereira, J. R., & Sousa, C. V. (2016). Motivating factors for organ donation: an analysis under the perspectives of social marketing. Teoria Prática Adm, 6(5):69-96. https://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/tpa/article/view/28274/15651/.
Souza, B. S. J., Lira, G. .G, & Mola, R. (2015). Notification of brain death in the hospital. Rev Rene., 16(2):194-200. http://periodicos.ufc.br/rene/article/view/2705/2090/.
Thomé, C., & Mengue, P. (2017). Quase metade das famílias diz ‘não’ à doação de órgãos, 34,5 mil estão na fila. O Estado de S. Paulo. https://saude.estadao.com.br/noticias/geral,quase-metade-das-familias-diz-nao-a-doacao-de-orgaos-34-5-mil-estao-na-fila,70001695257/.
Westphal, G. A., Garcia, V. D., Souza, R. L., Franke, C. A., Vieira, K. D., Birckholz, V. R. Z., et al. (2016). Guidelines for the assessment and acceptance of potential brain-dead organ donos. Rev Bras Ter Intensiva. 28(3):220-55. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-507X2016000300220&lng=en&nrm=iso&tlng=pt/.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Cintia Marchesan Passos; Ana Paula Vaghetti de Oliveira; Daniele de Farias Wille ; Thicianne da Silva Roque; Geraldo Viana dos Santos
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
