Neolinguagem e “linguagem neutra”: potencialidades inclusivas e/ou reações conservadoras
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i11.33741Palavras-chave:
Sociologia; Neolinguagem; Linguagem neutra; Educação; Ideologia de gênero.Resumo
Retomando a compreensão de “Neolinguagem”, a partir dos movimentos, ações, contribuições e lutas de diferentes ativistas da causa não-binária no Brasil, este estudo sociológico busca ampliar as discussões acerca do lugar onde o debate da chamada “linguagem inclusiva de gênero”, “linguagem neutra” ou “linguagem não-binária” se insere em diferentes instâncias do debate político e contexto social brasileiro, especialmente quando atravessado pela questão da pluralidade no ambiente escolar – tido como um potencial espaço de inclusão e/ou (re)produção de violências contra corpos não normativos –, do respeito à identificação/expressão de gênero, da reação e apropriação de pautas por movimentos conservadores-religiosos e da construção de políticas públicas. A partir da pesquisa documental eletrônica que gerou o mapeamento de 26 (vinte seis) Projetos de Lei, entre 2020 e 2021, vinculados a uma agenda conservadora anti-gênero nacional de “proibição da linguagem neutra”, traçam-se paralelos entre tais construções discursivas e os argumentos utilizados em torno de uma suposta “Ideologia de Gênero”. Como resultados foi possível perceber como diferentes grupos significam a Neolinguagem como tecnologia de gênero e pauta política, ao quanto que representantes políticos de diferentes espaços legislativos estabeleceram suas ações, enquanto projetos de lei, inseridos nas reconfigurações dos cenários discursivos de agendas reacionárias internacionais, além de possibilitar a reflexão sobre os motivos para a assunção do espaço escolar como um espaço-alvo para tais agendas.
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