Análise de eventos de inundação na sub-bacia do córrego Carneirinhos, João Monlevade, Minas Gerais
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i6.3383Palavras-chave:
Precipitação; Inundações urbanas; Sistemas meteorológicos.Resumo
Desde a década de 1940 o número de pessoas que vivem nas cidades brasileiras dobrou, sendo que na maior parte delas o processo de crescimento ocorreu de modo desordenado, resultando em problemas socioambientais, inclusive inundações e deslizamentos de encostas nos períodos chuvosos. João Monlevade é um município mineiro que apresenta um histórico de desastres decorrentes de eventos hidrológicos extremos, assim, este estudo objetiva analisar os eventos de inundação registrados na sub-bacia do córrego Carneirinhos, seus respectivos impactos, bem como os sistemas meteorológicos atuantes no período de ocorrência. Primeiramente foi realizada a delimitação e caracterização da área de estudo, procedeu-se a coleta dos dados relacionados à série histórica dos eventos de inundações ocorridos na sub-bacia entre os anos de 1969 a 2020. Em seguida, identificaram-se os sistemas meteorológicos atuantes nas datas dos eventos. Pode-se constatar que o córrego Carneirinhos registrou 14 eventos de inundação que estão associados, principalmente, com a Zona de Convergência do Atlântico Sul ou com Zonas de Convergência de Umidade. Alguns possíveis fatores que podem justificar a ocorrência destes eventos são as alterações nos padrões hidrológicos devido às mudanças climáticas, a canalização do córrego, possíveis falhas no dimensionamento do projeto do sistema de drenagem da bacia, e/ou a combinação de todos estes fatores. Por fim, recomenda-se que sejam realizados estudos que avaliem o sistema de drenagem atual do município abordando o dimensionamento das galerias existentes frente às mudanças climáticas futuras, uma vez que alguns estudos apontam para um aumento na frequência dos eventos de inundação.
Referências
Araújo, J. C. de. (2011). Resgate cultural de João Monlevade, História e Arquitetura. http://ec1uemg.blogspot.com/2011/08/resgate-cultural-de-joao-monlevade.html
Bayliss, A. C., & Reed, D. W. (2001). The use of historical data in flood frequency estimation. Manual, March 2001, 87. http://nora.nerc.ac.uk/8060/1/BaylissRepN008060CR.pdf
Brasil. (2020). Sistema Integrado de Informações sobre Desastre. https://s2id.mi.gov.br/paginas/atlas/#
Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos. (2006). Climanálise: Boletim de monitoramento e análise climática (No. 11; 21). http://climanalise.cptec.inpe.br/~rclimanl/boletim/index1106.shtml
Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos. (2009). Climanálise: Boletim de monitoramento e análise climática (No. 11; 24). http://climanalise.cptec.inpe.br/~rclimanl/boletim/index1109.shtml
Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos. (2012). Climanálise: Boletim de monitoramento e análise climática (No. 12; 27). http://climanalise.cptec.inpe.br/~rclimanl/boletim/capas/capa_Boletim_27_12.jpg
Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos. (2015). Infoclima: boletim de informações climáticas do CPTEC/INPE (No. 2; 22). http://infoclima.cptec.inpe.br/~rinfo/pdf_infoclima/201502.pdf
Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos. (2016). Infoclima: boletim de informações climáticas do CPTEC/INPE (No. 1; 23). http://infoclima.cptec.inpe.br/~rinfo/pdf_infoclima/201601.pdf
Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos. (2017). Infoclima: boletim de informações climáticas do CPTEC/INPE (No. 12; 24). http://infoclima.cptec.inpe.br/~rinfo/pdf_infoclima/201712.pdf
Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos. (2018). Infoclima: boletim de informações climáticas do CPTEC/INPE (No. 4; 25). http://infoclima.cptec.inpe.br/~rinfo/pdf_infoclima/201804.pdf
Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos. (2019). Análise sinótica. http://tempo.cptec.inpe.br/boletim-tecnico/faces/impressao.jsp?idBoletim=3769
DeFato Online. (2015). Chuva causa estragos em João Monlevade. https://defatoonline.com.br/chuva-causa-estragos-em-joao-monlevade
Departamento de Água e Esgoto João Monlevade. (2019). Dados climatológicos de João Monlevade. http://pmjm.mg.gov.br/secretariaView/23_DAE-Departamento-Municipal-de-Aguas-e-Esgotos.html
Diakakis, M. (2016). Have flood mortality qualitative characteristics changed during the last decades? The case study of Greece. Environmental Hazards, 15(2), 148–159. https://doi.org/10.1080/17477891.2016.1147412
Diário do Aço. (2017). Chuva causa inundação em João Monlevade. https://www.diariodoaco.com.br/noticia/0055208-chuva-causa-inundacao-em-joao-monlevade
Emergency Events Database. (2019). Natural Disasters 2018. www.emdat.be
Emergency Events Database. (2020). The Emergency Events Database. www.emdat.be
Fletcher, T. D., Andrieu, H., & Hamel, P. (2013). Understanding, management and modelling of urban hydrology and its consequences for receiving waters: A state of the art. Advances in Water Resources, 51, 261–279. https://doi.org/10.1016/j.advwatres.2012.09.001
Franco, E. S., Luiz, T. A., Santos, N. A. dos, Narcizo, R. V., Lopes, J. de A., & Piedade, L. D. da C. (2016). Canalização do Córrego Carneirinhos e sua relação com os alagamentos em João Monlevade/MG. Revista Científica Vozes Dos Vales, 10, 1–16. http://site.ufvjm.edu.br/revistamultidisciplinar/files/2016/09/Thiago.pdf
G1 MG Globo Notícias. (2017). Chuva provoca alagamentos em João Monlevade, na Região Central de MG. https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/chuva-provoca-alagamentos-em-joao-monlevade-na-regiao-central-de-mg.ghtml
Gil, A.C. (2008) Método e técnicas de pesquisa social. 6ª Ed. São Paulo: Atlas, 2008.
Hettiarachchi, S., Wasko, C., & Sharma, A. (2018). Increase in flood risk resulting from climate change in a developed urban watershed – the role of storm temporal patterns. Hydrology and Earth System Sciences, 22(3), 2041–2056. https://doi.org/10.5194/hess-22-2041-2018
Instituto Brasileiro de Geografia Estatística. (2019). Estimativa de população. https://cidades.ibge.gov.br/brasil/mg/João_Monlevade
Instituto Nacional de Meteorologia. (2019). Boletim agroclimatológico mensal (No. 2; 54). http://www.inmet.gov.br/portal/arq/upload/BOLETIM-AGRO_MENSAL_201902.pdf
Instituto Nacional de Meteorologia. (2020). Boletim agroclimatológico mensal (No. 2; 55). http://www.inmet.gov.br/portal/arq/upload/BOLETIM-AGRO_MENSAL_202002.pdf
Jha, A. K., Bloch, R., & Lamond, J. (2012). Cities and Flooding. The World Bank. https://doi.org/10.1596/978-0-8213-8866-2
Minas Gerais. (2020). Declara situação de emergência nas áreas dos municípios afetadas por Tempestade Local/Convectiva – Chuvas Intensas. http://jornal.iof.mg.gov.br/xmlui/bitstream/handle/123456789/229266/caderno1_2020-01-26 1.pdf?sequence=1
Moreira, L. L. (2014). Análise Do Impacto da Evolução Urbanística Sobre O Sistema de Drenagem Urbana [Universidade Federal do EspÍrito Santo]. http://ambiental.ufes.br/sites/ambiental.ufes.br/files/field/anexo/analise_do_impacto_da_evolucao_urbanistica_sobre_o_sistema_de_drenagem_urbana_luana_lavagnoli_moreira.pdf
Mota, T. (2012). Chuva forte alaga região central de João Monlevade.
Niemczynowicz, J. (1999). Urban hydrology and water management – present and future challenges. Urban Water, 1(1), 1–14. https://doi.org/10.1016/S1462-0758(99)00009-6
Pomeroy, J. W., Granger, R. J., Hedstrom, N. R., Gray, D. M., Elliot, J., Pietronir, A., & Janowicz, J. R. (2005). The Process Hydrology Approach to Improving Prediction to Ungauged Basins in Canada. In Prediction in Ungauged Vasins, Approaches for Canada’s Cold Regions (pp. 67–95). Canadian Water Resources Association.
Quadro, M. F. L. de. (1999). Estudo de episódios de zonas de convergência do Atlântico Sul (ZCAS) sobre a América do Sul. Revista Brasileira de Geofísica, 17(2–3), 210–210. https://doi.org/10.1590/S0102-261X1999000200009
Reboita, M. S., Corrêa, M. de P., Rodrigues, M., & Silva, J. P. R. da. (2016). Balance of the atmospheric sciences graduation course in the south of Minas Gerais State: teaching, research, extension and benefits to society. Revista Brasileira de Geografia Física, 9(7). https://doi.org/10.5935/1984-2295.20160165
Reis, A. L., Silva, M. S., Regis, M. V., Silveira, W. W. da, Souza, A. C. de, Reboita, M. S., & Silveira, V. (2018). Climatologia e eventos extremos de precipitação no estado de Minas Gerais (Climatology and extreme rainfall events in the state of Minas Gerais). Revista Brasileira de Geografia Física, 11(2), 652–660. https://doi.org/10.26848/rbgf.v11.2.p652-660
Rodrigues, M. L. G., Franco, D., & Sugahara, S. (2004). Climatologia de frentes frias no litoral de Santa Catarina. Revista Brasileira de Geofísica, 22(2). https://doi.org/10.1590/S0102-261X2004000200004
Sacramento, O. B., Neto; Escobar, G. C. J.; Silva, P. E. D (2010). Método objetivo para identificar episódios de Zonas de Convergência de Umidade (ZCOU) no ambiente operacional do Centro de Previsão de Tempo e Estados Climáticos. CPTEC. XVI Congresso de Meteorologia.
Saito, S. M., Souza, D. O. . Sistema de monitoramento e alerta de desastres naturais: práticas e desafios. In: Guasselli, Laurindo Antônio; Oliveira, Guilherme Garcia de; Alves, Rita de Cássia Marques. (Org.). Eventos extremos no Rio Grande do Sul : inundações e movimentos de massa. 1ed.Porto Alegre: Evangraf, 2013, v. , p. 1.
Salvadore, E., Bronders, J., & Batelaan, O. (2015). Hydrological modelling of urbanized catchments: A review and future directions. Journal of Hydrology, 529, 62–81. https://doi.org/10.1016/j.jhydrol.2015.06.028
Santos, W. (2019). Cheia da Laje completa 50 anos: tromba d’água arrasou a cidade de são josé da laje no fatídico dia 14 de março de 1969. http://almanaquealagoas.com.br/noticias/?vCod=11774
Serviço Geológico do Brasil. (2009). Sistema de alerta contra enchentes na bacia do rio Doce: Vol. II. https://www.cprm.gov.br/sace/conteudo/doce_artigos/relatorioalerta2009v1.pdf
Sidra: Sistema IBGE de Recuperação. (2020). Censo Demográfico: população residente, por cor ou raça. https://sidra.ibge.gov.br/tabela/136#resultado
Silva, J. J. R., Oliveira, G. D. A., Vieira, E. M., & Freitas, A. C. V. (2020). Influência da expansão urbana aliada às características morfométricas nas ocorrências de inundações: estudo de caso no município de João Monlevade-MG. Research, Society and Development, 9(2), 136922101. https://doi.org/10.33448/rsd-v9i2.2101
Tucci, C. . (2007). Inundações urbanas. ABRH/RHAMA.
United Nations. (2018). The World ’s Cities in 2018. The World’s Cities in 2018 - Data Booklet (ST/ESA/ SER.A/417), 34. https://www.un.org/en/events/citiesday/assets/pdf/the_worlds_cities_in_2018_data_booklet.pdf
Via Comercial. (2020). Forte chuva alga avenidas e ruas no bairro Carneirinhos. https://www.viacomercial.com.br/2020/01/14/joao-monlevade-forte-chuva-alga-avenidas-e-ruas-no-bairro-carneirinhos/
Zhou, Q., Leng, G., & Huang, M. (2018). Impacts of future climate change on urban flood volumes in Hohhot in northern China: benefits of climate change mitigation and adaptations. Hydrology and Earth System Sciences, 22(1), 305–316. https://doi.org/10.5194/hess-22-305-2018
Zilli, M. T., Carvalho, L. M. V., Liebmann, B., & Silva Dias, M. A. (2017). A comprehensive analysis of trends in extreme precipitation over southeastern coast of Brazil. International Journal of Climatology, 37(5), 2269–2279. https://doi.org/10.1002/joc.4840
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
