Estudo epidemiológico da cardiopatia congênita no Estado do Pará, Amazônia, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i13.35193Palavras-chave:
Vulnerabilidade social; Defeitos cardíacos congênitos; Serviços de saúde comunitária.Resumo
Este estudo objetivou descrever o perfil clínico-epidemiológico dos casos de cardiopatia congênita atendidos em hospital de referência no estado do Pará – Brasil. Estudo ecológico, descritivo, retrospectivo, de base populacional, onde foram utilizados dados do cadastro dos pacientes atendidos no período entre janeiro de 2012 e dezembro de 2016, e para decodificação das informações dos municípios de procedência usou-se base de dados do Censo de 2010 e do sistema milionésimo do IBGE. Todos os pacientes tiveram diagnóstico confirmado pelo menos por ecocardiograma. As variáveis foram: gênero, idade, tipo de cardiopatia, tratamento realizado e tempo de espera. Dos 905 casos observados, 52% tinham mais de 01 ano de idade ao diagnóstico, 75,1% apresentaram cardiopatia acianótica, tendo sido a mais frequente a comunicação interventricular (21%). Entre as cardiopatias cianóticas, a Tetralogia de Fallot foi a mais frequente (12%). Não houve predomínio de gênero. No momento da avaliação, 55,7% dos pacientes encontravam-se aguardando tratamento, 33,8% haviam sido submetidos a cirurgia, 5,3% haviam sido operados e submetidos a tratamento hemodinâmico e 5,2% haviam sido submetidos exclusivamente a tratamento hemodinâmico. A letalidade durante o período estudado foi de 9,61%, dos quais 83,9% haviam sido submetidos a tratamento cirúrgico. Existem dificuldades de acesso ao diagnóstico e tratamento, sobretudo nos municípios mais distantes da capital do Estado.
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