A modulação intestinal como fator relevante no enfrentamento do quadro de depressão
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i13.35209Palavras-chave:
Microbiota; Depressão; Modulação; Eixo Intestino-cérebro; Disbiose.Resumo
O presente trabalho busca descrever os aspectos que asseveram o quadro de disbiose intestinal e, consequentemente, o acometimento de depressão e como a modulação intestinal pode colaborar com a melhoria da qualidade de vida de pacientes. A possibilidade de aprofundamento desse estudo colabora com pesquisas que visam reduzir os impactos do desequilíbrio da microbiota na relação do eixo intestino-cérebro. A metodologia consta consiste em uma revisão sistemática de coletas de dados, a partir de pesquisa bibliográfica, na produção publicada em bases da LILACS, PubMed e Google Acadêmico. Estudos apontam que o uso de probióticos e simbióticos de forma prolongada pode afetar positivamente o humor, o fenótipo relacionado à ansiedade e depressão, modular o eixo hipotálamo-pituitária-adrenal, alterar a atividade cerebral e aumentar o neurotransmissor inibitório GABA, reduzindo assim sintomas de ansiedade e depressão. Entretanto, ressalta-se a necessidade de novos estudos para maior controle das variáveis (alimentação, exercícios, grau da depressão). Desta forma, esse recorte científico ressalta um caminho para que a sociedade enfrente os distúrbios relacionados entre cérebro e intestino, destacando-se que estratégias modulatórias podem auxiliar, consideravelmente, na melhora da qualidade de vida dos pacientes afetados pela depressão.
Referências
Akkasheh, G., Kashani-Poor, Z., Tajabadi-Ebrahimi, M., Jafari, P., Akbari, H., Taghizadeh, M. & Esmaillzadeh, A. (2016). Clinical and metabolic response to probiotic administration in patients with major depressive disorder: A randomized, double-blind, placebo-controlled trial. Nutrition (Burbank, Los Angeles County, Calif.), 32(3), 315–320.
Araújo, A. S. F., Vieira, I. N. U., Silva, J. N. F., Faria, S. P., Nunes, G. L., Khouri, A. G., & Silveira, A. A. (2020). Avaliação do consumo alimentar em pacientes com diagnóstico de depressão e/ou ansiedade. Revista Referencias em Saúde da Faculdade Estácio de Sá de Goiás, 03(1), 18-26.
Batista, J. I., & de Oliveira, A. (2016). Efeitos psicofisiológicos do exercício físico em pacientes com transtornos de ansiedade e depressão. Corpoconsciência, 19(3), 1-10.
Bermúdez-Humarán, L. G., Salinas, E., Ortiz, G. G., Ramirez-Jirano, L. J., Morales, J. A., & Bitzer-Quintero, O. K. (2019). From Probiotics to Psychobiotics: Live Beneficial Bacteria Which Act on the Brain-Gut Axis. Nutrients, 11(4), 890.
Bernaud, F. S. R., & Rodrigues, T. C. (2013). Fibra alimentar: ingestão adequada e efeitos sobre a saúde do metabolismo. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia, 57(6), 397–405.
Breit, S., Kupferberg, A., Rogler, G., & Hasler, G. (2018). Vagus Nerve as Modulator of the Brain-Gut Axis in Psychiatric and Inflammatory Disorders. Frontiers in Psychiatry, 9, 44.
Castro, A. C. X. C. G., de Sá, M. A. F. P., Santos, M. F. S. R., Tamelini, S. L., Aguiar, M. F., Rosado, G. de P., & Miranda, L. P. A. (2022). Depressão e Disbiose: evidências científicas. Revista Científica Multidisciplinar, 3(2), 2675-6218.
Clark, A., & Mach, N. (2016). Exercise-induced stress behavior, gut-microbiota-brain axis and diet: a systematic review for athletes. Journal of the International Society of Sports Nutrition, 24(13), 43.
Clarke, G., Grenham, S., Scully, P., Fitzgerald, P., Moloney, R. D., Shanahan, F., & Cryan, J. F. (2013). The microbiome-gut-brain axis during early life regulates the hippocampal serotonergic system in a sex-dependent manner. Molecular psychiatry, 18(6), 666–673.
Clemente, J. C., Ursell, L. K., Parfrey, L. W., & Lach K., R. (2012). The impact of the gut microbiota on human health: an integrative view. Cell, 148(6), 1258–1270.
Conrado, B. A., Souza, S. A. de Mallet, A. C. T., Souza, E. B. de, Neves, A. dos S., & Saron, M. L. G. (2018). Disbiose intestinal em idosos e aplicabilidade dos probióticos e prebióticos. Cadernos UniFOA, 13(36), 71–78.
Correia, F. (2015). Microbioma humano: implicações biomédicas. Instituto Superior de Ciências a Saúde Egas Moniz.
Costa, C., Branco, J. C., Vieira, I. S., Souza, L. D. M., & Silva, R. A. (2019). Prevalência de ansiedade e fatores associados em adultos. Jornal Brasileiro de Psiquiatria, 68(2), 92-100.
Cryan, J. F., & Dinan, T. G. (2012). Mind-altering microorganisms: the impact of the gut microbiota on brain and behaviour. Nature Neuroscience, 13(10), 702.
Cryan, J. F., & O’mahony, S. M. (2011). The microbiome‐gut‐brain axis: from bowel to behavior. Neurogastroenterol Motil, 23(3), 187-192.
Cryan, J. F., O'Riordan, K. J., Cowan, C., Sandhu, K. V., Bastiaanssen, T., Boehme, M., & Dinan, T. G. (2019). The Microbiota-Gut-Brain Axis. Physiological reviews, 99(4), 1877–2013.
Dalile, B., Van O. L., Vervliet, B., & Verbeke, K. (2019). The role of short-chain fatty acids in microbiota-gut-brain communication. Nature reviews. Gastroenterology & hepatology, 16(8), 461–478.
Del’arco, A. P. W. T., Magalhães, P., & Quilici, F. A. (2017). SIM Brasil study – Women’s Gastrointestinal Health: gastrointestinal symptoms and impact on the Brazilian women qualityof life. Archaeology Gastroenterol, 54(2), 115-122.
Dinan, T. G., & Cryan, J. F. (2013). Micróbios melancólicos: uma ligação entre a microbiota intestinal e a depressão. Neurogastroenterology & Motility ,25(9), 713-719,
Dinan, T. G., Stanton, C., & Cryan, J. F. (2013). Psychobiotics: a novel class of psychotropic. Biology Psychiatry, 74(10), 720-6.
Dinan, T. G., Stilling, R. M., Stanton, C., & Cryan, J. F. (2015). Collective unconscious: how gut microbes shape human behavior. Journal of psychiatric research, 63, 1–9.
Dinan, T. G., & Cryan, J. F. (2017). The Microbiome-Gut-Brain Axis in Health and Disease Gastroenterol. Medical Clinics of North America, 46(1),77-89.
Fuller, S., Beck, E., Salman, H., & Tapsell, L. (2016). New Horizons for the Study of Dietary Fiber and Health. a Review. Plant Foods Human Nutrition, 71(1), 1-12.
Galvão, M. C. B., & Ricarte, I. L. M. (2019). Revisão sistemática da literatura: conceituação, produção e publicação. Logeion: Filosofia Da Informação, 6(1), 57–73.
Grenham, S., Clarke, G., Cryan, J. F., & Dinan, T. G. (2011). Brain-gut-microbe communication in health and disease. Frontiers in physiology, 2, 94.
Hadi, A., Sepandi, M., Marx, W., Moradi, S., & Parastouei, K. (2019). Clinical and psychological responses to synbiotic supplementation in obese or overweight adults: A randomized clinical trial. Complementary therapies in medicine, 47, 102216.
Heiss, C. N., & Olofsson, L. E. (2019). The role of the gut microbiota in development, function and disorders of the central nervous system and the enteric nervous system. Journal of neuroendocrinology, 31(5), e12684.
Holscher H. D. (2017). Dietary fiber and prebiotics and the gastrointestinal microbiota. Gut microbes, 8(2), 172–184.
Jandhyala, S. M., Talukdar, R., Subramanyam, C., Vuyyuru, H., Sasikala, M., & Nageshwar Reddy, D. (2015). Role of the normal gut microbiota. World journal of gastroenterology, 21(29), 8787–8803.
Jiang, H., Ling, Z., Zhang, Y., Mao, H., Ma, Z., Yin, Y., Wang, W., Tang, W., & Ruan, B. (2015). Altered fecal microbiota composition in patients with major depressive disorder. Brain, behavior, and immunity, 48, 186–194.
Jonge W. J. (2013). The Gut's Little Brain in Control of Intestinal Immunity. ISRN gastroenterology, 2013, 630159.
Kalantar-Zadeh, K., Berean, K. J., Burgell, R. E., Muir, J. G., & Gibson, P. R. (2019). Intestina gases: influence on gut disorders and the role of dietary manipulations. Nature reviews. Gastroenterology & hepatology, 16(12), 733–747.
Kelly, J. R., Clarke, G., Cryan, J. F., & Dinan, T. G. (2016). Brain-gut-microbiota axis: challenges for translation in psychiatry. Annals of epidemiology, 26(5), 366–372.
Kelly, J. R., Kennedy, P. J., Cryan, J. F., Dinan, T. G., Clarke, G., & Hyland, N. P. (2015). Breaking down the barriers: the gut microbiome, intestinal permeability and stress-related psychiatric disorders. Frontiers in cellular neuroscience, 9, 392.
Krause: alimentos, nutrição e dietoterapia. L. Kathleen Mahan, Sylvia Escott-Stump, Janice L. Raymond; [tradução Claudia Coana et al.]: Elsevier, 2012. 1227p.: il. Tradução de: Krause’s food, nutrition care process, 13th ed.
Lach, G., Morais, L. H., Costa, A. P. R., & Hoeller, A. A. (2017). Envolvimento da flora intestinal na modulação de doenças psiquiátricas. VITTALLE - Revista De Ciências Da Saúde, 29(1), 64–82.
Lakatos, E. M., & Marconi, M. A. (2010). Fundamentos de metodologia científica. São Paulo,SP: Atlas.
Landeiro, J. A. V. P. (2016). Impacto Da Microbiota Intestinal Na Saúde Mental (Dissertação Mestrado). Instituto Superior De Ciências Da Saúde Egas Moniz.
Lazar, V., Ditu, L. M., Pircalabioru, G. G., Picu, A., Petcu, L., Cucu, N., & Chifiriuc, M. C. (2019). Gut Microbiota, Host Organism, and Diet Trialogue in Diabetes and Obesity. Frontiers in nutrition, 6, 21.
Leite, L., Gullón, B., Rocha, J., & Kückelhaus, S. (2014). Papel da microbiota na manutenção da fisiologia gastrointestinal: uma revisão bibliofráfica. Boletim Informativo Geum, 5(2), 54-61.
Liang, S., Wu, X., Wang, X., & Jin, F. (2018). Recognizing depression from the microbiota–gut–brain axis. International Journal of Molecular Sciences,19(6), 1592.
Liu, R. T., Walsh, R., & Sheehan, A. E. (2019). Prebiotics and probiotics for depression and anxiety: A systematic review and meta-analysis of controlled clinical trials. Neuroscience and biobehavioral reviews, 102, 13–23.
Lorenzo, A., Costacurta, M., Merra, G., Gualtieri, P., Cioccoloni, G., Marchetti, M., & Di Renzo, L. (2017). Can psychobiotics intake modulate psychological profile and body composition of women affected by normal weight obese syndrome and obesity? A double blind randomized clinical trial. Journal of translational medicine, 15(1), 135.
Moraes, A. L. F. de, Bueno, R. G. A. L., Fuentes-Rojas, M., & Antunes, A. E. C. (2019). Suplementação com probióticos e depressão: estratégia terapêutica. Revista De Ciências Médicas, 28(1), 31–47.
Naveed, M., Zhou, Q. G., Xu, C., Taleb, A., Meng, F., Ahmed, B., Zhang, Y., &. Han, F. (2021). Gut-brain axis: A matter of concern in neuropsychiatric disorders. Progress in neuro-psychopharmacology & biological psychiatry, 104, 110051.
Oliveira, A. M., & Hammes, T. O. (2017). Microbiota e barreira intestinal: implicações para obesidade. Clinical and Biomedical Research, 36(4), 222-229.
Oliveira, N. C., Oliveira, M. V. L., Souza, L. B., Carvalho, F. S. O., Silva, R. T., & Silva, A. T. P. O. F. (2020). Alimentação e modulação intestinal / Alimentação e modulação intestinal. Revista Brasileira de Desenvolvimento, 6 (9), 66488–66498.
O'Mahony, S. M., Clarke, G., Borre, Y. E., Dinan, T. G., & Cryan, J. F. (2015). Serotonin, tryptophan metabolism and the brain-gut-microbiome axis. Behavioural Brain Research, 277, 32–48.
Organização Pan-americana de Saúde. (2018). Transtornos mentais. Folha informativa. https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5652:folha- informativa-transtornos-mentais&Itemid=839.
Ozan, Z. T., Tanik, N., & Inan, L. E. (2019). Constipation is associated with tension type headache in women. Arquivos de neuro-psiquiatria, 77(3), 161–165.
Pereira, J. G. P. M. (2016). Depressão na infância e na adolescência: Revisão na literatura (Dissertação de Mestrado). Universidade do Porto, Portugal.
Rover, A., & Mello, R. O. (2020). Normas da ABNT: orientações para a produção científica. Joaçaba, SC: Unoesc.
Salomão, J. O., Cabral, I. D., Almada, M. O. R. V., Matos, G. X., da Silva, M. M., do Nascimento, P. L., & Acosta, R. J. T. (2020). Implicações da microbiota intestinal humana no processo de obesidade e emagrecimento: revisão sistemática. Brazilian Journal of Health Review, 3(5), 15215-15229.
Santana, D. M., Lanini, P. V., & Maynard, D. C. (2021). A importância da modulação intestinal na depressão (Trabalho de conclusão de curso). CEUB, Brasília.
Santos, L. C. & Welter. A. (2020). Modulação da microbiota intestinal por probióticos como alternativa para o tratamento da depressão: uma revisão bibliográfica. Singular, 1(1).
Saraiva, F. R. S., Carvalho, L. M. F., & de Landim, L. A. S. R. (2019). Depressão e disbiose. Nutrição Brasil, 18(3), 175-181.
Sezini A. M., & Gil, C. S. G. (2014). Nutrientes e depressão. Revista Vita et Sanitas, 8(1).
Simões M. P., & Garcia. F. (Orgs.). (2014). A Pesquisa Científica como Linguagem Práxis. Rio de Janeiro: Dialogarts.
Singh, R. K., Chang, H. W., Yan, D., Lee, K. M., Ucmak, D., Wong, K., & Liao, W. (2017). Influence of diet on the gut microbiome and implications for human health. Journal of translational medicine, 15(1), 73.
Smith, A. P., Sutherland, D., & Hewlett, P. (2015). An Investigation of the Acute Effects of Oligofructose-Enriched Inulin on Subjective Wellbeing, Mood and Cognitive Performance. Nutrients, 7(11), 8887–8896.
Tomasello, G., Mazzola, M., Leone, A., Sinagra, E., Zummo, G., Farina, F., & Carini, F. (2016). Nutrition, oxidative stress and intestinal dysbiosis: Influence of diet on gut microbiota in inflammatory bowel diseases. Biomedical papers of the Medical Faculty of the University Palacky, Olomouc, Czechoslovakia, 160(4), 461–466.
Tortora, G. J., & Derricksson, B. (2016). Princípios da anatomia e fisiologia. Rio de Janeiro, RJ: GEN.
Valiengo, A. G. D., & Chaud, D. M. A. (2022). Microbiota intestinal e sua relação com a saúde mental: uma revisão bibliográfica. Revista do Centro Universitário Goyazes – Escola de Saúde, 16(1).
Westfall, S., Lomis, N., Kahouli, I., Dia, S. Y., Singh, S. P., & Prakash, S. (2017). Microbiome, probiotics and neurodegenerative diseases: deciphering the gut brain axis. Cellular and molecular life sciences: CMLS, 74(20), 3769–3787.
Yogi, C. M., Lomeu, F. L. R. O., & Silva, R. R. (2018). Alimentação, Depressão e Ansiedade: entenda a relação. Minas Gerais: Universidade Federal de Alfenas.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Yanataysha de Souza Lima Primavera; Taís Freitas Bezerra; Ruane Ramos de Souza; Francisca Marta Nascimento de Oliveira Freitas; José Carlos de Sales Ferreira
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.