O impacto do tratamento com antibióticos no prognóstico obstétrico de pacientes com endometriose crônica
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i13.35460Palavras-chave:
Antibacterianos; Endometriose; Técnicas de diagnóstico obstétrico e ginecológico.Resumo
Introdução: A endometrite crônica (CE) é uma doença de inflamação contínua causada por patógenos bacterianos, como Enterobacteriaceae, Enterococos, Streptococcus, Staphylococcus, Mycoplasma e Ureaplasma. Além de ser pouco investigada, ela pode ser encontrada em até 40% dos pacientes inférteis. CE tem sido relacionada a resultados reprodutivos adversos, como falha de implantação repetida (RIF) e aborto espontâneo recorrente. Objetivo: O objetivo do nosso estudo é avaliar o impacto do tratamento com antibióticos no prognóstico obstétrico dos pacientes. Metodologia: Trata-se de uma revisão de literatura sobre o uso de antibiótico como terapia para endometrite crônica, elaborada através de consultas nos principais bancos de dados científicos. Resultados: Pacientes com endometrite crônica curada apresentaram maior taxa de gravidez e taxa de nascidos vivos em comparação com mulheres com doença persistente. Nesse viés, estudos atuais mostram que o tratamento com antibióticos orais contra EC pode ser uma opção terapêutica promissora para mulheres inférteis com RIF. Conclusão: Conclui-se que o tratamento com antibióticos melhora RIF e diminui a taxa de aborto, embora apresentem uma taxa de falha de 10% e haja falta de estudos prospectivos bem desenhados que corroborem com esse achado. Por fim, são necessárias pesquisas sobre associações com corticoides e administração local, pois alguns estudos trouxeram resultados positivos.
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