Meningite infantil e atraso de quatro anos no diagnóstico de perda auditiva neurossensorial bilateral profunda: relato de caso

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i13.35590

Palavras-chave:

Perda Auditiva Sensorioneural; Surdez Bilateral; Meningite Meningocócica; Saúde Global; Serviços Públicos de Saúde; Comunicação multidisciplinar.

Resumo

Globalmente, cerca de 34 milhões de crianças apresentam perda auditiva incapacitante. Se não tratada, a perda auditiva pode impactar negativamente em diversos aspectos, como comunicação, cognição, linguagem e fala. A maioria das pessoas carentes com deficiência auditiva não tem acesso a tratamentos, sendo este um problema de saúde pública nacional e internacional. A doença meningocócica é causada pela bactéria Neisseria meningitides, acomete principalmente crianças, pode causar perda auditiva, e é um desafio de saúde pública global. Este estudo teve como objetivo apresentar o relato de caso de uma criança que adquiriu doença meningocócica e perda auditiva sensorioneural bilateral profunda na primeira infância. Aos seis meses, a criança adquiriu meningite meningocócica e realizou antibioticoterapia. Quatro anos depois, a audiometria detectou a perda auditiva. Aos sete anos de idade, a paciente iniciou sessões de terapia fonoaudiológica. Aos nove anos, as próteses auditivas foram fornecidas por um hospital. Aos dez anos, a criança começou a não utilizar mais os aparelhos auditivos em casa e na escola. Dois anos depois, iniciou seus estudos em uma escola especial onde a comunidade surda está claramente presente. Aos quatorze anos, a paciente tornou-se completamente fluente em Língua de Sinais, interrompendo as sessões de terapia fonoaudiológica. O caso analisado demonstrou a falta de vigilância à criança pela equipe multidisciplinar e a relevância de seguir as orientações de vacinação infantil. É necessário fornecer intervenções adequadas para crianças com deficiência auditiva, que potencialmente podem auxiliá-las a desenvolver suas habilidades e alcançar uma melhor qualidade de vida.

Referências

Arteta-Acosta, C., Villena Martínez, R., & Santolaya de Pablo, M. E. (2022). Sequelae at Hospital Discharge in 61 Children With Invasive Meningococcal Disease, Chile, 2009-2019. The Pediatric infectious disease journal, 41(8), 607–613. https://doi.org/10.1097/INF.0000000000003560

Besen, E., Paiva, K. M., Hillesheim, D., Cigana, L. B., & Haas, P. (2021). Congenital syphilis associated with hearing screening failure in southern Brazilian newborns. Brazilian journal of otorhinolaryngology, S1808-8694(21)00148-8. Advance online publication. https://doi.org/10.1016/j.bjorl.2021.07.003

Campbell, E., & Bergelson, E. (2022). Characterizing North Carolina's Deaf and Hard of Hearing Infants and Toddlers: Predictors of Vocabulary, Diagnosis, and Intervention. Journal of speech, language, and hearing research: JSLHR, 65(5), 1894–1905. https://doi.org/10.1044/2022_JSLHR-21-00245

Cardoso, C. W., Ribeiro, G. S., Reis, M. G., Flannery, B., & Reis, J. N. (2015). Effectiveness of meningococcal C conjugate vaccine in Salvador, Brazil: a case-control study. PloS one, 10(4), e0123734. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0123734

Committee on Practice and Ambulatory Medicine & American Academy of Pediatrics Bright Futures Periodicity Schedule Workgroup. (2017). 2017 Recommendations for Preventive Pediatric Health Care. Pediatrics, 139(4), e20170254. https://doi.org/10.1542/peds.2017-0254

da Silva, T., Brandão, L., Vieira, E., Maciel, T., da Silva, T., Luvisaro, B., de Menezes, F. R., & Matozinhos, F. P. (2022). Impact of COVID-19 pandemic on vaccination against meningococcal C infection in Brazil. Vaccine: X, 10, 100156. https://doi.org/10.1016/j.jvacx.2022.100156

Gioia, C., Lemos, A., Gorla, M., Mendoza-Sassi, R., Figueredo, B. S., Ballester, T., Von Groll, A., Wedig, B., Ethur, N. V., Bragança, L., Silva, P., & Milagres, L. G. (2017). Seroprevalence of bactericidal antibodies against serogroup B and C Meningococci in a University Hospital. Brazilian journal of medical and biological research = Revista brasileira de pesquisas medicas e biologicas, 50(5), e5590. https://doi.org/10.1590/1414-431X20175590

Gunasekaran, B., & Gothandam, K. M. (2020). A review on edible vaccines and their prospects. Brazilian journal of medical and biological research = Revista brasileira de pesquisas medicas e biologicas, 53(2), e8749. https://doi.org/10.1590/1414-431X20198749

Holmer, E., Schönström, K., & Andin, J. (2022). Associations Between Sign Language Skills and Resting-State Functional Connectivity in Deaf Early Signers. Frontiers in psychology, 13, 738866. https://doi.org/10.3389/fpsyg.2022.738866

Huang, L., Fievez, S., Goguillot, M., Marié, L., Bénard, S., Elkaïm, A., & Tin Tin Htar, M. (2022). A database study of clinical and economic burden of invasive meningococcal disease in France. PloS one, 17(4), e0267786. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0267786

Lempinen, L., Laulajainen-Hongisto, A., Aarnisalo, A. A., Bernardino, L., Peltola, H., Pitkäranta, A., Pelkonen, T., & Jero, J. (2022). Hearing impairment in Angolan children with acute bacterial meningitis with and without otitis media. Acta paediatrica (Oslo, Norway 1992), 111(8), 1585–1593. https://doi.org/10.1111/apa.16383

Malta, D. C., Stopa, S. R., Canuto, R., Gomes, N. L., Mendes, V. L., Goulart, B. N., & Moura, L. (2016). Self-reported prevalence of disability in Brazil, according to the National Health Survey, 2013. Prevalência autorreferida de deficiência no Brasil, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde, 2013. Ciencia & saude coletiva, 21(10), 3253–3264. https://doi.org/10.1590/1413-812320152110.17512016

Maurer, P., Hoffman, E., & Mast, H. (2009). Bacterial meningitis after tooth extraction. British dental journal, 206(2), 69–71. https://doi.org/10.1038/sj.bdj.2009.3

Persson, F., Bjar, N., Hermansson, A., & Gisselsson-Solen, M. (2022). Hearing loss after bacterial meningitis, a retrospective study. Acta oto-laryngologica, 142(3-4), 298–301. https://doi.org/10.1080/00016489.2022.2058708

Rodenburg-Vlot, M., Ruytjens, L., Oostenbrink, R., & van der Schroeff, M. P. (2018). Repeated Audiometry After Bacterial Meningitis: Consequences for Future Management. Otology & neurotology: official publication of the American Otological Society, American Neurotology Society [and] European Academy of Otology and Neurotology, 39(5), e301–e306. https://doi.org/10.1097/MAO.0000000000001808.

The Joint Committee on Infant Hearing. (2019) Year 2019 Position Statement: Principles and Guidelines for Early Hearing Detection and Intervention Programs. JEHDI, 4(2), 1-44. http://dx.doi.org/10.15142/fptk-b748.

Tordrup, D., Smith, R., Kamenov, K., Bertram, M. Y., Green, N., Chadha, S., & WHO HEAR group (2022). Global return on investment and cost-effectiveness of WHO's HEAR interventions for hearing loss: a modelling study. The Lancet. Global health, 10(1), e52–e62. https://doi.org/10.1016/S2214-109X(21)00447-2

World Health Organization. (2021). World report on hearing. https://www.who.int/publications/i/item/world-report-on-hearing

World Health Organization. (2022). Updates from the 75th World Health Assembly. https://www.who.int/news/item/03-06-2022-updates-from-the-75th-world-health-assembly

Wroblewska-Seniuk, K., Dabrowski, P., Greczka, G., Szabatowska, K., Glowacka, A., Szyfter, W., & Mazela, J. (2018). Sensorineural and conductive hearing loss in infants diagnosed in the program of universal newborn hearing screening. International journal of pediatric otorhinolaryngology, 105, 181–186. https://doi.org/10.1016/j.ijporl.2017.12.007

Downloads

Publicado

13/10/2022

Como Citar

NUNES, G. R. de S. .; CAMPELLO, C. P.; LIMA, E. L. S. de; CAVALCANTI, H. G. Meningite infantil e atraso de quatro anos no diagnóstico de perda auditiva neurossensorial bilateral profunda: relato de caso. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 13, p. e479111335590, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i13.35590. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/35590. Acesso em: 30 jun. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde