Financiamento da assistência farmacêutica em um município de fronteira: Levantamento do consumo de medicamentos durante a pandemia de SARS-CoV-2
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i13.35654Palavras-chave:
Fronteira; Medicamentos; Estrangeiros; SUS; Verbas.Resumo
Tanto o atendimento médico quanto a dispensação de medicamentos não tem custo no Sistema Único de Saúde (SUS), por isso a presença de imigrantes de origem Paraguaia em Foz do Iguaçu é uma realidade bastante presente, onde grande parte procura atendimento no Brasil devido a uma ausência de serviços gratuitos no Paraguai. Porém, o atendimento de estrangeiros sobrecarrega a distribuição de fármacos, uma vez que o número de pacientes atendidos supera o esperado, até mesmo no momento da compra dos medicamentos. Para o desenvolvimento da pesquisa foi realizado um estudo nas principais bases de dados do campo da saúde relacionadas ao tema e levantamento de dados referente ao consumo de medicamentos nos meses em que a Fronteira entre o Brasil e Paraguai esteve fechada em decorrência da pandemia de Covid-19, bem como relatório do ano anterior e seguinte (2019, 2020 e 2021) através de análise do Relatório Quadrimestral de Prestação de contas (RDQ) do Município de Foz do Iguaçu. De acordo com os dados obtidos durante o estudo é possível observar que o Município registra um atendimento farmacêutico superior ao esperado, esta demanda torna o orçamento público para compra de medicamentos insuficiente, uma vez que o atendimento de estrangeiros não entra no repasse de verbas. Fica claro também que os Municípios fronteiriços à Foz do Iguaçu passam por problemas estruturais não comportando o atendimento a sua população nativa, o que corrobora para a sobrecarga de atendimentos nas farmácias públicas.
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