Desinfodemia da COVID-19 e a prática de automedicação
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i13.35751Palavras-chave:
COVID-19; Automedicação; Pandemia.Resumo
Objetivo: identificar por meio da literatura estudos que abordem automedicação e sua relação com a COVID-19. Método: trata-se de uma revisão integrativa da literatura, em que a construção do estudo se sustentou na pergunta “Como e quais os fatores influenciou na prática da automedicação pela população frente a pandemia da COVID-19?”. O levantamento bibliográfico foi realizado entre os meses junho a agosto de 2021, utilizando as bases de dados PubMed, Cochrane, Scielo e Lilacs por meio dos descritores em português e inglês: self-medication / automedicação; Covid-19; pandemics / pandemia. Não houve restrição quanto à data de publicação dos estudos. Critérios de inclusão: estudos que retratassem a prática da automedicação frente a pandemia da COVID-19; publicados em periódicos, nos idiomas português, inglês e espanhol, com resumo e texto completo disponíveis para a leitura. Resultados: a busca resultou em vinte e três artigos, sendo treze na Pubmed, quatro na Cochrane, dois na Lilacs e quatro na Scielo. A amostra final desta revisão foi constituída por quatro artigos. Considerações Finais: durante pandemia, o isolamento social, mudanças no estilo de vida, medo de adoecer e morrer, o negacionismo científico e a desinformação tornam-se responsáveis pela indução ao uso de certos medicamentos se baseando em pesquisas incipientes e sem dados robustos de evidência científica de benefício clínico e segurança.
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