Condutas utilizadas por neonatologistas diante de pacientes sem possibilidades curativas em Santa Catarina no ano de 2021
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i14.35758Palavras-chave:
Cuidados paliativos; Recém-Nascido; Unidades de Terapia Intensiva Neonatal.Resumo
Objetivo: Avaliar as condutas dos neonatologistas na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), frente aos neonatos sem possibilidades curativas, comparando com as características sociodemográficas dos profissionais e à existência de diretrizes/protocolos nas UTIN, em Santa Catarina (SC) no ano de 2021. Métodos: Trata-se de um estudo transversal realizado com os neonatologistas das UTIN de SC, no período de março a junho de 2021. A coleta de dados foi realizada através de um questionário eletrônico, construído em escala Likert (n=110). O Teste de Correlação de Spearman foi usado para determinar se a variável conhecimento sobre os cuidados paliativos (CP) neonatais diferia estatisticamente pelas visões, práticas e características sociodemográficas dos participantes da pesquisa, adotando-se nível de significância p ≤ 0,05. Resultados: Do total de participantes, 100% afirmaram a necessidade de obrigatoriedade do treinamento de CP durante a residência médica, 85,5% revelaram divergências na aplicação dos CP, 46,4% consideraram não haver um ambiente propício de UTIN para o fornecimento dos CP, 70% afirmaram que a participação dos pais nas decisões sobre os CP não ocorre. O uso de protocolo nas UTIN (Rho= -0,332) e confiança na aplicação dos CP (Rho= -0,375) apresentaram correlação negativa com a frequência de aplicação dos CP. Conclusão: A frequência de aplicação dos CP influenciou na confiança, no uso de diretrizes e em menos divergências no fornecimento desse cuidado. Ademais, a falta de confiança, de diretrizes e de UTIN com ambiente adequado ratificaram a necessidade de medidas que preencham as lacunas do paliativismo neonatal.
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