Perfil epidemiológico dos acidentes ofídicos do estado brasileiro de Minas Gerais

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i13.36172

Palavras-chave:

Acidente ofídico; Serpente; Soro antiofídico; Perfil epidemiológico.

Resumo

Objetiva-se com este trabalho revisar estudos quanto aos acidentes ofídicos em Minas Gerais, traçando o perfil epidemiológico neste Estado, além de caracterizar os animais peçonhentos serpentes, tipos e gêneros, sinais e sintomas de sua inoculação, e aspectos clínicos e tratamento desse agravo. Foi realizada uma revisão narrativa da literatura com pesquisa bibliográfica nas bases de dados MedLine e SciELO. Pode-se constatar que as serpentes brasileiras de interesse de saúde pública são as das famílias Viperidae e Elapidae, e os acidentes ofídicos dividem-se em: botrópicos (serpentes gênero Bothrops), crotálicos (serpentes gênero Crotalus), laquéticos (serpentes gênero Lachesis) e elapídicos (serpentes gênero Micrurus). O diagnóstico da vítima de acidente ofídico é baseado nas alterações clínico-laboratoriais e na identificação do tipo de serpente, mas raramente a vítima leva para o hospital o animal que o causou a picada para que os profissionais de saúde possam identificar a espécie e realizar o tratamento mais adequado para cada tipo de veneno. A soroterapia é realizada para manter a normalidade do paciente e prevenir o agravamento dos sintomas. E de acordo com os estudos revisados referentes ao perfil epidemiológico do Estado de Minas Gerais, pode-se constatar que a maioria dos acidentes ocorreu com serpentes do gênero Bothrops, seguidos pela Cotralus, em zonas rurais durante atividade laboral ou lazer, geralmente em indivíduos do sexo masculino com idades entre 20 e 50 anos, em meses quentes e chuvosos, tendo como membros mais atingidos os pés e pernas. A maioria das vítimas procurou por atendimento médico dentro de uma a três horas, recebendo o soro antiofídico, com poucos óbitos e complicações. Tais resultados mostram-se de acordo com outros estudos na literatura médico-científica.

Referências

Albuquerque, P. L. M. M. et al. (2013). Acute kidney injury caused by Crotalus and Bothrops snake venom: a review of epidemiology, clinical manifestations and treatment. Revista do Instituto de Medicina Tropical, 55 (5), 295-301.

Almeida, D. J. G. (2013). Perfil epidemiológico de acidentes ofídicos em Machado, Minas Gerais, Brasil. Enciclopédia Biosfera, Centro Científico Conhecer, 9 (16), 2615-2634.

Almeida, A. A. L. & Macedo, M. E. (2014). Acidentes Ofídicos com Serpentes Brasileiras em Minas Gerais. Periódico Científico do Núcleo de Biociências do Centro Universitário Metodista Isabela Hendrix, 5 (10).

Andrade Filho, A.; Campolina, D. & Dias, M. B. (2013). Ofidismo. Toxicologia na prática clínica. 2ª edição, 1-675.

Andrade Filho, A. (2015). Análise clínico-epidemiológica de casos de ofidismo atendidos em hospital público estadual de Minas Gerais de 2003 a 2012. Dissertação (Mestrado em Infectologia e Medicina Tropical). Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte (MG), 1-139.

Arcebispo, T. L. M. et al. (2017). Estudo descritivo dos acidentes ofídicos registrados em Belo Horizonte, Estado de Minas Gerais, Brasil, no período de 2007 a 2015. Anais da VIII Conferência Internacional de Medicina Veterinária do Coletivo.

Azevedo-Marques, M. M.; Hering, S. E. & Cupo, P. (2009). Acidente crotálico. Animais peçonhentos do Brasil: biologia, clínica e terapêutica dos acidentes. São Paulo: Sarvier.

Batista, R, S. et al. (2001). Medicina Tropical: abordagem atual das doenças infecciosas e parasitárias. Rio de Janeiro: Cultura Médica.

Bernarde, P. S. (2009). Acidentes ofídicos. Laboratório de Herpetologia. Centro

Multidisciplinar – Campus Floresta, 2009. Disponível em:

<http://www.herpetofauna.com.br/ofidismobernarde.pdf>. Acesso em: 28 jun. 2018.

Bernarde, P. S. et al. (2012). Serpentes do Estado de Rondônia, Brasil. Revista Biota Neotrópica, 12 (3), 154-182.

Bernarde, P. S. (2014). Serpentes peçonhentas e acidentes ofídicos no Brasil. São Paulo: Anolisbooks, 1-224.

Blanco, B. S. & Melo, M. M. (2014). Ofidismo. Cadernos Técnicos de Veterinária e Zootecnia, 75 (8), 9-14.

Bochner, R. & Struchiner, C. J. (2002). Acidentes por animais peçonhentos e sistemas nacionais de informação. Cadernos de Saúde Pública, 18 (3), 735-746.

Bonan, P. R. F. et al. (2010). Perfil epidemiológico dos acidentes causados por serpentes venenosas no norte do estado de Minas Gerais, Brasil. Revista Médica de Minas Gerais, 20 (4), 503-507.

Brasil. (2001). Manual de diagnóstico e tratamento de acidentes por animais peçonhentos. Brasília (DF): Fundação Nacional de Saúde.

Brasil. (2018). Ministério da Saúde. Acidentes por animais peçonhentos – Serpentes. Disponível em: <http://portalms.saude.gov.br/saude-de-a-z/acidentes-por-animais-peconhentos-serpentes>. Acesso em: 02 jul. 2018.

Bucarettchi, F. et al. (2013). Coagulopathy as the main systemic manifestation after envenoming by a juvenile South American rattlesnake: Case report. Clinical Toxicology, 51 (8), 505-508.

Byrne, J. A. (2016). Improving the peer review of narrative literature reviews. Research Integrity and Peer Review, 1 (12).

Carvalho, J. A. (2011). Análise da informação dos acidentes por animais peçonhentos ocorridos no município de Visconde do Rio Branco-MG no período de 2007 a 2010. 2011. Monografia (Bacharelado em Ciências Biológicas). Universidade Federal Fluminense. Niteroi (RJ), 1-98.

Carvalho, L. A. S. & Pereira, J. M. R. (2013). Aspectos epidemiológicos de acidentes ofídicos no município de Cuiabá, Mato Grosso. Connection Online – Revista Eletrônica da UNIVAG, 13 (8), 12-23.

Dias, J. O.; Barros, M. W. & Castro, M. C. (2016). Acidentes ofídicos notificados no hospital público estadual de emergências da cidade de Macapá, Amapá (2010-2014). Revista Eletrônica Estácio Saúde, 5 (1), 2-13.

Focaccia, R. (2007). Tratado de Infectologia. 3. ed. São Paulo: Atheneu.

França, O. S. F. & Malaque, C. M. S. (2009). Acidente botrópico. Animais peçonhentos no Brasil: Biologia, clínica e terapêutica dos acidentes. São Paulo: Sarvier.

Ladeira, C. G. P. & Machado, C. (2017). Epidemiologia dos acidentes com animais peçonhentos na região de Ponte Nova, Minas Gerais, Brasil. Journal Health NPEPS, 1 (8), 40-57.

Lima, J. S. et al. (2009). Perfil dos acidentes ofídicos no norte do Estado de Minas Gerais, Brasil. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 42 (5), 561-564.

Lima, C. A. (2017). Acidentes e óbitos provocados por animais peçonhentos na região Sudeste – Brasil, 2005 a 2015: um estudo ecológico. 2017. Dissertação (Mestrado em Saúde, Sociedade e Ambiente). Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri. Diamantina, 1-75.

Lemos, J. C. et al. (2009). Epidemiologia dos acidentes ofídicos notificados pelo Centro de Assistência e Informação Toxicológica de Campina Grande, Paraíba. Revista Brasileira de Epidemiologia, 12 (1), 50-59.

Lourenço, J. R. et al. (2013). Individual venom profiling of Crotalus durissus terrificus specimens from a geographically limited region: Crotamine assessment and captivity evaluation on the biological activities. Toxicon, 69 (8), 75-81.

Lucas, E. P. R. (2009). Estudo interlaboratorial para o estabelecimento do veneno botrópico e do soro antibotrópico de referência nacional. Dissertação (Mestrado em Vigilância Sanitária Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde). Fundação Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro, 1-91.

Machado, C. (2016). Um panorama dos acidentes por animais peçonhentos no brasil. Journal Health NPEPS, 1 (8), 1-3.

Malaque, C. M. S. (2014). Acidentes por animais peçonhentos. Hospital Vital Brazil, Instituto Butantan. Disponível em: <http://www.saude.sp.gov.br/resources/cve-centro-de-vigilancia-epidemiologica/areas-de-vigilancia/doencas-de-transmissao-por-vetores-e-zoonoses/doc/peconhentos/peco16_acidentes_ofidicos_sjrp.pdf>. Acesso em: 22 jul. 2018.

Melgarejo, A. R. (2009). Serpentes peçonhentas do Brasil. Animais peçonhentos do Brasil: biologia, clínica e terapêutica dos acidentes. São Paulo: Sarvier.

Moura, V. M. & Mourão, R. H. V. (2012). Aspectos do ofidismo no Brasil e plantas medicinais utilizadas como complemento à soroterapia. Revista on-line Scientia Amazonia, 1 (3), 17-26.

Nascimento, L. S.; Carmo Júnior, U. R. & Braga, J. R. M. (2017). Perfil epidemiológico do ofidismo no Estado da Bahia – Brasil (2010-2015). South American Journal of Basic Education, Technical and Technological, 4 (2), 4-16.

Nicoleti, A. F. et al. (2010). Comparison of Bothropoides jararaca bites with and without envenoming treated at the Vital Brazil Hospital of the Butantan Institute, State of São Paulo, Brazil. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 43 (6), 657-661.

Pardal, P. P. O. et al. (2010). Envenomation by Micrurus coral snakes in the Brazilian Amazon region: report of two cases. Revista do Instituto de Medicina Tropical, 52 (6), 333-337.

Pardal, P. O.; Gadelha, M. A. C. (2010). Manual de rotinas: Acidentes por animais peçonhentos. 2. ed. Belém: Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará.

Pinho, F. M. O. & Pereira, I. D. (2001). Ofidismo. Revista da Associação Médica Brasileira, 47 (1), 24-29.

Ramalho, M. G. (2014). Acidentes com animais peçonhentos e assistência em saúde. Monografia (Bacharelado em Enfermagem). Faculdade de Ciências da Educação e Saúde – FACES. Centro Universitário de Brasília – UniCEUB. Brasília (DF), 1-27.

Santos, Y. H. (2015). Estudos desenvolvidos e publicados na região Norte sobre acidentes ofídicos no período de 1994 a 2012. Monografia (Bacharelado em Enfermagem). Faculdade São Lucas. Porto Velho (RO), 1-87.

Santos, C. J. C. (2018). Análise espacial da ocorrência de acidentes ofídicos no Brasil e seus determinantes ambientais e socioeconômicos. Dissertação (Mestrado em Ciências Ambientais e Saúde). Pontifícia Universidade Católica de Goiás, 1-70.

São Paulo. (2013). Centro de Vigilância Epidemiológica. Acidentes por animais peçonhentos. Instituto Butantan. Disponível em: <http://www.saude.sp.gov.br/resources/cve-centro-de-vigilancia-epidemiologica/areas-de-vigilancia/doencas-de-transmissao-por-vetores-e-zoonoses/aula03_peconhentos.pdf>. Acesso em: 23 jul. 2018.

Silveira, J. L.; Machado, C. (2017). Epidemiologia dos acidentes por animais peçonhentos nos municípios do sul de Minas Gerais. Journal Health NPEPS, 2 (1), 88-101.

Sousa, A. P. R. et al. (2016). Acidentes com animais peçonhentos no Ceará – revisão de literatura. Anais da XI Mostra Científica de Farmácia. Centro Universitário Católica de Quixadá. Disponível em: <http://publicacoesacademicas.fcrs.edu.br/index.php/mostracientificafarmacia/article/view/1801/1517>. Acesso em: 22 jul. 2018.

Souza, C. M. V. & Machado, C. (2017). Animais peçonhentos de importância médica no município do Rio de Janeiro. Journal Health NPEPS, 2 (1), 16-39.

Tanaka, G. D. et al. (2010). Diversity of Micrurus snake species related to their venom toxic effects and the prospective of antivenom neutralization. PLOS Neglected Tropical Diseases, 4 (3).

Downloads

Publicado

14/10/2022

Como Citar

SILVA, T. M. da .; FRANÇA, L. de A.; BORGES, Y. J.; FIGUEIREDO, B. Q. de . Perfil epidemiológico dos acidentes ofídicos do estado brasileiro de Minas Gerais. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 13, p. e598111336172, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i13.36172. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/36172. Acesso em: 17 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde