Efluentes na indústria farmacêutica: aspectos regulatórios e principais métodos de tratamento
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i14.36192Palavras-chave:
Efluentes; Resíduos; Indústria farmacêutica; Meio ambiente; Diretrizes legais.Resumo
Com o crescimento da indústria farmacêutica nos últimos anos, a geração de resíduos e efluentes provenientes do aumento do processo produtivo aumentaram significativamente, e estes podem causar sérios danos ao meio ambiente e à sociedade quando não tratados de forma correta. A destinação final dos resíduos e efluentes de origem farmacêutica é tema relevante para a saúde pública devido às diferentes propriedades farmacológicas dos medicamentos que, inevitavelmente se tornarão resíduos e efluentes, e que devem receber tratamentos específicos pois, por suas características, podem apresentar periculosidade à saúde humana e ao meio ambiente, requerendo cuidados especiais, principalmente quanto ao tratamento e destinação. Para isso, existem diretrizes legais que, apesar de algumas não serem muito específicas, servem como guias para que as empresas cumpram, sendo que seu não cumprimento é passível de penalidades, incluindo prisão dos responsáveis e multas. Além disso, hoje, a imagem das empresas também é muito relacionada ao cuidado com o meio ambiente e sociedade, sendo considerado investimento, não custo, todos os cuidados relativos à esses aspectos. E, para que os resíduos e efluentes industriais não tenham impactos negativos no meio ambiente, são aplicados tratamentos específicos para os diferentes tipos de resíduos e efluentes gerados por cada indústria, sendo que cada uma tem que se adequar às diretrizes legais que cabem ao seu processo. Os tratamentos de efluentes são divididos em físicos, químicos e biológicos, sendo que a combinação de dois ou mais é muito utilizada.
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