Caracterização das intoxicações medicamentosas no território dos Cocais-PI
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i16.36314Palavras-chave:
Intoxicação; Automedicação; Adesão à medicação.Resumo
Medicamentos são definidos como produtos farmacêuticos com finalidade diagnóstica, curativa ou paliativa, porém, podem também provocar danos à saúde e até levar ao óbito. A grande variedade de formulações no mercado, acesso indiscriminado, erros de prescrição, dispensação, falta de fiscalização, uso abusivo e a prática de automedicação são os principais fatores para os elevados índices de intoxicações medicamentosas. A presente pesquisa teve como objetivo geral analisar o perfil das intoxicações que ocorreram no período de 01/01/2018 a 31/12/2018 no território dos Cocais-PI e como objetivos específicos caracterizar o perfil sociodemográfico das vítimas de intoxicação, identificar as circunstâncias em que ocorreram, classificar os principais medicamentos envolvidos e relatar os locais de ocorrência da exposição. O projeto aqui proposto foi desenvolvido através de uma pesquisa transversal do tipo descritivo e quantitativa a respeito das intoxicações medicamentosas ocorridas na região dos Cocais-PI, e foi realizada no município de Piripiri-PI. A coleta de dados se deu por meio de preenchimento de formulário elaborados tendo como base a ficha de notificação exógena do SINAN, ressalta-se que a pesquisa se deu início somente após autorização dos responsáveis pela Divisão de Vigilância Epidemiológica do Município de Piripiri-PI, e a entrega do oficio da Cristo Faculdade do Piauí. Através da avaliação dos dados obtidos foi possível observar o predomínio do sexo feminino (67.5%), maior concentração na faixa etária de 17 a 31 anos (46%). Principais circunstâncias em que ocorreram eventos toxicológicos na sequência /decrescente: tentativas de suicídio (35%), automedicação (31%), uso terapêutico (15%), acidental (8%), uso habitual (8%) e violência/homicídio (4%). Observou-se correlação entre o sexo feminino circunstancia de tentativa de suicídio (89%) com medicamentos e com automedicação (100%). A média de intoxicações medicamentosas no território dos Cocais-PI no período compreendido foi de 65% do total de casos registrados, sendo a maioria por benzodiazepínicos, Clonazepam (27%) e Diazepam (14%). Verifica-se a necessidade de modificação de padrões de consumo de medicamentos através de alterações na legislação vigente e celeridade no processo de aprovação de leis e tramitação e incentivo a campanhas educativas pacientes, prescritores e dispensadores.
Referências
Araujo, P.T.B & Uchoa, S.A.G. (2011). Avaliação da qualidade da prescrição de medicamentos de um hospital de ensino. Ciência &Saúde col. 16(1), 1107-1114, 2011. https://doi.org/10.1590/S1413-81232011000700042
Bernardes, S.S, Turini, C.A & Matsuo, T. (2010). Perfil das tentativas de suicídio por sobredose intencional de medicamentos atendidas por um Centro de Controle de Intoxicações do Paraná, Brasil. Cad. saúde pública. 26(7), 1366-1372. https://doi.org/10.1590/s0102-311x2010000700015.
Bertasso-Borges, M.S. Rigetto, J.G. Furini, A. A. C. & Gonçalves, R.R. (2010). Eventos toxicológicos relacionados a medicamentos registrados no CEATOX de São José do Rio Preto, no ano de 2008. Arq. ciênc. saúde, 17(1), 35-41. https://repositorio-racs.famerp.br/racs_ol/vol-17-1/IDL5_jan-mar_2010.pdf.
Borges, F.S.A. (2013). A automedicação em estudantes universitários da faculdade de Ceilândia, Universidade Brasília. p. 49 (Monografia)Bacharelado em farmácia, Ceilândia-DF. https://bdm.unb.br/handle/10483/7428
Bortoletto, M.E & Bochner, R. "Impacto dos medicamentos nas intoxicações humanas no Brasil Drug impact on human poisoning in Brazil." Cad. saúde púb.15.4: 859-869. 1999. https://doi.org/10.1590/S0102-311X1999000400020
Brasil. (2010). Ministério da Saúde. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Formulário Terapêutico Nacional: 2010. (2a ed.) Brasília: Ministério da Saúde. https://antigo.saude.gov.br/assistencia-farmaceutica
Calderari, W.J.U. (2017). Intoxicação medicamentosa: A atuação do Farmacêutico, p.46 (Monografia) Graduação em Farmácia, Faculdade de educação e meio ambiente, Ariquemes-RO. http://repositorio.faema.edu.br/bitstream/123456789/1230/1/CALDERARI%2C%20W.%20J.%20U.%20-%20INTOXICA%C3%87%C3%83O%20MEDICAMENTOSA%20A%20ATUA%C3%87%C3%83O%20FARMAC%C3%8AUTICO.pdf
Calixto, S.C.S. Ferreira, T. P. S. Borges, N.C.R. Azevedo, R.M.P. (2010). Análise da prática de automedicação nos pacientes atendidos na Unidade de Referência Especializada Demétrio Medrado. Revista BM, 1(6), 21-34. https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/lil-545625
Carvalho, C. N. (2007). Subnotificação da comorbidade tuberculose e Aids: uma aplicação do método de linkage. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal da Bahia, Salvador. https://www.scielo.br/j/rsp/a/QvJfrM3hWxxYjzPTM7fMSnC/?lang=pt&format=pdf
Fernandes, W. S & Cembranelli, J. C. (2015). Automedicação e o uso irracional de medicamentos: o papel do profissional farmacêutico no combate a essas práticas. Revista Univap, 21(37), 5-12. http://dx.doi.org/10.18066/revistaunivap.v21i37.265
Feuser, P.E. (2013). Perfil das intoxicações Medicamentosas no estado de Santa Catarina, 2014, Revista pública de Santa Catarina, 6(2), 23-32, http://revista.saude.sc.gov.br/index.php/inicio/article/view/183
Freitas, P. H. B., et al. (2022). Perfil de qualidade de vida e saúde mental de estudantes universitários da área da saúde.Research, Society and Development,11 (1), 1-10.
Gandolfi, E. & Andrade M.G.G. (2006). Eventos toxicológicos relacionados a medicamentos no Estado de São Paulo. Rev saúde pública 2006,40(6):1056-64.doi: http://dx.doi.org/10.1590/S0034-89102006000700014
Gandolfi, E. (2016). O desafio da informação em Toxicovigilância, revista BEPA, 1(13), 153-154. https://docs.bvsalud.org/biblioref/ses-sp/2016/ses-36354/ses-36354-6321.pdf.
Gimenes, F.R.E, Mota, M.L.S, Teixeira, T.C.A, Silva, A.E.B.C, Opitz, S.P. & Cassiani, S.H.B. (2010). "Segurança do paciente na terapêutica medicamentosa e a influência da prescrição médica nos erros de dose." Rev. Lat. Am. Enfermagem, 18 (6). https://doi.org/10.1590/S0104-11692010000600003.
Lameu, C. A. & Corazza, E. (2010). Estratégias para minimizar o erro na administração de medicamentos. Rev. Enferm UNISA, 11(2): 100-3. https://doi.org/10.1590/0034-7167-2017-0658.
Marin, N. Luiza, V.L. Osorio-De-Castro C.G.S & Machado-Dos Santos, S. (2003). Assistência farmacêutica para gerentes municipais. Rio de Janeiro: OPAS/OMS, p 373. Recuperado e, 01 de novembro de 2019, https://www.paho.org/bra/dmdocuments/AssistenciaFarmaceuticaGerentes.pdf.
Massera, A.P.D. Camargo, J.A.S. & Silva, L.R.F.J. (2002). O controle do comportamento privado para fins públicos: a monitoração de propaganda de medicamentos no Brasil. [monografia de curso de especialização]. Brasília: Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Brasília. https://doi.org/10.1590/S1413-81232010000900024.
Melo, D.M. & Castro, L.L.C. (2017). A contribuição do farmacêutico para a promoção do acesso e uso racional de medicamentos essenciais no SUS. Ciência & Saúde Coletiva, 22(1), 235-244. https://www.cienciaesaudecoletiva.com.br/artigos/a-contribuicao-do-farmaceutico-para-a-promocao-do-acesso-e-uso-racional-de-medicamentos-essenciais-no-sus/15351?id=15351.
Monte, B.S. Nunes, M. S. T. & Mendes, C.M.M. (2016). Estudo epidemiológico das Intoxicações por medicamentos registrados pelo centro de informações toxicológicas do Piauí:2007ª, Revista Interd, 9(3), 96-104, https://revistainterdisciplinar.uninovafapi.edu.br/index.php/revinter/article/view/481.
Mota, D.M. Melo, J.R.R. Freitas, D.R.C. & Machado, M. (2012). Perfil da mortalidade por intoxicação com medicamentos no Brasil, 1996-2005: retrato de uma década,Ciênc. Saúdecol. 17(1), 20- 32. https://www.scielo.br/j/csc/a/w7sj5S9pLpTGvj9n6znvvQk/?lang=pt&format=pdf.
Nascimento, M.C. (2003). Medicamentos: ameaça ou apoio à saúde. Vieira & Lent. https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/lil-348872.
Nascimento, A.C. (2011). Venda de fracionados não pegou. Gazeta do povo, http://www.gazetadopovo.com.br/economia/venda- de-fracionadosnao-pegou-4lnjuf034g9qlf8ic3pffopqm.
Nebeker, J.R. Barach, P. & Samore, M.H. (2004). Clarifying adverse drug events: A clinician’s guide to terminology, documentation, and reporting. Ann Intern Med 2004:140(10):795801. 10.7326/0003-4819-140-10-200405180-00017.
Ribeiro, S. C. (2013). Avaliação do conhecimento e atitudes dos profissionais farmacêuticos (R.T.) e balconistas de drogarias sobre a intercambialidade e dispensação de medicamentos. Revistae-RAC, 3(1), 01-25, http://www.computacao.unitri.edu.br/erac/index.php/e-rac/article/view/184.
Rocha, A.L.R. (2014). Uso Racional de Medicamentos. p. 50, (Monografia) Especialista em tecnologias industriais farmacêuticas, Fundação Osvaldo Cruz, https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cartilha_promocao_uso_racional_medicamentos.pdf.
Romão, M. R & Vieira, L. J. E. S. (2012). Tentativas suicidas por envenenamento-. p14. Rev. Bra. Pro. Sau., 17(1), 14-20. 10.5020/18061230.2004
Rozemberg, B. (2009). O consumo de calmantes e o “problema de nervos” entre lavradores. Rev Saude Publica. 2009,28(4):300-8. http://dx.doi.org/10.1590/ S0034- 89101994000400010. PMid:7660027.
Santos, J. (2012). Consumo excessivo de medicamentos, um problema de saúde pública. Ret-sus, http://www.retsus.epsjv.fiocruz.br/upload/55/Retsus_55_EmRede02.pdf.
Silva, A.L.S. (2014). Perfil da automedicação em acadêmicos do curso de farmácia em uma instituição de ensino superior no município de João Pessoa-Paraíba, p. 50(Monografia) Farmacêutico Generalista, Departamento de Ciências Farmacêutica do centro de ciências e saúde da universidade Federal da Paraíba, João Pessoa. https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/879?locale=pt_BR.
Sinitox: sistema nacional de informações tóxico farmacológicas. (2018). http://www.fiocruz.br/sinitox/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=419.
Souza, L. A. F, Silva, C. D, Ferraz, G. C, Sousa, F. A. E. F, & Pereira, L. V. (2011). Prevalência E Caracterização Da Prática De Automedicação Para Alívio Da Dor Entre estudantes universitários de enfermagem. Rev Latino-Am Enf, 19(2), 7. https://www.scielo.br/j/rlae/a/QNRsxQFfhWyGRtx5NxZnfLc/?lang=pt&format=pdf#:~:text=da%20dor%20entre%20estudantes%20universit%C3%A1rios%20de%20enfermagem1&text=A%20preval%C3%AAncia%20de%20automedica%C3%A7%C3%A3o%20foi,m%C3%A9dico%20(50%25)%2C%20respectivamente.
Teixeira, T. C. A, & Cassiani, S. H. D. B. (2010). Análise de causa raiz: avaliação de erros de medicação em um hospital universitário. Rev Esc Enferm USP, 44(1), 139- 46. https://doi.org/10.1590/S0080-62342010000100020.
Trevisan, E, Peron, T, Santos J.A.T & Oliveira, M.L.F. (2013). "Tentativa de suicídio de mulheres: dados de um centro de assistência toxicológica do Paraná." Rev. Min. Enfer. 17 (2): 412-423. http://www.dx.doi.org/10.5935/1415-2762.20130031.
Valadão, A.F, Moreira, A.L.P, Andrade, L.C, Pires, C.A, Firmino, K.F. & Brum, C.A. (2009). "Prescrição médica: um foco nos erros de prescrição." Rev. Bras. Farm. 90.4. 340-43. http://revista.uepb.edu.br/index.php/biofarm/article/view/5216.
Vieira, D. M. (2016). Perfil das intoxicações medicamentosas no estado de São Paulo na Perspectiva da Vigilância Sanitária, Revista saúde e desenvolvimento, 9(5), 2-23, file:///C:/Users/User/Downloads/521-Texto%20do%20artigo-2048-1-10-20160914.pdf.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Ana Cristina de Melo Alves; Sabrina Beatriz Mendes Nery; Suellen Munique Araujo; Mônica do Amaral Silva ; Mauro Gustavo Amaral Brito; Gabriel Mauriz de Moura Rocha; Rogério Meneses Ibiapina Coelho; Guilherme Antônio Lopes de Oliveira
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
