As representações sociais da pornografia não consensual
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i15.36488Palavras-chave:
Saúde pública; Pornografia; Jovens; Internet; Rede social; Sexualidade.Resumo
Esta pesquisa teve por objetivos desvelar as representações sociais em cenários vinculados à reprodução de pornografias, interpretar os scripts sexuais que contribuem para a ocorrência de propagações não consensuais e, entender as situações de vulnerabilidades emergentes em cenários de vingança. O método utilizado esteve associado à Teoria das Representações Sociais em uma abordagem sociopsicológica. A coleta de dados envolveu 34 jovens entre 18 e 29 anos de idade em rede social, na qual inserimos um instrumento digital, cujo resultado foi interpretado pelo método da Análise de Conteúdo, do tipo análise categorial, que gerou oito temáticas: os scripts sexuais em controle remoto; o íntimo como o lugar da sexualidade e as exceções à regra; aproximações e distanciamentos entre pornografias e erotismos; a vingança como estado vulnerabilidade à sobreposição do outro; as vulnerabilidade sociais emergentes pela exposição não consensual; os roteiros interpessoais de romances em situações vulnerabilidade; ações políticas, programáticas, serviços e ações e as vulnerabilidades sociais; o riso e a descoberta do estranho pela pornografia não consensual. Concluímos que a representação social da pessoa implica em jogos relacionais, cujo conceito permanece entre ser sujeito e ser objeto. As bases não consensuais para a tomada de decisão são propensas as produções de pornografia em rompimento de relacionamentos, representam que o corpo pode ser consumido, mas não identificado e passa a ser objeto pelo consumo quando a privacidade se esgota diante do olhar do outro.
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