Caracterização das internações por leucemia infantil em uma capital brasileira
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i15.36548Palavras-chave:
Criança hospitalizada; Leucemia; Neoplasias; Tratamento farmacológico.Resumo
Introdução: A leucemia é o tipo de câncer mais comum na infância. Dentre os tipos de leucemia infantil prevalecem a leucemia mieloide aguda e a linfoblástica aguda. A sobrevida vem obtendo uma melhora significativa. Pacientes necessitam diversas internações hospitalares para quimioterapia e tratamento das intercorrências. Objetivo: Analisar as internações por leucemia infantil em uma capital brasileira, de 2010 a 2020. Metodologia: Trata-se de estudo epidemiológico transversal descritivo e retrospectivo, com dados secundários originários da Autorização de Internação Hospitalar (AIH) - Sistema de Informações Hospitalares do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Ministério da Saúde. Foram analisadas as internações de pacientes menores de 14 anos, com diagnóstico de leucemia, ocorridas em hospitais públicos de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, 2010 a 2020. Análise estatística descritiva foi conduzida e os resultados apresentados em frequência absoluta e relativa. Resultados: De 2010 a 2020 ocorreram 425 internações (menores de 14 anos) com diagnóstico de leucemia infantil, média de 39 internações por ano, e tendência de aumento no período, 2019 e 2020 com mais internações, 69 (16%) e 62 (14%), respectivamente. Houve predomínio de internações do sexo masculino (62%), faixa etária de 1 a 5 anos (47%) e pardos (69,0%). A leucemia linfoblástica aguda (81%) foi prevalente. O procedimento predominante foi a administração de quimioterapia (50%) e 13 pacientes foram a óbito durante a internação. Conclusão: Informações podem subsidiar evidências para a tomada de decisão e implementação de políticas públicas em saúde, para o diagnóstico e tratamento das leucemias infantis.
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