Cenários de risco climático da ferrugem alaranjada para as regiões produtoras de cana-de-açúcar da Argentina e do Brasil
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i15.36648Palavras-chave:
Puccinia kuehnii; Favorabilidade climática; Temperatura.Resumo
A análise de risco de mudanças climáticas na distribuição espacial da ferrugem alaranjada da cana-de-açúcar (Puccinia kuehnii) é um estudo estratégico para a proteção de plantas a fim de minimizar danos futuros. O objetivo deste trabalho foi avaliar o risco potencial da ocorrência de ferrugem alaranjada na Argentina e no Brasil, sob cenários de mudanças climáticas. A metodologia de mapeamento integrou os dados das projeções climáticas e do problema fitossanitário por meio do Sistema de Informações Geográficas (SIG). Foi considerado o clima normal (1961-1990) e o clima futuro (2011-2040, 2041-2070 e 2071-2100) do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas. As condições de favorabilidade climática para a ocorrência da doença foram estabelecidas por meio de critérios lógicos matemáticos do SIG, baseados no conhecimento dos autores, que incorporaram os efeitos implícitos da interação do patógeno virulento, hospedeiro suscetível e características ambientais predisponentes. A favorabilidade para a ocorrência da ferrugem alaranjada da cana-de-açúcar nas principais regiões produtoras de cana-de-açúcar da Argentina e do Brasil variou ao longo dos meses considerados do ciclo de cultivo. Para a Argentina, os cenários climáticos futuros previram uma redução na favorabilidade para a ocorrência da ferrugem alaranjada da cana-de-açúcar de dezembro a fevereiro e um aumento em abril. No Brasil, a favorabilidade climática diminuiu de dezembro a março e aumentou em maio.
Referências
Alberto, R.T., Isip, M. F., Biagtan, A. R., & Tagaca, R. C. (2019). Disease risk map of anthracnose twister of onion based on previous disease locations as a future predictor. Spatial Information Research, 27, 259-265.
Angelotti, F., Scapin, C. R., Tessmann, D. J., Vida, J. B., & Canteri M. G. (2014). The effect of temperature, leaf wetness and light on development of grapevine rust. Australasian Plant Pathology, 43, 9-13.
Angelotti, F., Hamada, E., Magalhães, E. E., Ghini, R., Garrido, L. R., & Pedro Júnior, M. (2017). Climate change and the occurrence of downy mildew in Brazilian grapevines. Pesquisa Agropecuária Brasileira, 52, 424-432.
Araújo, K. L., Canteri, M. G., Gilio, T. A. S., Neubauer, R. A., Sanches, P. B., Sumida, C. H., & Giglioti, E. A. (2013). Resistência genotípica e monitoramento da favorabilidade para ocorrência da ferrugem alaranjada da cana-de-açúcar. Summa Phytopathologica, 39, 271-275.
Barbasso, D., Jordão, H., Maccheroni, W., Boldini, J., Bressiani, J., & Sanguino, A. (2010). First report of Puccinia kuehnii, causal agent of orange rust of sugarcane, in Brazil, Plant Disease, 94, 1170.
Benedetti, P. E. (2018). Primer relevamiento del área cultivada con caña en Argentina a través de imágenes satelitales. https://inta.gob.ar/noticias/primer-relevamiento-del-area-cultivada-con-cana-en-argentina-a-traves-de-imagenes-satelitales. Accessed 19 December 2020.
Bisonard, E. M., Hamada, E., Angelotti. F., Gonçalves. R. R. V., & Rago, A. M. (2020). Evolução da mancha preta do amendoim nas principais regiões produtoras da Argentina e do Brasil frente às mudanças no clima. Revista Brasileira de Geografia Física, 13, 1778-1791.
Bosso, L., Febbraro, M., Cristinzio, G., Zoina, A., & Russo, D. (2016). Shedding light on the effects of climate change on the potential distribution of Xylella fastidiosa. Biological Invasions, 18, 1759-1768.
Bosso, L., Luchi, N., Maresi, G., Cristinzio, G., Smeraldo, S., & Russo, D. (2017). Predicting current and future disease outbreaks of Diplodia sapinea shoot blight in Italy: species distribution models as a tool for forest management planning. Forest Ecology and Management, 400, 655-664.
Cana (2021). Agrianual 2021: anuário da agricultura brasileira. São Paulo: FND.
Chapola, R. G., Hoffmann, H. P., & Massola, N. S. (2016). Reaction of sugarcane varieties to orange rust (Puccinia kuehnii) and methods for rapid identification of resistant genotypes. Tropical Plant Pathology, 41, 139-146.
Chaulagain, B., Small, I. M., Shine, J. M., Fraisse, C. W., Raid, R. N., & Rott, P. (2020). Weather-based predictive modeling of orange rust of sugarcane in Florida. Phytopathology, 110, 626–632.
Cheng, P., Ma, Z., Wang, X., Wang, C., Li, Y., Wang, S., & Wang, H. (2014). Impact of UV-B radiation on aspects of germination and epidemiological components of three major physiological races of Puccinia striiformis f. sp. tritici. Crop Protection, 65, 6-14.
Comstock, J. C., Sood, S. G., Glynn, N. C., Shineii, J., McKemy, J. M., & Castlebury, L. A. (2008). First report of Puccinia kuehnii butler, causal agent of orange rust of sugarcane in the United States and Western Hemisphere. Plant Disease, 92, 175.
FAO - Food and Agriculture Organization of the United Nations. (2019). FAOSTAT Database. Rome, Italy: FAO. Retrieved March, 25, 2021 from http://www.fao.org/faostat/en/#home
Funes, C., Pérez Gómez, S. G., Henríquez, D. D., Pauli, V., Bertani, R. P., Fontana, D. P., Rago, A. M., Joya, M. C., Sopena, R. A., González, V., Babi, H., Erazzu, L. E., Cuenya, M. I., & Ploper, L. E. (2016). First report of orange rust of sugarcane caused by Puccinia kuehnii in Argentina. Plant Disease, 100, 861.
Hamada, E., Ghini, R., Fernandes, J. L., & Pedro Júnior, M. J. (2008). Spatial and temporal variability of leaf wetness duration in the State of São Paulo, Brazil. Scientia Agricola, 65, 26-31.
Intergovernmental Panel on Climate Change. (2019). Climate change and land: an IPCC special report on climate change, desertification, land degradation, sustainable land management, food security and greenhouse gas fluxes in terrestrial ecosystems. https://www.ipcc.ch/site/assets/uploads/2019/08/2f.-Chapter-5_FINAL.pdf.
Intergovernmental Panel on Climate Change. (2021). Summary for policymakers. In: Climate change 2021: the physical science basis. Contribution of Working Group I to the Sixth Assessment Report of the Intergovernmental Panel on Climate Change. In Press.
Juroszek, P., Bartsch, L., Fontaine, J. F., Racca, P., & Kleinhenz, B. (2022). Summary of the worldwide available crop disease risk simulation studies that were driven by climate change scenarios and published during the past 20 years. Plant Pathology, 00, 1-24.
Klosowski, A. C., Bespalhok Filho, J. C., Ruaro, L., Fragoso, R. B., & May de Mio, L. L. (2015). Reação de cultivares e época de avaliação da ferrugem alaranjada da cana-de-açúcar. Bioscience Journal, 31, 489-498.
Nazir, N., Bilal, S., Bhat, K. A., Shah, T. A., Badri, Z. A., Bhat, F. A., Wani, T. A., Mugal, M. N., Parveen, S., & Dorjey, S. (2018). Effect of climate change on plant diseases. International Journal of Current Microbiology and. Applied Science, 7, 250-256.
Pérez-Vicent, L., Martín, E. L., Barroso, F., Martínez, E., Borrás, O., & Hernández, I. (2010). Definitive identification of orage rust of sugarcane caused by Puccinia kuehnii in Cuba. Plant Pathology, 59, 804.
Rago, A. M., Pérez Gómez, S. G., & Fontana, P. D. (2012). Roya marrón. Caña de azúcar. Identificación y manejo de las enfermedades en Argentina (p. 9-13). INTA. Programa Nacional de Cultivos Industriales, Córdoba, Argentina.
Sentelhas, P. C., Santos, D. L., Monteiro, L. A., Soares-Colletti, A. R., Pallone Filho, W. J., Donzelli, J. L., & Arrigoni, R. B. (2016). Agro-climatic favorability zones for sugarcane orange rust as a tool for cultivar choice and disease management. Crop Protection, 84, 88-97.
Sumida, C. H., Fantin, L. H., Gonçalves, M., Canteri, M. G., Araújo, K. L., & Giglioti, E. A. (2019). A system to map the risk of infection by Puccinia kuehnii in Brazil. Acta Scientiarum Agronomy, 41, e39905.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Francislene Angelotti; Cristina Del Carmem Morales; Emília Hamada; Eduardo Matias Bisonard; Renata Ribeiro do Valle Gonçalves; Alejandro Mario Rago
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
