Relato de caso: Esclerose Múltipla após infecção por COVID-19

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i15.36799

Palavras-chave:

COVID-19; Esclerose múltipla; Neurite óptica.

Resumo

Em dezembro de 2019, uma nova doença por Coronavírus chamada COVID-19, eclodiu na China se expandindo por todo o mundo evoluindo para uma pandemia preocupante. De acordo com o Ministério da Saúde até 31 de maio de 2022 ocorreram 30.977.661 de casos de COVID-19 no Brasil e aproximadamente 666.516 mortes foram registradas. A pandemia tem causado consequências importantes em todos os setores como altas taxas de desemprego, economia, educação, e saúde trazendo um agravo crônico subfinanciamento do Sistema Único de Saúde (SUS), gerando uma crise sanitária inédita. A COVID-19 é uma doença causada pelo SARS-CoV-2 (coronavírus 2 da síndrome respiratória aguda grave). Os sintomas da infecção por SARS-CoV-2 podem incluir febre, tosse, perda de olfato e paladar, dor de garganta, cefaléia, diarréia e fadiga, podendo variar de pessoa para pessoa, porém, a maioria dos infectados podem permanecer assintomáticos ou desenvolverem sintomas leves a moderados, sem necessidade de intervenção hospitalar. No entanto, alguns indivíduos podem progredir de pneumonia grave para insuficiência respiratória, Choque séptico e possivelmente morte. Neste estudo, relata-se um caso de uma mulher de 42 anos, brasileira, com diagnóstico de Esclerose Múltipla (EM) após infecção por COVID-19, alertando para associação da EM pós COVID-19. Embora o mecanismo da relação entre a EM e COVID-19 não seja estudado aqui, o estudo alerta para está possibilidade e a importância de investigar sintomas como parestesias, fraquezas musculares e sintomas visuais após infecção por SARS-CoV-2.

Referências

Abboud, Hilal et al. (2020). COVID-19 and SARS-Cov-2 Infection: Pathophysiology and Clinical Effects on the Nervous System. World Neurosurgery, 140: 49–53. 10.1016/j.wneu.2020.05.193.

Andersen, O., Lygner, P.E., Bergström, T., Andersson, M. & Vablne, A. (1993). Infecções virais desencadeiam recaídas de esclerose múltipla: um estudo soroepidemiológico prospectivo. J. Neurol, 240, 417-422.

Arbor, N., Dia, R., Newcombe, J., & Talbot, P.J. (2000). Neuroinvasão por coronavírus respiratório humano. J Virol, 74:8913-8921.

Bohmwald, K., Gálvez, N. M. S., Ríos, M., & Kalergis, A. M. (2018). Neurologic Alterations Dueto Respiratory Virus Infections. Frontiers in CellularNeuroscience, 12 (October), 1–15.

Buscarinu, M.C., Fornasiero, A., Romano, S. et al (2019). A contribuição das alterações da barreira intestinal para a fisiopatologia da esclerose múltipla. Front Immuno, 10:1916.

Cucinotta, D., & Vanelli, M., (2020). A OMS declara o COVID-19 uma pandemia. Acta Biomed, 91, 157-160.

Donati, D. (2020). Infecções virais e esclerose múltipla. Descoberta de Drogas Hoje Des. Modelos, 32, 27-33.

Fotuhi, Majid et al. (2020). Neurobiology of COVID-19. Journal of Alzheimer’s Diseas, 76 (1), 3-19.

Guidon, A. C., & Amato, A. A. (2020). COVID-19 and neuromuscular disorders. Neurology, 94 (22), 959–969.

Huang, C., Wang, Y., Li, X., Ren, L., Zhao, J., Hu, Y., Zhang, L., Fan, G., Xu, J., Gu, X., Cheng, Z., Yu, T., Xia, J., Wei,Y., Wu, W., Xie, X., Yin, W., Li, H., Liu, M., Xiao, Y., Gao, H., Guo, L., Xie, J., Wang, G., Jiang, R., Gao, Z., Jin, Q., Wang, J. & Cao, B. (2020). Características clínicas de pacientes infectados com o novo coronavírus de 2019 em Wuhan, China. Lancet, 395(10223): 497–506.

Khatoon, F., Prasad, K. & Kumar, V. (2020). Neurological manifestations of COVID-19: availableevidencesand a new paradigm. Journal Of Neuroviroly. 26(5): 619–630.

Koralink, I. J. & Tyler, K. L. (2022). COVID ‐19: a global threattothenervous system. Annals Of Neurolog, 88 (1), 1-11.

Lin, Q., Zhao, S., Gao, D., Lou, Y., Yang, S., Musa, S.S., Wang, M.H., Cai, Y., Wang, W., Yang, L. & He, D. (2020) Um modelo conceitual para o surto da doença corona vírus 2019 (COVID-19) em Wuhan, China com reação individual e ação governamental. Int J Infect D, 93: 211–216.

Liu, Y., Gayle, A.A., Wilder-Smith, A. & Rocklov, J. (2020). O número reprodutivo do COVID-19 é maior em comparação com o coronavírus SARS. J Travel Med, 27(2): 021.

Marrodan, M., Alessandro, L., Farez, M.F. & Correale, J. (2019). O papel das infecções na esclerose múltipla. Mult. Escler. J, 25, 891-901.

Matías-Guiu, J., Gomez-Pinedo, U., Montero-Escribano, P., Gomez-Iglesias, P., Porta Etessam, J. & Matias-Guiu, J.Á. (2020). Devemos esperar sintomas neurológicos na epidemia de SARS-CoV-2? Neurologia, 35, 170-175.

McKay, K.A., Jahanfar, S., Duggan, T., Tkachuk, S., & Tremlett, H. (2017). Fatores associados ao início, recaídas ou progressão na esclerose múltipla: uma revisão sistemática. Neurotoxicologia, 61, 189-212.

Nassif-Pires, L., Carvalho, L. & Rawet, E. (2020). Multidimensional inequality and COVID-19 in Brazil. Blithewood: Levy Economics Institute of Bard College. Public Policy Brief, 153.

Natoli, S., Oliveira, V. Calabresi, P et al. (2020). O SARS-Cov-2 invade o cérebro? Lições translacionais de modelos animais. European Journal of Neurology, 27: 1764–177.

Oliveira, R.G., Cunha, A.P., Gadelha AGS, Carpio, C.G., Oliveira, R.B., & Corrêa, R.M. (2020). Desigualdades raciais e a morte como horizonte: considerações sobre a COVID-19 e o racismo estrutural. Cad Saúde Pública, 36:e00150120.

Painel Coronavirus, (2022). In: Coronavirus Brasil. Brasília: DataSUS. https://covid.saude.gov.br/.

Reich, D.S., Lucchinetti, C.F., & Calabresi. (2018). PA Esclerose múltipla. N. Engl. J. Med, 378, 169-180.

Rohit, A., Rajasekaran, S., Karunasagar, I., & Karunasagar, I. (2020). Destino de gotículas respiratórias em ambientes tropicais vs temperados e implicações para a transmissão de SARS-CoV-2. Hipóteses Médica, 144: 109958

Savarin, C., & Bergmann, C.C. (2017). Supressão induzida por vírus de células T autorreativas: lições da desmielinização neurotrópica induzida por coronavírus. J. Neuroimunol, 308, 12-16.

Shindler, K.S., Kenyon, L.C., Dutt, M., Hingley, S.T., Das, S.J. (2008). Neurite óptica experimental induzida por uma cepa desmielinizante do vírus da hepatite do rato. J. Virol. 82, 8882-8886.

Thompson, A.J., Baranzini, S.E., Geurts, J., Hemmer, B., & Ciccarelli, O. (2018). Esclerose múltipla. The Lancet, 391, 1622-1636.

Vieira, S., & Hossne, W. S. (2003). Metodologia científica para a área de saúde. In Metodologia científica para a área de saúde (pp. 192-192).

Werneck, G.L, & Carvalho, M.S. (2020). A pandemia de COVID-19 no Brasil: crônica de uma crise sanitária anunciada. Cad Saúde Pública, 36: e00068820.

Zhai, P., Ding, Y., Wu, X., Long, J., Zhong Y. & Li, Y. (2020). A epidemiologia, diagnóstico e tratamento do COVID-19. Agentes Antimicrobianos. Int J, 55(5): 105955.

Downloads

Publicado

10/11/2022

Como Citar

PASTORIO, D. M. .; LOTH, E. A. . Relato de caso: Esclerose Múltipla após infecção por COVID-19. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 15, p. e70111536799, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i15.36799. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/36799. Acesso em: 30 set. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde