Internações por transtornos mentais e comportamentais em Minas Gerais
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i15.36832Palavras-chave:
Transtornos Mentais; Hospitalizações; Gastos em saúde.Resumo
O estudo teve por objetivo analisar os aspectos sociodemográficos, clínicos e econômicos relacionados às internações por transtornos mentais e comportamentais em Minas Gerais, entre 2011-2020. Trata-se de um estudo retrospectivo, descritivo, quantitativo, de base documental com método comparativo-estatístico. Coleta de dados a partir do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), disponibilizados pelo Departamento de Informática do SUS (DATASUS). Verificou-se um total de 179.252 internações no estado, variando de 14.030 a 24.146 casos anuais e com média de 17.925 ano. A taxa de mortalidade elevou-se acentuadamente neste período (121,28%), média de 0,75% por ano. Registrou-se maior número de internações nas regiões Centro (27,1%) e Sudeste (18%), entretanto, maiores taxas de mortalidade no Leste (3,36%) e Nordeste (3,16%). A maior frequência de internações ocorreu devido à Esquizofrenia, transtornos esquizotípicos e delirantes (32,95%) e maior taxa de mortalidade por demência (13,35%). Predominaram-se os transtornos em pacientes do sexo masculino (64,36%), entre 30-39 anos (25%), brancos e pardos. A maioria das internações foram em caráter de urgência (80,65%), maior média de permanência por demência (119,1dias). Os maiores custos de internações foram por esquizofrenia, transtornos esquizotípicos e delirantes (129.435.383,69 reais/50,66%) e os transtornos neuróticos relacionados com stress os menores (954.952,02 reais/0,37%). As políticas de saúde mental contribuem para que os indivíduos busquem atendimento médico e intervenções precocemente, melhorando a qualidade de vida e diminuindo o número de internações. Principalmente a Esquizofrenia, o transtorno com maior número de internações e maior gasto hospitalar, considerada pela OMS como a principal causa de anos de vida vividos com incapacidade.
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