Avaliação dos sintomas depressivos dos cuidadores familiares da Estratégia Saúde da Família (ESF) Jardim Adamantina; Adamantina-SP
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i14.36936Palavras-chave:
Depressão; Cuidador familiar; Assistência domiciliar.Resumo
A depressão é um problema grave e altamente prevalente na população em geral. Alguns fatores socioculturais e situações de vida individuais podem deflagrar tal situação ou ter ação sobre sua prevalência, e, uma dessas, é a situação do cuidador familiar que é abordado nesse estudo. O surgimento de cuidadores familiares junto de seus impactos e problematizações surgiram e se acentuaram principalmente por dois motivos: o processo de desinstitucionalização psiquiátrica e a transição demográfica. O objetivo deste estudo foi analisar a presença de sintomas depressivos em cuidadores familiares no ESF do Jardim Adamantina. Foi realizada a pesquisa de campo nas residências dos cuidadores dos pacientes cadastrados na UBS Jardim Adamantina, que necessitam de cuidados diários, e conseguinte entrega das fichas de identificação e questionário do Inventário de Depressão de Beck (BDI-II) para rastreamento e avaliação. Após a entrega das fichas, foi realizado a análise quantitativa-qualitativa dos resultados obtidos e consequente interpretação da problemática obtida. Os resultados demonstraram a prevalência de mulheres na ocupação de atividades cuidadoras parentais (79%), apresentando uma maior taxa de sintomas depressivos em comparação aos homens entrevistados (46% das mulheres, contra 14% dos homens). A idade média geral do grupo foi de 55 anos, sendo 52 anos a idade média dos cuidadores sintomáticos. Solicitou-se que os pacientes fossem encaminhados ao psiquiatra para uma consulta com o médico especializado, caso concordarem, e, se possível, uma sensibilização de outros familiares para auxiliarem na tutoria. Sendo isso, analisado posteriormente para saber se surtiu ou não melhoria na vida desses cuidadores.
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